domingo, 21 de março de 2021

1002 - Em casa

Em casa
Cada canto vive a Rosa
Silêncio
Ouvi ló tornou se um vício
Sem cartas
Dar um basta nas entrelinhas
Sem poesia
Libertar os versos da heresia
Vestida de lembranças
Caminhar em frente sem alianças
Coração inflamado
Chorar por não poder ser curado
Celular desligado
O momento é de tempo calado
Silêncio
A mudez dita os termos do exício
Em casa
Saudosa da Montanha de Rosas

De Elise para Rosemberg

* Exício = Perdição, ruína; morte.

sexta-feira, 19 de março de 2021

1.000 - A espera

Mil dias...
Os olhos não lacrimejaram
A alma não esperneou
O céu não chorou
A rotina foi a mesma
Mil dias...
A dor disfarçou se em risos
A solidão rotineira agitou se
O tempo foi vagaroso
A dia aquietou se na fé
Mil dias...
A casa vestiu se de silêncio
Perfumou se com as lembranças
Enfeitou se com o anel das bodas
A espera da campainha tocar
Mil dias...
A espera foi inútil
O amor não veio
O dia virou noite
E o tempo apressou se
Mil e um dias...

De Elise para Rosemberg


1.000 - XXIII VI MMXVIII a XIX III MMXXI

Números marcando vida e morte
XXIII VI MMXVIII a XIX III MMXXI
M dias consumidos por um tempo vazio

Por mais que se some os termos
O resultado é crescente em distância
E decrescente para qualquer interseção

Descrever a saudade em números
É sintetizar o raciocínio lógico
Com termos que finalizam em separação

Desenhando letras e números sem valores
Soma se amor, saudade e lembranças
Mesmo sem obter resultados satisfatórios

DCCLXXVII cartas que nunca serão lidas
DCLXVI folhas repletas de palavras perdidas
CCCXCVI poemas que nunca serão declamados

Nada é suficiente para unir vida e morte
O espaço vazio é equação sem decifração
Cálculos por sonhos não são finalizados

Flashes do passado não trazem felicidade
Apenas o vazio reina absoluto
E agora? O que fazer?

São M dias sem você...


De Elise para Rosemberg

quarta-feira, 17 de março de 2021

998 - Nosso mundo

Eu, você e a casa...
O portão que batia com o empurrão do cão
Você, a casa e eu...
A roupa a bailar com o vento exposta ao sol
A casa, você e eu...
O jardim repleto de flores alegrando cada manhã
Nós dois e nosso mundo...
A casa que ria com o vai e vem dos moradores
Nosso mundo e nós dois...
As janelas que observavam o mundo com fé
Eu e o mundo...
O terraço de braços abertos ao céu faiscante
O mundo e eu sem você...

De Elise para Rosemberg



terça-feira, 16 de março de 2021

584 - 28/01/2020 sonho Não publicar

Estar trabalhando em algum lugar do passado.
Seguir para outro lugar acompanhada por um colega do trabalho -  passado (não sei quem).
Caminhar por uma rua deserta e perceber a cantada este amigo.
Escolher seguir sozinha pela rua deserta.
Chegar a estrada e em frente da tão conhecida metalúrgica Vinagre. Na calçada, encontrar uma roda de samba com algumas pessoas cantando e tocando instrumentos.
Sentado nesta roda de samba junto a estas pessoas, o amigo Serginho e você eu amor.
Você jovem, de macacão, cabelo grande e encarolado.
Você olha para mim e permanece sentado como se não ligasse ao me ver.
Caminho até onde você está e o chamo, você vem em minha direção e após alguns passos, ainda na roda de samba, nós abraçamos.
Saímos caminhando lado a lado em direção a Travessa Cascavel.
Paramos em frente a casa dos Vinagres e finalmente nos abraçamos e nos beijamos.
Nós nos beijamos e nos beijamos muitas vezes, matando a saudade da separação.
Seguimos para sua casa e você brinca de estar preso no portão.
Entramos e lá estava sua mãe, Cuí, Valquíria e as crianças, Pedro e Priscila ainda pequenos.
A casa estava um pouco diferente em espaço, parecia maior.
Brinco com o Pedro sobre seu cabelo grande e encaracolado, mesmo sendo pouco. No que chamo você de careca.
Nos beijamos muitas vezes, nos abraçamos na mesma proporção. Posso ver seu rosto, saber que estamos juntos.
Sonhar com você hoje foi maravilhoso, foi algo inexplicável. Eu precisava deste sonho.
Obrigada meu Deus.

Ante deste sonho eu pensei muito em nós dois, além de relembrar nossos momentos. Lembrei principalmente de como você cuidava de mim quando eu passava mal.

domingo, 14 de março de 2021

994 - O mar dos seus olhos

Seus olhos
foram o mar onde mergulhei confiante
Suas mãos
foram segurança e acolhimento
Seu sorriso
foi poesia a transcender o tempo físico
As marés do seu olhar
nortearam meu coração com segurança
O acolhimento de suas mãos
conduziram nossa naus ao paraíso
Seu sorriso iluminado
foi poesia narrada em dias e noites de calmaria

De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 12 de março de 2021

993 - Aguardar

Despertar na certeza de não haver sonhado
Manter vivo o desejo do sonho
Adormecer orando para sonhar
Embarcar no passado revivendo sonhos vivos
Sonhos não sonhados no adormecer desabitado
Reconciliar o futuro com o passado dia após dia
Mantendo vivo sonhos-lembranças no presente
Adormecer orando para sonhar
Manter vivo o desejo do sonho
Despertar sem haver sonhado e seguir no aguardo


De Elise para Rosemberg

quinta-feira, 11 de março de 2021

992 - Primavera

Montanha de Rosas viveu intensamente
Manteve se viçosa durante os verões abrasadores
Aquietou se nos outonos que despiam suas folhas
Guardou se no inverno fortalecendo seus sonhos
A primavera chegou com seus perfumes e cores
Montanha de Rosas refloriu todos os seus sonhos
E de tão feliz agarrou se a primavera e não a soltou
Flores, Rosas, Brotos e Perfumes duraram décadas
A primavera infinita desabrochou todas as flores
Alegrando e embelezando Montanha de Rosas
A primavera infinita acariciava com seus perfumes
Cada galho que olhava para o céu
Os brotos gritavam que as pequenas folhas
Eram a esperança de que florir é um ato de amor
A primavera era o coração da Montanha de Rosas
Foram 25 anos de primavera ininterrupta
Um instante...
O tempo virou bruscamente
O inverno apoderou se da Montanha de Rosas
O frio intenso invadiu as Rosas e os sonhos
Encurtou os dias e apagou as luzes do céu
As Rosas e tudo a sua volta secaram
Montanha de Rosas virou apenas lembrança

De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 8 de março de 2021

989 - Falta você

Hoje...
Falta você...
Falta o abraço para iluminar o "Dia da Mulher"
Falta o olhar carinhoso aconchegando sonhos
Falta o sussurro malicioso a unir corações
Amanhã...
Faltará você...
Faltará o beijo de bom dia para aquecer a rotina
Faltará o café da manhã com olhares de cumplicidade
Faltará o abraço de apoio mutuo onde dois são um
Ontem...
Faltava o amor...
Faltava alegria até a chegada da sua luz na minha vida
Faltava abrigo até seu abraço abarrotar minha solidão
Faltava mão estendida até encontrar seu abraço protetor
Tempo...
Tempo sem você...
Tempo que foi inundado por você
Tempo que vive a espera do final que já pereceu
Tempo vazio de vida que apenas segura as lembranças
Falta você...

De Elise para Rosemberg

sábado, 6 de março de 2021

987 - Mil dias

Atravessar mil dias sem você...
Por mil dias o futuro foi passado
O presente foi apenas silêncio
Buscando por nós dois no desabitado
Na certeza que ainda existimos

Atravessar mil dias sem você...
O milagre das lembranças foi cuidado
Preservado e amado a cada minuto
Para que riquezas de uma vida a dois
Não se extinguisse com a morte

Atravessar mil dias sem você
A solidão não destruiu a união
Apenas transformou a saudade sem fé
No desejo de que haja um depois para a vida
Mesmo negando a existência da alma

Atravessar mil dias sem você...
As lembranças que acalmam o presente
São as mesmas que sufocam a esperança
Matam os sonhos de mãos dadas
E os olhares companheiros na mesma direção

Atravessar mil dias sem você...
Reviver lembranças silenciosas é luta constante
Para não as esquecer com as estações
A velhice traiçoeira apodera se de tudo
Deixando apenas uma saudade sem referência

Atravessar mil dias sem você...
Você vive em mim e eu vivo em você
Unidos pela conexão do anel de prata
Elo inabalável que resiste ao tempo
Onde riquezas materiais não contam

Atravessar mil dias sem você...
Mergulhar no doce mar das lembranças
Para contemplar minha imagem em seus olhos
E caminhar confiante em sua direção
Na certeza que os dias descansarão em paz

Atravessar mil dias sem você...

De Elise para Rosemberg

quarta-feira, 3 de março de 2021

983 - Chamar

Pronunciar o nome do passado 
A todo instantes dia após dia
Mantendo o vivo no presente

Chamar pelo amor  do passado
Preso ao presente sem futuro
Mantendo o atrelado ao sonho diário

Invocar seu nome para encontra ló
No presente morto que respira passado
Mantendo a vida mecânica junto a mim

Segura ló vivo na teia do presente
Não o deixando morrer dia após dia
Mantendo o como fonte de vida

De Elise para Rosemberg