segunda-feira, 29 de maio de 2023

1800 - Sempre/Nunca

 

Nunca e sempre
Imaginário que envolve anos de vivência
Tempos com marcas do bom amor
Tatuadas na alma que delira
Com os momentos vividos a dois

Jamais e continuamente
Bagagens alucinantes do bom amor
Afogadas com lágrimas de saudades
Desejando um retorno impossível
Capaz de incinerar a solidão

Nunca e jamais
São inquilinos no casebre da desilusão
Onde o amor vive intensamente
Os resquicios da felicidade
E os lamentos do vazio reinante

Sempre e continuamente
É a soleira da loucura esperançosa
Fingindo que a porta pode ser aberta
Com a chave do delírio que aguarda
O amor retornar em sonhos

De Elise para Rosemberg

sábado, 27 de maio de 2023

1797 - Oração


Sombra e Mulher orando
Quando crianças eram só
com saudades sei lá do que
Quando adolescentes viviam só
com saudades do desconhecido
Quando adultas eram só solidão
num deserto de amor
Quando cansadas oravam sem fé
para um Deus desconhecido
Oravam buscando por direção
e seguiam por caminhos tortos
Oravam pedindo para morrerem bem
e só conseguiam viver mal
Oravam para ficarem doentes
e tiveram saúde sem médicos
Oravam por promoções funcionais
e permaneciam estagnadas
Oravam para quitarem suas dívidas
e contraiam mais dividas
Oravam por amor e amaram pouco
porque o amor se foi sem volta
Oravam para escrever sonhos
e não conquistavam leitores
Oravam por uma família
e viviam solitárias de todos
Oravam por sonhos de amor
e sonhavam com indiferenças
Oravam pelo propósito da vida
e não obtinham respostas
Oravam... Pensavam...
Para onde vão as orações?
Quem as ouve?
Qual o critério para as petições?
Sombra e Mulher orando
Viver em silêncio com gritos interiores
é somente autoflagelação sem fim
Viver a velhice na sua decrepitude
é humilhação na frente das lembranças
Rolar dividas e as esconder de todos
é apenas humilhação moral
Amar um amor que não vive
é loucura que preenche
Escrever baboseiras sem leitores
é declamar versos em silêncio
Juntar a família e mesmo assim estar só
é ser de outro mundo para todos
Sonhar com buscas pelo amor sem vida
é pura negação do fim
Não entender o proposito da vida
é caminhar na esperança oca
Negar os pecados do passado
é mentir e seguir pecando
Perguntar onde é o depois?
e ter a resposta - não há um depois
Não importa qual seja o caminho
o vazio se fará presente
Orando... Fingindo...
Orações sem um Deus que as ouçam
e palavras sem fé da Sombra e da Mulher
Elise

terça-feira, 23 de maio de 2023

1795 - Rosas


 

Envio te...
Rosas de bom dia.
Rosas de saudades.
Rosas de gratidão.
Rosas com amor.
Rosas com esperanças.
Principalmente...
Rosas para acaricia ló com ternura.
Rosas que revivam nossos momentos.
Rosam que vençam a separação.
Rosas para perfumarem seu quarto.
Rosas que iluminem seu caminho.
Rosas vindas dos céus como chuvas de amor.
Porque fostes...
Rosas no meu caminhar
Rosas em minhas manhãs.
Rosas a pulsarem no coração.
Rosas no jardim dos sonhos.
Rosas sempre vivas.
Rosas da minha Montanha de Rosas.
De Elise para Rosemberg.


segunda-feira, 22 de maio de 2023

1794 - Nada

Amor!
Sua ausência total
Sufoca a espera e o desejo
É o fim do mundo de dois
A dor seca sem a chuva do amor
A espera e o desejo desapareceram
O Nada...
Onde está o amor neste Nada?
Longe...
Tornou se sombra
Resistência camuflada
Resquício do Tudo antes do Nada
Lutando contra a ditadura do Nada
Imposta pela Morte

Elise

sábado, 20 de maio de 2023

1792 - Encruzilhada Vida e Morte

 

A caminhada interrompida
Sufoca o amor deixando a dor no seu lugar
Juras de "juntos até o fim" são descumpridas
A conclusão dos votos não acontecem

O que resta?
O vazio do amor e da união
Lágrimas e dor acabam
Sonhos e espera perdem a esperança

Tudo chega ao fim!
Sobrevive a saudade apenas de um

A encruzilhada Vida e Morte separa dois em um
Sonhos sem fé unem saudade e desamor
Reinando só um vazio na estrada Viva
A estrada Morte inebria quem foi com ilusões

Caminhos perpendiculares criam almas vazias
A solidão invade o latifúndio improdutivo do amor
A caminhada segue por varias encruzilhadas
E o fim da viagem torna se solitário e silencioso

Tudo chega ao fim!
Somente a saudade de um persiste no caminho
Elise

domingo, 14 de maio de 2023

1786 - Onde

 

Onde está?
O final feliz,
O ruído no interior da casa
E o amor.
Estão todos dentro dos álbuns.
Onde o passado dorme,
Os sonhos são prisioneiros
E a vida sufoca com a poeira.

Onde ficou?
A casa cheia,
As enormes compras de mês
E os passeios de domingo.
Estão todos nas lembranças.
Em arquivos nomeados "aniversários",
Em contas arquivadas como "pagas"
E nos planos de amor com "poucos gastos".

O que foi perdido?
A união do casal,
Os filhos todos juntos
E a fé na velhice a dois.
Sobrou apenas um único caminho.
Perambular sem tréguas no passado,
Dormir desejando sonhos com o passado
E parar na soleira da morte até o chamado.

Elise

sexta-feira, 12 de maio de 2023

1784 - Universo sem Deus

 

Parar de orar
Parar de sonhar
Condições da desesperança
Caminhos sem começo ou fim
Bússola sem norte para o amor
Pés fincados no passado
Pensanentos ocultos em entrelinhas
Coração preso em versos sem rima
Alma oca sem presente ou futuro
Cartas não entregues ao destinatário
Poemas não lidos pela inspiração
Orações sem palavras ou fé
Sonhos sem imagens ou aconchego
Universo interior...
E Deus onde vive?

Elise

quinta-feira, 11 de maio de 2023

1783 - Saudade

 


Saudade é um sentimento grandioso
Faz chorar e rir ao mesmo tempo
Chorar querendo reviver o passado
Rir por relembrar o passado
Passado...
Saudades...
A alma tem gavetas abarrotadas de tesouros
Preciosidades intransferíveis que carregamos
São lembranças de afetos e desafetos
Que seguem junto para além túmulo
Saudades abraçam na hora do choro
Beijam nos momentos de solidão
Protejem quando o medo cria vida
Saudades com lembranças iluminam os dias
Fazem a alma bailar mesmo sem música
Iluminam o rosto com o brilho das lágrimas
E o coração sussurra o nome de sua saudade

De Elise para Rosemberg

quarta-feira, 10 de maio de 2023

1782 - Fundo do poço

 

Chegar vivo ao fundo do poço
É humilhar a Vida que não se desprende
E sobrevive após a lâmina do abandono
Na escuridão sem portas, dores ou alegrias

O fundo do poço oscila ao peso da carcaça
Humilhada a Vida acéfala esperneia
Tentando não submergir no lodo das culpas
Porque a Vida errou e acertou por amor
Elise

terça-feira, 9 de maio de 2023

1781 - O Milagre

 


Esperar por um milagre
Na certeza que não chegará
É fé pequena amamentando o sonho
Apesar da inanição a esperança vive

Buscar os céus é manter a fé
O sonho é nascente que não seca
É esperança a guerrear com a morte
É fome degustando migalhas com talheres
Enquanto a lua embala noites silenciosas

Esperar por um milagre
É caminhar nas vielas da fé
De mãos dadas com os sonhos
Ceando em cacos de pratos com migalhas

Pés caminhando com sapatos sem sola
Maculando o solo com os calos da solidão
Enquanto a alma é aquecida por trapos de fé
Os sonhos fartam se com migalhas
E apenas oram fingindo que o milagre virá
Elise

domingo, 7 de maio de 2023

1779 - Mentiras e Realidades

 

Mentiras...
Mentir para si próprio
Mentir até mesmo para vida
Fingindo deseja lá como amante
Mentiras...
Mentir para todos a sua volta
Relacionar se com a vida
Enquanto flerta com o fim

Realidades...
Realidade despida de si próprio
Realidade oculta desejando o fim
Fingindo ser amante da vida
Realidades...
Realidade vazia e silenciosa no entorno
Relacionar se com a vida sem desejos
Enquanto mentaliza o desejo pelo fim

Elise

sábado, 6 de maio de 2023

1778 - Tristeza sem regresso

Tristeza tu não vais regressar
Sua estadia findou se
Seu trajeto hoje é só de ida
Levaste na bagagem alguns tesouros
Alegrias - Ânimo - Satisfação - Medo

Tristeza tu não vais regressar
Sua estadia findou se
A peregrinação será por novas terras
Deixastes num canto esquecido
A Inspiração ao levar por engano o Medo

Tristeza tu não vais regressar
Sua estadia findou se
Sua rota é longe da minha vereda
A Inspiração esquecida é centelha divina
A germinar alegrias, bom ânimo e sonhos

Elise

sexta-feira, 5 de maio de 2023

1778 - Caminhos

 

Caminhamos...
Trilhamos por caminhos preparados
Pelo amor familiar
Pais

Caminhamos...
Caminhamos e preparamos
Novos caminhos por amor aos novos
Filhos

Caminhamos...
Seguimos no caminho de preparação
São caminhos para os novos dos novos
Netos

Caminhamos....
O amor ampara durante a caminhada
Infinito é o trajeto a unir velhos e novos
Amores

Caminhamos...

De Elise
Para Netos

quinta-feira, 4 de maio de 2023

1777 - Estrelas

 

No céu duas estrelas
Na terra um quarto pequeno
Uma cama velha e pequena
Uma janela e uma grande visão

Avistando no céu duas lindas estrelas
Na imensidão alcançada pela visão
Com doçura na alma que não é pequena
E amor de um coração saudoso

No céu duas estrelas
Na terra um quarto pequeno
Uma cama velha e pequena
Uma janela e uma grande visão

Vislumbrar no céu moradas distantes
Na imensidão brilhante da separação
A iluminar uma alma saudosa
Que ama apenas uma grande paixão

Elise

1776 - Saudade e Amor

Saudade é areia do deserto
Amor é o frescor vindo dos céus
O desequilíbrio entre Amor e Saudade
Formam períodos secos de sentimentos
Acarretando tempestades de areia
A alma sofre com os redemoinhos de areia
A tempestade traz lembranças que ferem
Tudo perde seu rumo no turbilhão de lamentos

Saudade é areia do deserto
Amor é o frescor vindo dos céus
O equilíbrio se faz presente entre Amor e Saudade
Surgem períodos de quietudes e desejos de viver
Os dias alternam vida e morte, calor e frio
Saudade e Amor cantam versos de esperanças
O vento suave acaricia a areia que vive a amar
Tudo permanece sem rumo no deserto silencioso

Saudade é areia do deserto
Amor é o frescor vindo dos céus
O autocontrole une Saudade e Amor na espera
O período de mansidão traz sonhos
Os dias amenos trazem expectativas no amanhã
Saudade e Amor passam a confiar  no depois
O vento desenha miragens a unir Saudade e Amor
Tudo permanece calmo até a próxima tempestade

De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 1 de maio de 2023

1773 - Solidão

Não encontrar se em si mesmo
É experimentar a solidão majestosa
Forte e cruel capaz de assombrar até a morte

O silêncio sufoca ruídos externos
Apenas a voz interna é audível
Confessando pecados com lágrimas mudas 

A morte leva somente metade do amor
Deixando brechas para solidão
Onde o vazio e o silêncio são inquilinos

De Elise



1772 - Mundo vazio

 

Um rei
sem reinado
Uma coroa
sem uma nobre cabeça
Um coração
vazio que ainda ama
Uma mente
que vive de recordações
Um céu
sem nuvens
Uma chuva de lenços
para prantos secos
Um final
que nunca chega
Uma esperança
delirante por um depois
Um mundo sem tempo
preso entre vida e morte
Uma fé murcha
que clama por libertação
Elise
30/04/23