terça-feira, 15 de julho de 2025

2578 - O próprio luto.

 

Viver o luto de si próprio
É ter sepultado a chama da vida
E seguir caminhando só.

Viver o luto de si próprio
É secar os sentimentos
E cultuar o passado.

Viver o luto de si próprio
É deterioração dos sonhos
E a elasticidade do tempo.

Viver o luto de si próprio
É mentiras brincando no passado
E verdades chicoteando a alma.

Viver o luto de si próprio
É orar sem fé
E permanecer ateu.

Elise Schiffer

segunda-feira, 14 de julho de 2025

2577 - Saudade

 

Saudade
Dor solitária cheia de vida,
Vivendo no lar do passado,
Rua das lembranças sem número.

Saudade
Livro dos esquecidos.
Inspirando entrelinhas
Floridas e perfumadas.

Saudade
Alma atada a amores,
Onde esquecer não é possível,
Apesar da dor do abandono.

Saudade
O futuro não embrionou.
O presente está estéril
E o passado morto.

Elise Schiffer

domingo, 13 de julho de 2025

020 - Aguardar

 


Rogar aos céus
pelo fim da solidão.
Encontrar o amor
inundando os dias de luz.
Permitir que a vida
adquira um sentido inimaginável.
Caminhar décadas
na estrada da felicidade.

Ser feliz...

Sem rogar o céu subtraiu
o amor deixando a solidão.
A partida do amor
escureceu os dias.
A vida secou de forma
inimaginável.
Caminhar dias vindouros,
no final reencontrar o amor e

Ser feliz...

Elise Schiffer
13/07/2018

sábado, 12 de julho de 2025

2574 - Metade (mini conto)


Em uma manhã de inverno...
Quando o sol não aquece mais corações e sonhos, uma mulher despertou de uma longa noite estrelada.
Acordou e levou um grande susto...
A mulher viu se metade de um todo.
Metade de todo seu mundo.
Metade corpo, mulher, sonhos, esperança, fé e certezas.
Seu tempo não possuía mais cronologia, ela havia perdido o futuro, seu presente era o passado.
O desespero bateu e perdida de tudo saiu numa busca sem fim.
As vezes o desespero era tanto, que chegava a sonhar com sua outra Metade.
Como poderia viver sendo metade de tudo, apenas o coração havia permanecido inteiro em seu corpo amputado.
Ser metade não causava espanto aos que estavam a sua volta. O mundo não a percebia inteira ou metade, porque seus sentimentos eram invisíveis ao entorno.
Seu amor não modificava corações realistas.
Metade caminhou sem cessar.
Foram sete longos anos de uma busca incansável.
Depois de muito caminhar, Metade sentiu se atraída por um lugar. Local que ela conhecia de longas datas.
Havia sido feliz naquele lugar do passado.
Resolveu caminhar até o local. No meio do trajeto encontrou um desafeto, mas seguiu em frente, sua busca era muito mais importante.
Metade conseguiu avistar sua outra Metade.
O coração bateu apressado e a passos largos, correu em direção a sua parte faltante.
Tentou abraçar sua Metade na ânsia de unirem se novamente, mas a indiferença reinou, sua outra Metade não retribui o abraço cheio de saudades.
A realidade vazia e cheia de indiferenças descortinou o ato final da busca.
Um abraço de saudades precisava de braços envolventes e saudosos.
O coração que ainda era inteiro e cheio de amor, estava apenas em uma das partes, a outra Metade vivia bem sem coração e amor.
Metade trocou algumas palavras com sua outra parte. Percebeu o distanciamento entre as partes e finalmente entendeu que a Unidade de um dia, hoje eram partes separadas sem coesão.
Apesar das partes estarem próximas por um instante, duas partes não formavam mais Unidade.
Metade retornou da busca vazia e descrente do que havia em seu coração, já que ele havia permanecido inteiro.
Metade pensou e analisou tudo que havia acabado de viver. Após anos de sonhos e busca por parte de si própria, Metade sem esperança, resolveu cortar parte de seu coração e joga lo fora.
Metade Seguiu seu caminho.
O que Metade não esperava é que o coração se regeneraria com o passar do tempo e voltaria a pulsar inteiro dentro da metade que havia sobrado.
Finalmente Metade desvencilhou se da trilha do passado e reencontrou a estrada do futuro.

Elise Schiffer

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Navegar a última viagem (2018)


O barco
que navegou mares bravios
com coragem e rumo certo.
Ancorado, sonha em seguir
sua derradeira viagem
rangendo suas sucatas.
Ancorado...
Ser livre é o sonho,
estar ancorado
é a prisão
de uma alma cansada.
Calmaria é tortura
prolongando o navegar final.
Ancorado...
O barco sucateado
que vive a ranger,
sonha…
Com mares bravios,
noites estreladas
e horizontes libertadores.


Elise Schiffer
10/07/2018

quarta-feira, 9 de julho de 2025

2572 - Sem pressa

 

Sem pressa,
Sigo de braços dados
Com as lembranças.

Sem pressa,
Passos lentos
Cumprindo o percurso da vida.

Sem pressa,
Converso com as árvores e
Falo do seu olhar e emoções.

Sem pressa,
Confidencio baixinho
Como seu olhar encontrou me.

Sem pressa,
Recordo como fiz me luz
Nas frestas escuras do seu coração.

Sem pressa e aconchegada,
Fui moldura para seu olhar,
Correnteza para nosso barco.

Sem pressa e sem medo,
Mergulhei no oceano do amor,
Deixando o companheirismo florir.

Sem pressa,
Nós nos fizemos
Montanha de Rosas.

Elise Schiffer para Rosemberg

segunda-feira, 7 de julho de 2025

2569 - Cabo de guerra da vida

 








O Tempo interage com os sentimentos
No Passado, Presente e Futuro.
Transformando a vida
Num cabo de guerra,
Onde as equipes são
Vida e Morte.
O time da Morte é formado
Por Partidas e Saudades.
O time da vida é formado
Por Continuidades e Superações.
Os times fazem grandes esforços.
O Presente é o NÓ de demarcação.
O time da morte puxa para
O Passado
O time da vida puxa para
O Futuro.
Nesta brincadeira.
O Presente interage
Com sentimentos opostos,
Em ambos os lados
Da Vida e da Morte.
Assim o tempo ensina
Almas em crescimento.

Elise Schiffer

terça-feira, 1 de julho de 2025

Morrer ou Viver - Ano 2014

 

O coração pulsa forte
Tirando lhe as forças,
Pernas e braços
Fraquejam em direção ao fim.

O medo é tanto
Que vira coragem,
A Fé antes pequena
Agora aumenta.

Barganhar com o outro lado
É uma esperança,
Amenizar os pecados desejados
Jamais!

Morrer ou viver
É a trilha da carcaça,
Sonhar
É a certeza do infinito.

Elise Schiffer

sexta-feira, 27 de junho de 2025

2560 - Há

 

Há um caminhar fingido
Que não espera por mais nada.
Há um pensar que encobre
Lembranças e saudades.
Há um sonhar com sonhos
Ilusórios que acalentam.
Há um dançar solitário
Da música que foi de dois.
Há um enganar a todos
Do hoje ser felicidade.
Há um mantra consolador
"Existe um depois".
Há uma negação da fé
No Deus paternal.

Elise Schiffer

quinta-feira, 26 de junho de 2025

2559 - Escriba

 

Há uma força imortal na escrita,
Que mantém se a espreitar,
Algo que só os escribas sentem.

Essa força arrasta saudades,
Sem saber de qual coração,
Lugar ou época, só há espera.

Aguardam quem partiu sem chegar,
Desfazem se da realidade,
E caminham na ilusão.

Esta centelha chama se desvario,
Que vive na alma dos escribas,
Abrigando sabe se lá o quê.

Como loucos e apaixonados,
Ardem por paixões profanas,
Vividas na mente e na escrita.

Escribas são imortais,
Amam e sonham sem tempo,
Por serem livres simplesmente.

Elise Schiffer

quarta-feira, 25 de junho de 2025

2558 - Trevo roxo / Zulmira

 
















Esperar...
Por uma muda.
Esperar...
Cuidar para vida florescer.
Esperar...
Olhos e mãos atentas.
Finalmente...
Ser agraciada com flores.
Delicadeza...
Flores do trevo roxo.
Florada...
Remontando momentos felizes.
Desabrochar...
Sentimentos da doce Zulmira,
Avó...
Doce e delicada como as flores.
Flores...
Houve, há e haverá no meu caminhar.

Elise para Zulmira.

2557 - Você

 

Seu olhar
Aurora boreal
No meu céu solitário.
Seus braços
Asas a me conduzirem
Rumo a eternidade.
Sua boca
Nascente de versos
Seduzindo meus sonhos.
Seus pés
Passos confiante
Desbravando nossos caminhos.
Seu coração
Um recanto de flores
Onde repousei meu ninho.
Sua mente
Sabia na medida certa
Curando medos e dúvidas.
Seus beijos
Despiam minha alma
Da carcaça fétida do passado.
Seu corpo
Dançava no compasso certo
Da nossa união.
Sua saudade
Ficou tatuada
Na essência do coração solitário.

Elise para Rosemberg

segunda-feira, 23 de junho de 2025

2556 - Sete anos

 



Hoje...
Vou vestir me de poesia.
Somente para ti.
Ao longo de sete anos,
Trancei palavras,
Formando rendas de versos.
Vou vestir me com a renda poética
E embarcar na viagem dos sonhos.
Vou visita lo nas entrelinhas,
Onde não precisa
De porta ou permissão.
Seguirei o GPS das lembranças,
No mapa de nossos corações,
Entre o primeiro e último olhar.
Nas mãos levarei um buquê
De flores beijos,
Para te ofertar.

Elise para Rosemberg
23/06/2025

terça-feira, 17 de junho de 2025

2550 - Outrora

 

Vazio...
Amigo de outrora.
O corpo peregrina
No silêncio da casa.
Sem luz a alma
Clama com heresia.
O desgaste da carcaça
Anuncia a alvorada do fim.
O chão seco e rachado
Recolhe lembranças sem sopro.
O corpo despe se da vida
Com a alma grudada na carcaça.
Os olhos antes rasos de lágrimas
Vivem a estiagem da senilidade.
O laço sem nó que unia corações
Hoje tenta amarrar lembranças.
Amigo de outrora.
Vazio...

Elise Schiffer para Rosemberg

2549 - Bardos

 

Escritores são bardos,
Declamando ou cantando,
O passado em versos.
Mantendo o amor vivo.
Perpetuando bons momentos
E ocultando a saudade
Nas entrelinhas.

Fiz me bardo por ti,
Preservando nossa magia viva.
O passado pulsa
Uma esperança inabalável.
As lembranças borbulham
E os versos tornam se rios.
Irrigando o deserto da alma.

Elise Schiffer para Rosemberg

domingo, 15 de junho de 2025

2547 - Poesia

 

A saudade
escondida nos versos,
Pariu a poesia.
A declamação
com respiração ofegante,
É o borbulhar da saudade.
O calor
que aquece as entrelinhas,
É o arder do amor.
O sol
que ilumina a solidão,
É a lembrança pulsando.
O amor
que vive de saudades,
Faz se esperança.
A declamação
das lembranças em versos,
É o presente vivendo o passado.

Elise Schiffer para Rosemberg

quarta-feira, 11 de junho de 2025

2544 - Inventei

 


Inventei o abraço de palavras,
Para abraça lo a todo momento.
Inventei o beijo de palavras,
Para beijo lo com poesias.
Inventei um vento que conduz palavras,
Para levar meus versos até você.
Inventei um rio de nuvens,
Para mergulhar em você.
Inventei um cofre sem tranca,
Para guardar lembranças de nós dois.
Inventei um depois,
Para sonhar que sentes saudades.
Inventei uma brisa que sussurra,
Para ouvir suas declarações para mim.
Inventei a saudade em mão dupla,
Para permitir nossos encontros.
Inventei que inventei almas gêmeas,
Para seguir te amando.

Elise Schiffer

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Lágrimas - ano 2016

 











Há momentos que sentimos
vontade de lágrimas.
Chorar já não basta!
É preciso que a nascente da alma
fervilhe todo sentimento
para que a vida tenha sentido.
Somente após a limpeza das lágrimas
somos crianças prontas
para ouvir e cantar a vida em poesia.
A poesia torna a vida real em literatura,
torna a dor em amor.
momentos que sentimos
vontade de lágrimas.
Chorar já não basta!
Colocar a poesia sobre o papel
permite que possamos ouvir
e reviver amores.
O passado é pouco!
É preciso recordá-lo e torná-lo presente
para reviver emoções preciosas.
Há momentos que sentimos
vontade de lágrimas.
Chorar já não basta!

Elise Schiffer
09/06/2016

As bandas do mundo - Ano 2015

 







Caminhando e apaziguando
as arestas com os seus
antes que estejas do outro lado
da banda do mundo.
Do outro lado...
Serás o mesmo
e os seus ainda serão os mesmos?
Seu nome será saudade
e não o nome a qual te chamavam.
Do outro lado...
Estarás vivo e os seus continuarão vivos.
Todos sentindo saudades...
Do outro lado...
Que banda do mundo estarás?
Que banda do mundo os seus estarão?
Do outro lado...
Não haverá tom tristonho
ou risos abundantes em ambas as bandas.
Todos continuarão rindo
e chorando juntos em bandas diferentes.
Do outro lado...
Chorem... Chore...
Sorriam... Sorria...
Do outro lado...
A vida é força e o amor
um elo entre as bandas do mundo.
Ao mudar de banda
esteja dentro dos corações
embora longe das vistas.
Do outro lado...
O amor é o fio que une ambas as bandas.
Entrelaçando saudades e esperanças.
Do outro lado...
Sigam em frente...
Seja qual for a banda do mundo...
Do outro lado...
A vida seguirá em bandas diferentes.

Elise Schiffer
09/062015

Dor - Ano 2016

 












Doí a alma e a memória
enquanto o corpo triste observa
a grandeza do céu.

A brisa
não abranda a tristeza
que a mare alta de sentimentos provoca.

A dor
não define se da alma ou do corpo,
apenas quebra forte na vida.

O abismo do tédio
demonstra a estagnação
vulgar da consciência.

Elise Schiffer
09/06/2016

sexta-feira, 6 de junho de 2025

2538 - Bom amor

 


O tempo aligeira se
E o bom amor mantêm se vivo.
O perfume do bom amor
Permanece impregnado na alma.
O bom abraço
Não desaparece da alma.
O bom amor
Ilumina os dias com sua presença.
Seu reflexo aquece a esperança
Fazendo companhia na solidão.
A saudade vive nos travesseiros
E nas frias madrugadas da alma.
As palavras dão vida ao amor
Em cartas e poemas sem entrega.
A mente torna se um livro
Registrando resquícios das lembranças.
O primeiro olhar do amor
Enraiza se no peito,
Cura as mazelas da perda
Vencendo o luto.
O primeiro abraço fica na alma
Embalando sonhos.
O bom amor embriaga o medo
E faz a coragem bailar confiante.
Porque amor é arrebatamento
E sobriedade é inércia.
Caminhar sem amar
É navegar sem norte.

Elise Schiffer

quinta-feira, 5 de junho de 2025

2532 - Prisão

 














Caminhar na seara reencarnatória
Sem revisão da pena
Ou data para libertação.
É sentença sem defesa.
É cárcere...
Sem direito a réplica ou tréplica.
Restando apenas aceitação.
Ser cordeiro...
Mente e coração fervilham,
A saudade chicoteia
A alma aprisionada,
Que observa o mundo
Através das janelas da alma.

Elise Schiffer

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Sonho/Escrita - Ano 2016

 

O sonho e a escrita
são a união perfeita
para a literatura.

Caminhar é viver.
Escrever é sobreviver.
Ler é caminhar.

Elise Schiffer
03/06/2016

Sonhar - ano 2016

 

Sonhar…
Escrever sonhos
para abrandar
o queimar dos desejos.
Transformar os sentimentos
em paisagens literárias.
Escrever sonhos
que mãos infantis
apertaram em laços românticos.
Desenrolar a meada
dos sonhos juvenis
em cordéis encantados.
Escrever sonhos
apascentando em férias prolongadas
sensações não vividas.
Sonhar…
Escrever sonhos doces que são
sangue a ferver no corpo.
Sangue que transportam
reflexões de uma vontade morta.
Escrever sonhos
que por medo fugiram do tempo.
Fugindo e negando
o mistério da vida
que há nos sonhos.
Sonhar…
Escrever sonhos
que por medo e vaidade
não refletem seus desejos.
Defronte ao espelho
os olhos mostram aversão
a trilha escolhida.
Escrever sonhos
de ilusão, orgulho,
baixezas e sortilégios
na farsa da felicidade.
De mãos dadas
com a deselegância
caminhar com falsas vitórias
de uma vida sem sonhos.
Sonhar…

Elise Schiffer
04/06/2016