domingo, 25 de junho de 2023

1828 - Depois

 


Lágrimas distantes
Salgam prantos de saudades

Lembranças formam elos
Ligando corações separados

Noites e dias separam vida e morte
Lua e Sol iluminam sonhos de amor

Lembranças são flores perfumadas
Colorindo a esperança de um depois

Elise

1828 - Vida sem alma


O silêncio
não está no mundo.
A mudez
está na alma sem vida.
O vazio
apoderou se dos sonhos.
O tudo
perdeu espaço e corpo.
Sem espaço
não há céu ou inferno.
A alma
silenciosa não sonha mais.
O mundo
tornou se invisível e a alma vaga.
O nada
congelou sonhos e lembranças .
Vagar silenciosamente
é o que restou a vida sem alma.
Elise

sexta-feira, 23 de junho de 2023

1826 - Viagem derradeira

Estar pronta
para a viagem derradeira
Não significa
acesso ao bilhete de embarque
Necessário se faz
paciência na plataforma da vida
Alegrias e tristezas
são as bagagens do coração
A mala precisa ser leve
na pesagem do embarque
Alegrias e tristezas
precisam estar em harmonia
A plataforma de partida
fica mais vazia a cada dia
Muitos já embarcaram!
Restam alguns esquecidos
sem data de embarque
Os abandonados
permanecem na estação
Aguardando
a viagem derradeira

De Elise


1826 - Dias de distância


 

1826 dias ou 5 anos
O tempo e o distanciamento

A saudade perdeu sua dor
Abrindo espaço para o sonho
A serenidade da saudade é brisa
Acariciando o rosto envelhecido

Os sonhos chegam como chuva
Apascentando a saudade da alma
Sonhos e saudade unem corações
Interligando mundos opostos

A chuva serena de sonhos
Acariciam o rosto com gotas de beijos
Beijos que sussurram suplicas de amor
Porque saudade sem dor é veneno lento

A esperança do elo eterno - o amor
É a espera feliz do reencontro
Instantes sagrados da saudade sem dor
Estão nos sonhos de um para dois

Juntos na mesma linha do horizonte
Dançando o balé das auroras boreais
Juntos a destronar o tempo que afasta
Vivendo o sonho do próprio sonho

Beijos de antes serão o sonho do sonho
Pedir "fica" com o olhar será a súplica
Acordar com a lembrança do sonho
É continuar sonhando acordada

A saudade confirma o amor vivido
Deixando fluir as lembranças
Permitir que o sonho ilumine a solidão
É caminhar na fé de um depois

1826 dias ou 5 anos
Seguimos distantes entre mundos

De Elise Schiffer
Para Rosemberg

terça-feira, 20 de junho de 2023

Cordel 17062023

 

Cordel feito para minha neta Giovanna

Meus brinquedos

Tenho três bonecas preferidas
A primeira é a Baby Life tão querida
Linda e firme com seus cabelos loiros
Traz alegria nas brincadeiras com doçura
Gosto de imaginar que nos penteamos
Como amigas nos embelezamos

Seguindo o amor pelas bonecas
A segunda é de pano e bem sapeca
Alegre e divertida nas brincadeiras
Com seu estilo realista e baladeira
Sua roupa toda rosa e cheirosa
Combina com seu modelo todo prosa

Finalmente chego a Barbie tão famosa
Com estilo de jovem charmosa
Sua beleza e elegância são um sonho
Porque nós duas temos almas de anjos
Brincar me permite imaginar
E assim aprendo a sonhar

Elise

sábado, 17 de junho de 2023

1820 - Voltar

 


Saudade não se desfaz com o vento
As marcas do amor são profundas
Não há palavras que traduzam a ausência
Todos os dias o pedido é o mesmo
Volte!
A saudade sempre aguarda o amor nos sonhos
O coração pulsará sorrindo ao encontra ló
O mesmo sorriso cruzado do primeiro olhar
A ausência afasta a alegria com dor
Volte!
Os versos choram anunciando o desamor
A poesia grita sua desesperança na espera
As entrelinhas sofrem sufocadas pela saudade
O coração vive corroído pela incerteza do ir e vir
Volte!
Os dias apontam solidão e dor pela estrada
Caminhar é a meta rumo ao descanso final
Desejo único é seguir com as lembranças
Dos dias de amor, risos e sonhos
Voltarei só para casa!
De Elise






quinta-feira, 15 de junho de 2023

1817 - Para sempre

A luz do amor riscou o céu
Iluminando as trevas do desamor
De onde veio não importa
Porque chegou para iluminar
A luz anunciava momentos alegres
Onde a vida pudesse bailar
Com inicio ao por do sol
E o surgimento das estrelas
A luz fez da vida só primavera
O mundo respirou esperança e união
Os sussurros eram "para sempre"
Com versos no ritmo dos apaixonados
Que cantarolavam poemas de amor
Com entrelinhas cheias de malícias
Flores e palavras criavam sonhos de fé
O fim...
O amor se vai sem despedidas
O "para sempre" não durou uma vida
Sobreviveu as lembranças na escuridão
O amor levou a luz dos dias
Apagou as estrelas do céu
Silenciou a vida
Deixando tudo escuro e sem alegria
Restou desejar que a luz risque o céu
Iluminando as trevas da saudade
Não importando de onde volte
Mas que chegue em forma de sinal
Antes do por do sol

De Elise para Montanha de Rosas

terça-feira, 13 de junho de 2023

1815 - Por que?

 

Por que a saudade não chega ao amor?
Por que os horizontes não se unem?
Por que a luz do amor não ilumina a saudade?
Porque vida e morte não andam de mãos dadas.

Ausente da vida a saudade perdeu se na loucura.
Buscando encontrar o amor nas lembranças.
Suplicando por um encontro noite após noite
Negando o fim da vida pela morte.

O tempo conduz a saudade sem piedade.
Cartas não entregues ficam sem noticias do amor.
Poesias tornaram se sentimentos amordaçados.
As entrelinhas não alcançam os céus.

A saudade é punida com a ausência do amor.
Ir e vir são desejos vazios entre vida e morte.
Céu e terra não tocam os mesmos horizontes.
A saudade aumenta e a estrada não tem fim.

O desejo... Um instante... Um olhar...
Um abraço sem tempo.
A saudade apenas aguarda a mão do amor.
Porque a morte não pode ser o fim de tudo.

De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 12 de junho de 2023

1815 - Tu és - meu eterno namorado

 


Tu caminhas ao meu lado nas lembranças
De mãos dadas
Tu vives em mim no amor vivo no peito
Mente e coração a te amar
Tu és o destinatário de todas as cartas
Palavras a te buscarem
Tu és os versos que borbilham nos poemas
Cantando minha saudade
Tu es o amor no horizonte ao amanhecer
Iluminando meus dias
Tu és a espera incansável pelos sonhos
Encontra lo por segundos
Tu és o meus dias
Meu sentido de vida
De Elise para Rosemberg

domingo, 11 de junho de 2023

1814 - Um desejo!

 

Caminhar nas vielas da loucura é um vicio.
Momentos de euforia que aquecem a alma fria.
Sentir o amor e imagina lo perto é morno.
Um desejo! Você voltar! Sem tempo.

Caminhar nas vielas da realidade é abstinência.
Momentos de sofrimento a chicotear a alma fria
Sentir o amor e imagina lo longe queima a fé.
Um desejo! Segurar suas mãos! Sem tempo.

O elo da loucura com realidade é o sonho.
Migalhas de sonhos que saciam a saudade.
Maná que impede a morte por inanição de amor.
Um desejo! Abraça lo! Sem tempo.

De Elise para Rosemberg

sábado, 10 de junho de 2023

1804 - Subir / Descer (pequeno conto)

 


Uma senhora vai a um acompanhamento rotineiro a meses. Em sua bolsa bordada estão alguns exames com datas vencidas de seu grandioso coração.
O medico verifica os exames por delicadeza e faz exames presenciais enquanto avalia o conjunto num todo.
- Seu coração está com o tamanho aumentado, o que chamamos de Cardiomegalia. (Diz o médico)
- Não concordo muito com o nome, deveria ser Cardioamores. (Diz a paciente)
- Não entendi Senhora. (Diz o médico)
- Simples doutor. Eu amei meus pais, avós, tios, irmãos, dois maridos, três filhos e quatro netos. Somando se um grupo de amigos. Amei, amo e amarei num elo infinito. São muitos amores, o coração precisa de espaço para tantos sentimentos e a saudade que sinto de todos, desde que iniciei este acompanhamento longe de todos. (Diz a paciente)
- Não brinque senhora. Cuidar se é necessário. (Diz o médico)
- Fiquei preocupada doutor. (Diz a senhora)
- Não se preocupe o tratamento é simples, logo estará restabelecida. (Diz o medico)
- Não é o tratamento. Como eu amo muito, meu coração está pesado. Creio não conseguirei subir aos céus com o peso, o que acarretará uma descida brusca ao inferno. Sabe de uma coisa doutor? Eu detesto calor. Kkkkkkk (Diz a paciente)
- Esse é seu único medo? (Diz o médico)
- Não! Tenho medo de acabar amando o diabo. Meu coração ainda tem muito espaço a preencher. (Diz a paciente)
Ambos sorriem e se despedem.
O médico pega o elevador subindo e a paciente pega o elevador descendo.
Elise

06 05 2018

 

06/05/2018 do CTI para o quarto
O tempo pode ser medido de várias formas
Aqui onde estou o tempo e medido por dias
Hoje, exatamente fazem 1826 dias...
Meu coração pulsava esperança
Porque tu davas sinais de melhoras ao sair do CTI
Juntos novamente dia e noite
Não importando se num hospital ou nossa casa
Nosso café da manhã continuava - juntos
06/05/2018 - você e eu juntos novamente
Dias de apreensão mas com muito carinho
Dias de medo mas com muita oração
Dias de súplicas há um Deus que não ouviu.
Elise

quarta-feira, 7 de junho de 2023

1810 - Milagre da mente

 

O gostar não pode ser sepultado
O amor sobrevive a morte
A mente é energia vibrante
Combustível para as lembranças
O passado é irrigado pela mente
As lembranças ressurgem para vida
A saudade reina absoluta
E acontece o milagre...
Seu olhar brilha em mim
Seu perfume pode ser sentido
As flores acalmam sua ausência
O silêncio disfarça a saudade
Os versos batem a sua porta
Trajados com requintes de poemas
Conduzindo cartas de amor

Elise para Rosemberg

segunda-feira, 5 de junho de 2023

1808 - Onde?

 

Luz dos meus olhos
Sorrisos da minha felicidade
Certeza do meu caminhar
Onde estais?
A saudade invade a esperança
O medo apodera se do "depois"
O caminho segue sem direção
Onde estou?
Na soleira entreaberta de tudo
Da esperança com a desesperança
Do amor com o desamor
Onde está a vida?
Na esperança por um sonho
Nas lembranças de uma vida
Nos versos que não chegam aos céus
Onde está a morte?
No fim da dor do luto
No silêncio interior
No medo de nunca mais vê lo
Onde está o céu?
Por trás do luar sem a luz do seu olhar
Amparando as estrelas sem seus pedidos
Na luz do sol que não aquece mais
De Elise
Para Rosemberg

sábado, 3 de junho de 2023

1806 - Incansáveis

 

Há momentos
de cansaço e tristeza
As lágrimas
não choram suas dores
O desânimo
é vencido pela amor familiar
Tudo é pequeno
fora deste universo
Estar a postos
é a função das mães
Categoria incánsavel
sem direito a aposentadoria
Dor e solidão
vivem no bosque do passado
Lágrimas
rolam rumo a represa da saudade
Lembranças
moldam se em bengalas
As mães caminham
em direção ao norte do coração
As mulheres são amparadas
pelas lembranças vividas
A sede da saudade
é saciada na represa das lágrimas
E a mulher visita seu jardim dos sonhos
onde vive a rosa do seu amor

Elise

sexta-feira, 2 de junho de 2023

1805 - Tanto faz

 


Cansada de ver seus sonhos
ficarem no meio do caminho
A luz da vida
A mulher parou de sonhar
e assim morreu a escritora
Só se apaga
A dor não sobreviveu a desilusão
o que restou abriu mão até da dor
Quando o interruptor
Sem esperança e sem dor
sobraram dias vazios de fé
Localizado no além
Tudo passou a ser um "tanto faz"
o mundo perdeu uma escritora
For desligado

Elise

quinta-feira, 1 de junho de 2023

1801 - Mentiras verdadeiras

             Parte do romance  "O Ferreiro"


A beleza da mocidade não atraia o amor
A idade somava se a solidão de cada primavera
O amor primeiro não foi o esperado dos planos
O namoro estava fora das expectativas culturais
Sua pureza foi dada a um larápio com capivara
Suas núpcias foram com um hetero/homossexual
A companhia amorosa foi aceita por total solidão
Fingir ser amada e feliz foi a opção que restou
Interpretar tornou se realidade da felicidade
Sua vida fictícia transbordava encantamento
A perda da companhia destruiu a fantasia
Restando o luto grandioso na alma entorpecida
Delírios gigantescos com a felicidade usurpada
Sofrimentos imaginários da realidade
Luto real com dor supervalorizada
Dúvidas...
Quem havia morrido?
O companheiro, a fantasia, o amor ou a loucura?
Fabuloso foi o amor vivido na imaginação
Sofrer enaltecia e fortalecia a união
A realidade falecida nunca teve vida
De tanto fingir sofrer
O sofrimento da perda tornou se real
A mentira criou vida a pulsar saudade
Verdades foram diluídas com as mentiras
O amor tornou se um conto de fadas enlutado
A realidade tornou se loucura prazerosa
E o sonho grandioso do amor foi alcançado

Elise

1803 - A Morte e o Tempo

 


O grande vilão do amor
não é a Morte
O grande vilão do amor
é o Tempo
A Morte leva o corpo
deixando todo o resto
O Tempo implacável leva tudo
'dor, saudades, e lágrimas
Tudo perde sua força e cor
só as lembranças são intocáveis

Temer a Morte é um engano
ela apenas leva a carne
Implacável é o Tempo enganador
faz se de bom moço a curar tudo
Levando a dor, a saudade e as lágrimas
deixando o vazio, o silêncio e a solidão
A vida perde o sal e o céu suas estrelas
sem rumo o viajante não faz mais paradas
A carcaça clama pela Morte
enquanto o Tempo zomba da trilha vazia

Elise