domingo, 31 de janeiro de 2021

953 - Gavetas

Um único amor e dois corações
Gavetas cheias de roupas
E vazias de vida e esperança
Gavetas ocas de sonhos
E cheias da espera incansável
Dois corações e um único amor
O sol não aquece mais o amor
Que esta na gaveta da solidão
Embalado pelas lembranças
Para não ser esquecido
Um amor aguardando o outro
Momentos eternos estão trancados
Na gaveta das preciosidades
Momentos de alegrias
Ocupam parte da gaveta da solidão
Duas almas num único coração
Promessas de união entre almas
Ficam na gaveta sagrada do coração
Palavras escritas depois da morte
Serão lidas por corações de um único amor

De Elise para Rosemberg

sábado, 30 de janeiro de 2021

952 - Cartas

Cartas que sobem aos céus
Cartas orações escritas dia após dia
Aspirando unir almas separadas
Com palavras silenciosas que voam
Buscando avistar o olhar do amor
Escrever acordada os sonhos de dois
Vencendo o mistério da separação
Entrelinhas ocultam um único pedido
Encontrar a mão estendida do amor
E de mãos dadas serem apenas um

Cartas que sobem aos céus
Cartas orações escritas dia após dia
Buscando o amor apartado da vida
Desejando encontrar o abraço acolhedor
Nas cartas escritas sem chegar ao fim
Tentando vencer a dor da separação
Linhas e entrelinhas traduzem saudade
Do olhar na mesma direção
Da cumplicidade serena no caminhar
E dos braços dados serem apenas um

De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

951 - Esperar

Esperar mesmo sem a certeza da eternidade
É confiar num abraço reconfortante no final
Anoitece e renasce a espera pelo sonho
O mundo muda e os sonhos permanecem
A espera mina as forças da morte
Amanhece e morre a esperança de ter sonhado
Lágrimas não salgam a espera paciente
Mesmo que o amor não seja eterno
Fechar os olhos e esperar sonhar acordada
Esperar não é sofrer inerte na vida
É apenas uma filosofia pulsante no coração
Encher a mente de sonhos para o anoitecer
Quem semeou amor no solo da vida
Espera colher união entre a vida e a morte
Inundar o dia com os sonhos não sonhados
Esperar aguardando na companhia das estrelas
Esperar vigiando a rosa florescer ao amanhecer
Porque esperar é sonhar com a chegada
Ter certeza que o amor vai chamar
De braços abertos abrigando a saudade
O fim da espera vai luzir o amor nos corações
Porque a fé e a confiança triunfarão

De Elise para Rosemberg


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

941 - Poucas palavras

Poucas palavras disfarçam a saudade
Sentimentos cabem em poucas linhas
A boca muda grita pelo amor apartado
Palavras puras e belas se ligam a esperança
Três palavras buscam o olhar companheiro
Eu te amo refletido nos olhos do outro
Palavras rendam orações diárias
Afastando o longo tempo de separação
Pensamentos nunca deixam o amor só
O amor apartado vive de saudades
As lembranças nunca deixam o amor só
O amor solitário vive do passado
Poucas palavras tecem o rosário de amor

De Elise para Rosemberg


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

935 - Atordoado


O corpo debate se
numa agonia sem fim.
Atordoados são os dias
vazio da união.
Caminhar sozinha
é tarefa árdua.
Não há norte na bússola
de quem fica.
O medo roça
atormentando as dúvidas.
Gritar sem eco
chorar sem lágrimas.
Aguardando o embarque
com bilhete sem data.
Quando? A incerteza
castigo sem clemência.

De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

930 - O tempo e a morte

Casal inseparável
O tempo e a Morte
Visita indesejada
A debochar do amor
Sem prosa ou trela
Instalam se
Sem hora marcada
O passado
Pertence a Morte
O futuro
Pertence ao Tempo
Quem fica sem amor
Morre um pouco a cada dia
Sem lamúrias
O coração vazio apronta se
A visita indesejada
Que sem dialogo só subtrai
O desalento branda com a morte
Suplicando descanso para a saudade

De Elise para Rosemberg

domingo, 3 de janeiro de 2021

925 - Silêncio

O silêncio é assustador
Escraviza sentimentos
Fortalece medos
Faz ruir certezas
O olhar perde o brilho
As palavras perdem o som

O silêncio é opressor
Os olhos se fecham
A saudade sonha
O arrependimento tenta ouvir
Beijos estalados não dados
Gemidos não sussurrados

O silêncio violenta a fé
Emudece gargalhadas
Fragiliza a coragem
Fomenta o desanimo
Os olhos sentem pavor
Os sonhos viram pesados

O silêncio faz se sedutor
O pesar faz se mudo e surdo
Aos carinhos não dados
As declarações não reveladas
Aliciando a alma calada
Torna se dono do destino

De Elise para Rosemberg

924 - Não há sentido

Ano novo sem sentido
Não há sonhos noturnos
Somente lembranças despertas
Não há estrelas no céu
Somente nuvens de lágrimas
Não há marés nas praias
Somente mar morto
Não há caminhada sem amor
Somente vielas de saudades

Ano novo sem sentido
Não há orvalho nas flores
Somente garoa de lágrimas
Não há luz na alma
Somente nevoeiro no coração
Não há aventuras sem estrada
Somente o perigo dos delírios
Não há sentido no amor sem vida
Somente a carcaça sobrevive.

De Elise para Rosemberg