sábado, 31 de dezembro de 2022

1652 - Fartei me

 

Fartei me de vida
Fartei me de gargalhar e chorar
Fartei me de amar e desamar
Fartei me de sonhar e desejar
Fartei me de orar com e sem fé
Fartei me de felicidade e dor
Fartei me de bons momentos
Hoje...
Fartei me da vida
Fartei me das gargalhas e dos choros
Fartei me do amor e dos desamores
Fartei me dos sonhos e dos desejos
Fartei me da oração com e sem fé
Fartei me da felicidade e da dor
Fartei me até dos bons momentos.
E agora?
Farta estou no meio fio da vida
Farta estou sufocando gargalhadas e choros
Farta estou de amar e ser desamada
Farta estou dos sonhos e desejos sem realidade
Farta estou de orar tentando ter fé
Farta estou de maquiar a felicidade e a dor
Farta estou das lembranças dos bons momentos
Até quando?

Elise

1652 - Estação da união

No rio dos teus olhos
Mergulhei fundo e deixei me afogar
Para nunca mais emergir

Na brisa dos teus sorrisos
Deixei me flutuar seguindo-o
Para nunca mais ficar longe de ti

No calor dos teus beijos
Guardei meu coração
Protegendo-o do frio da solidão

Em suas mãos carinhosas
Coloquei meu destino
Confiante na estrada da união

Agora...

No rio dos teus olhos
Mergulhar não é mais possível
Suas águas são profundas e sem leito

Na brisa dos teus sorrisos
Flutuar não é permitido
Restou observar as nuvens revoando

Nas frias lembranças dos seus beijos
Congelei meu amor
Protegendo-o da morte por solidão

Sem suas mãos gentis
Meu destino caminha sem direção
Confiante em chegar na estação da união


De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

1647 - Algibeiras das entrelinhas

Há MDCXLVII dias
a saudade transmuta se em versos
Há MDCXLVII dias
os versos enroupam poemas
Os poemas ocultam
a dor nas algibeiras das entrelinhas

Há MDCXLVII dias
versos, poemas e dor afagam a loucura
Há MDCXLVII dias
a loucura governa em solo desabitado
Na ditadura da loucura
os sonhos são companheiros fieis

Há MDCXLVII dias
a bagagem do amor está pronta
Há MDCXLVII dias
o ingresso está quitado e preenchido
Restando aguardar a chamada
do embarque a qualquer momento

Elise

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

1643 - Débitos

Saldar débitos
Antes da pesagem do coração
Trilhar o caminho silencioso
Que o seus vivenciaram
Curtir preocupações
Que imperaram nas mentes dos seus
Calar os sonhos
Nos dias sem lunação
Ouvir o tempo ranger
Lembranças enferrujadas

Zerar débitos
Antes de transpor a soleira espiritual
Aconchegar o próprio coração
Sem esperança ou rumo
Embalar os medos
Do pretérito com pétalas de saudades
Ouvir o silêncio
Que ocupa todos os cantos da alma
Falar sozinha
Para ouvir os ecos do amor distante

De Elise para Rosemberg



domingo, 18 de dezembro de 2022

1639 - O Tempo II

Palavras sagradas afirmam
Haver um tempo para tudo
Tempo de nascer
Iniciando o caminho do amor
Tempo de morrer
Findando o caminho do amor
No caminho amando e errando
Amando e acertando ou só cuidando
Como encurtar o caminho?

Palavras sagradas afirmam
Haver um tempo para tudo
Orar não é suficiente
Fechar as cortinas é um desejo
Quando estamos de joelhos sem fé
A implosão da esperança
Finda um projeto de amor 
O caminhar sem proposito
é o tempo do amor sem reciprocidade

Elise


sábado, 17 de dezembro de 2022

1638 - O tempo

O Tempo é carrasco implacável
rompendo elos com sua lâmina
Cisão da união
O amor apartado evapora
deixando quem fica sem amparo
Divisão de um em dois 
Lembranças sobrevivem
dando continuidade ao passado
Fração da vida
Sonhos escassos iluminam o futuro
que cambaleando aguarda seu fim
Parte agonizante
O presente sem vida
se faz notar pelo ranço da morte
Naco de dor
A cada novo amanhecer
mais distantes estão os apartados
Longínquos no universo das almas
O tempo é o algoz do amor
impedindo qualquer ligação
Desapego forçado
O distanciamento cria uma lacuna
onde o silêncio impera sob neblinas
Véu da solidão

Elise


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

1636 - O amor


O amor grandioso liberta
O amor deseja o bem mesmo distante
O amor é maior que o egoísmo
O amor grandioso ampara
O amor é feliz ao saber que o outro está feliz
O amor é latifúndio de boas lembranças
O amor grandioso não morre
O amor vence o tempo viajando ao passado
O amor é muito maior que a separação
O amor grandioso é semente
O amor que floresce de mãos dadas é eterno
O amor de dois sobrevive num único coração

De Elise para Rosemberg

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

1634 - MDCXXXIII

MDCXXXIII dias de rotações do luto.
A saudade gira no eixo vida e morte .
Dias e noites alternam padecimentos.
A dor é dissolvida pelo tempo.
Lágrimas vivem períodos de estiagem.
Lembranças tornaram se árvore frondosa
E hoje sua sombra alberga a vida solitária.

De Elise para Rosemberg

domingo, 11 de dezembro de 2022

1632 - Quebra cabeça


No quebra cabeça da vida
Peças são mantidas ou substituídas
Protegendo a conexão do núcleo do jogo
Todas as peças são móveis e encaixáveis
Porque se harmonizam no todo
Lindas e coloridas paisagem são formadas
Peças são unidas e separadas
Todas são essenciais ao cenário
No quebra cabeça da vida
Surgem peças maiores ocupando mais espaço
Embora o colorido seja sempre exuberante
Peças do inicio do jogo ficam arcaicas ao cenário
São peças amareladas e amassadas
Assim novas imagens fazem a evolução do jogo
Sem espaço no atual cenário do quebra cabeça
A peça inicial subtrai se das jogadas
Num canto qualquer aguardando o descarte
O quebra cabeça da vida é renovado
A cada saída ou chegada de pecas ao jogo

Elise

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

1630 - Loucuras


Como é prazeroso
Peregrinar no Jardim da Loucura
Neste universo tudo é permitido
No Jardim da Loucura
Cartas atravessam o portal da morte
Chegando ao destinatário apartado
No Jardim da Loucura
Poesias bailam no céu
O vento sussurra baixinho os versos
Deixando o apartado vaidoso
Ao saber que são para ele
Neste mundo amores se encontram
Porque o amor é luz
Abraços e beijos unem as saudades
Porque os apartados vivem na loucura
No Jardim da Loucura
O céu é estrelado por sonhos
A lua ilumina os apaixonados
Os dias são floridos e refrescantes
Pássaros voam e a natureza canta
A loucura é aconchegante ao unir
Mundos separados por vida e morte
Como é prazeroso
Peregrinar no Jardim da Loucura
Neste universo tudo é permitido

De Elise para Rosemberg

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

1627 - Percurso


Chegamos ao mundo
com um percurso traçado.
Durante a caminhada
buscamos atalhos e descanso.
O percurso é mantido
apesar dos risos e dores pelo caminho.
Sol e chuva fazem germinar sementes
que perfumam os atalhos.
Alegrias e turbulências
causam alheação do dever a cumprir.
No final ao cruzarmos a ponte
o coração cobra o combinado.
- Percurso cumprido?
- Não! Responde a consciência.
Resta a submissão forçada
diante do compromisso assumido.
- Conviver em harmonia Silêncio e a Solidão
Assim cruzamos a derradeira ponte
em silêncio profundo e solitariamente.
A cada passo solitário revisamos
o percurso e o aprendizado final.
Na linha de chegada
a bagagem oficial é o amor.
Amor pelas pedras e flores do caminho
confiando estar um pouquinho melhor.

Elise

domingo, 4 de dezembro de 2022

1625 - Um sonho

Há um sonho pairando sobre o Amor
Persistente tece poemas no coração.
Um desejo guardado na alma
Suplica a Deus que seja atendido.
O futuro com esperança ilumina o caminho
E os céus sonham olhando para o Amor.
O sonho do Amor junta se aos sonhos dos céus
Formando poemas de resignação.

De Elise para Rosemberg

sábado, 3 de dezembro de 2022

1624 - Tratamento alternativo

 

No hospital da vida...
Dr. Tempo prescreve o analgésico "Sonho" de 12 em 12 hs.
Seu efeito paliativo causa satisfação momentânea.
Como todo analgésico, não cura, mas permite que o corpo se refaça do abatimento causado pela febre persistente da saudade.
Dr. Tempo recomenda o uso do Soro da fé, administrado em porções pequenas e nos intervalos sem febre.
O doente deve alimentar se de sopas temperadas com boas lembranças, para o fortalecimento do corpo e da alma.
Os curativos são Orações, que cicatrizam lesões persistentes, sem arder.
Assim o hospital da vida vai tratando os enfermos contaminados pela saudade.
Elise

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

1622 - Sonhos

 


No mais fundo dos sonhos
Lábios se tocam com ternura
A saudade evapora
O carinho floresce
O companheirismo acoberta almas
Há beijos com inspirações divina
E palavras que abraçam corações

No mais fundo dos sonhos
Estar com o amor é uma bênção dos céus
A saudade é abrandada
O carinho trás fé ao coração
O companheirismo é consolidado
Os beijos abrandam a saudade avassaladora
E palavras reafirmam o compromisso

No mais fundo dos sonhos
O retorno solitário é inevitável
A saudade torna se brisa momentânea
O carinho fica na mente
O companheirismo é reavivado na alma
Beijos de despedida molham os olhos
Palavras confirmam "até breve"
De Elise para Rosemberg