domingo, 31 de maio de 2020

708 - Fio das palavras

Deixada para trás.
Presa ao fio das palavras,
Sem enlaçar o amor nos sonhos.
Abdicar do amor.
Cartas diárias não permitem.
Palavras bailam com saudade.
O fio das palavras.
Ligam almas separadas.
Sem amarrar vida e morte.
Deixada para trás.
Palavras atadas pela saudade.
Não trancam o amor nos sonhos.
Renunciar o amor.
Poesias não permitem.
Palavras gritam a dor da saudade.
O fio da alma.
Liga saudade com saudade.
Vida e morte.
Deixada para trás.

De Elise para Rosemberg.




quinta-feira, 28 de maio de 2020

512 - sonho nao publicar

Acordei sentido alguém segurar meu pé.
Foi você. Eu tenho certeza.
Adormeci.
Sonhei...
Uma casa com quintal grande.
Muitas árvores e plantas.
Faço planos para plantar tomates.
O telhado da casa vai entrar em obras.
Minha mãe está conosco no sonho.
Eu entro na casa.
Você esta na pia lavando louça.
Falo com você que não responde...
- Você não vai falar comigo? O que eu fiz?
Você apenas torce o pano de prato e se vira.
Posso ver seu rosto e sentir sua proximidade.
Você estava com tinta preta no cabelo.
Acordo e sei que te vi.
Lembro do seu rosto pertinho do meu...
Te ver em sonho.
Poder falar com você.
Um desejo realizado.

17/11/2019

532 - O tempo

O tempo é diluidor universal
Amorna as mazelas da alma
A saudade que já foi quente
Hoje vive morna pelo passado
As lembranças que fervilhavam
Hoje são serenas e mais presentes
Os dias doces pela união
Hoje são insípidos sem você
O sol cálido da montanha de rosas
Hoje é gélido para as rosas dos sonhos
O tempo é contínuo e implacável
Amorna as dores e deixa as lembranças

De Elise para Rosembeg.
532

705

Sitiar as lembranças
como um tesouro precioso.
Cercar o passado
abafando sonhos sem respostas.
Submeter o presente
a tormenta do amor ausente.
Obstruir o futuro
Circundando pés solitários.
Obsidiar o fantasma das bodas
gradeando seu amor em mim.

De Elise para Rosemberg.
705


terça-feira, 26 de maio de 2020

703


Mundo pequeno,

nunca teve horizonte.
Ceu baixo,
nunca ergueu o olhar.
Estrada curta,
nunca cansou os pés. 

Mente grandiosa,
nunca deixou de sonhar.
Pensamentos brilhantes,
nunca foram calados.
Escrita sem literatura,
nunca foi conhecida. 

Amor tardio,
nunca teve comemoracão.
Cuidado extremo,
nunca embalou o prazer.
Saudade eterna,
nunca vai se perder.


Elise para Rosemberg
703

sábado, 23 de maio de 2020

700

Setecentos dias...
O tempo corre nos afastando.
A dor não segura o tempo.
Revivi todos os nossos momentos,
Manuseei nossos álbuns
E os irriguei com lágrimas.
Lembrei me de cada detalhe,
Sorri com as entrelinhas vividas.
Preservei lágrimas em seu lenço,
Que hoje me faz companhia.
Setecentos dias...
O tempo correr nos afastando.
A saudade busca por você nos sonhos.
A luz da manhã acende a chama do vazio.
Resta manusear os álbuns da memória,
Secar as lágrimas no lenço companheiro,
Irrigando as entrelinhas de nós dois,
Que virou jardim sem floradas.
As lágrimas pelejam com a saudade,
Na guerra sem fim com a morte.
Setecentos dias...

De Elise para Rosemberg.
700




sábado, 16 de maio de 2020

693 - Sentimentos

Sentimentos...
Força que nos lê em forma de poema.
A saudade germina no coração,
O coração alimenta a alma solitária.
A alma solitária busca por sonhos.
Sonhos que trazem paz e alegria.
Sentimentos...
Poema que não lemos, só sentimos.
O amor é concessão de Deus,
Sentimento vibrante na alma,
Que preenche a vida de alegrias,
Até a saudade se alojar no coração.
Sentimentos...


De Elise para Rosemberg.
693



terça-feira, 12 de maio de 2020

689 - Nós

Eu que éramos nós.
Olho no espelho e vejo seu reflexo.
Aprendi a ver o mundo através do seu olhar.
Deixei me ser a sua realidade.
Silenciosamente meu além era só você.
Eu que éramos nós.
Suas narrativas foram poemas nos meus dias.
No medo bastava darmos as mãos,
Segurar sua camiseta.
O amor é eterno a união não.
Eu que éramos nós.
Olho no espelho para não perder-lo em mim.
Seu reflexo prova que estou viva.
Minhas mãos tocam seu reflexo,
Seu reflexo balbucia: Longos dias...
Eu que éramos nós.
Resgato sonhos do passado sem futuro.
Corro o risco da loucura para viver,
Todos os atos sem interrupção.
Seguro a vida no seu reflexo.
Nós que hoje é apenas Eu.
De Elise para Rosemberg.
689

sexta-feira, 1 de maio de 2020

678 - Calçados e caminhos

O calçado do amor,
Reveste os pés da união.
Há apenas caminhos de harmonia.
Calçamos os mesmos sapatos,
Para percorrer duros caminhos.
Houve caminhos de orvalho.
Tropeçamos e nos reerguermos,
Sem ferir os pés nas estradas.
Houve caminhos floridos.
O solado era feito de esperança,
Firme e resistente como nossos sonhos.
Houve caminhos e mãos dadas.
O cadarço era feito de amor,
Unindo partes com laço sem prender.
Houve caminho de almas ligadas.
Nossos sapatos tinham pequenas asas,
Capazes de nos levarem ao céu.
Houve caminhos de união na dor.
Nosso sapato está meio vazio.
Meus pés não o preenchem totalmente.
Hoje há apenas caminhos de solidão.
Caminhos a seguir.

De Elise para Rosemberg.
678