domingo, 25 de fevereiro de 2024

2072 - Ilusão

 


O amanhecer do futuro
desponta medos antigos.
O anoitecer do passado
despede-se com saudades.
O presente confina-se
nos sonhos de pura ilusão.

A loucura diária
embriaga o medo da solidão.
O presente embarca
suas lembranças na ilusão.
O futuro é viagem indecifrável
na longa caminhada.

O último a embarcar no presente
é o infrator arrependido.
O passado é bagagem
e a morte o check-in.
Não havendo garantias
de um reencontro no final.

De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

2071 - Crepúsculo e amanhecer

 


O crepúsculo da vida assusta.
O desconhecido intimida a velhice,
Mas as lembrancas do passado luminoso,
Nutrem o coração com destemor.

O amanhecer de um novo reinado,
São as certezas de uma continuidade.
A vida mantém seu ciclo familiar,
Perpetuando sementes semeadas.

O crepúsculo apaga a luz da paixão,
Acendendo o brilho da saudade nas estrelas.
Felicidades vividas iluminam o céu da solidão,
Confirmando que houve SIM felicidade.

O cheiro da felicidade paira no horizonte,
Transitando entre o crepúsculo e o amanhecer.
Confirmando que reinados são substituídos,
Novas floradas perfumarão novos "para sempre".

De Elise para Berguinho

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

2067 - Felicidade e medo

 


Felicidade e medo andam de mãos dadas
Caminham e tropeçam juntos
Espremem o coração
Enquanto sorriem e choram
Sem saber o que fazer
A carcaça caminha e tropeça
Vivendo um dia de cada vez
Felicidade e medo andam de mãos dadas
A cada amanhecer incerto
A carcaça marcha com sua bandeira
Tremulando rogativas aos céus
Acenando por amparo e forças
O medo é a sombra da velhice
A felicidade a luz do dever cumprido
A conta da velhice tem pendências
Felicidade e medo andam de mãos dadas
O abandono silencioso é invisível
Tendo apenas o medo por companhia
O dever cumprido é obrigação moral
O amor distribuído opção de vida
A velhice estendida não era o desejado
Solitária a carcaça caminha sem rumo
Fingindo não haver medo do amanhã
Felicidade e medo andam de mãos dadas

De Elise Schiffer

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

2066 - O tempo e o coração

 

O coração é um cofre.
Protegendo tesouros preciosos,
Pessoas, momentos
E sentimentos.
O tempo consome tudo,
Menos os tesouros do coração

O amor é a chave do cofre,
Tornando-o inviolável pelo tempo.
O cofre preserva os momentos,
Embala os sentimentos saudosos
E mantém vivas as pessoas distantes
O tempo não entra em solo sagrado

De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

2064 - Recaídas

 


Recaidas da saudade
Ralam o coração solitário
Tantas são as cicatrizes
Que a dor vem e logo vai

O choro é silencioso
Ficar em pé é uma obrigação
O trajeto deve ser percorrido
Não importando os tropeços

As lembranças curam os ralados
Impedindo que dor se instante
Mãos solitárias secam as lágrimas
Aprumando a alma para prosseguir

Recaídas da saudade
Despertam o amor que cochila
Alertando para o seguir continuo
Desistir da caminhada é proibido

De Elise para Rosemberg

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

2060 - Último sonho

 

Quando não houver mais tempo.
O último suspiro viajará ao passado.
Onde sonhos são permitidos e
A emoção vive a flor da pele.

A saudade abraçara as lembranças.
E a mente sussurrara - eu te amo.
Assim findara o tempo da separação.

Só um sonho...

O ultimo sonho tatuado na retina.
Em pouco tempo será pó solto ao vento.
Teimando reter a fé.no seu DNA.

Vagando sem rumo ao passado.
A poeira do sonho encontra abrigo.
Na metade de uma saudade
Que vive aguardando parte do seu sonho.

De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

2060 - Vazio da velhice

 

O silêncio atravessa o corpo,
Como uma fecha mata vagarosamente.
O tempo moroso faz a ferida queimar,
Deixando a dor perpetuar seu reinado.

No abandono...
Na soleira da morte...

O que fazer além de sonhar?
Súplicas antigas não são recebidas no céu.
Resta ouvir a voz interior da solidão e
Declamar versos ao passado feliz em orações.

No abandono...
Na soleira da morte...

Resta o silêncio que dita regras de sobrevivência.
Restam horas infinitas que prolongam a vida.
Restam lembranças que chicoteiam a saudade.
Resta perecer...

De Elise Schiffer

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

2055 - Ilusão

 

Levar pelas mãos a solidão
É o que há por companhia.
Levar na mente as lembranças
É o que a fé tem por oração.
Levar no coração a saudade
É o que restou dos bons tempos.
Solidão, oração e saudade
É a bagagem da carcaça cansada.

A estrada conduz a carcaça ao mar
Onde os desejos boiam nas mares.
As estrelas indicam a direção
Onde vive o amor apartado.
As ondas sonorizam o amor
Onde versos encontram seus ecos.
O tempo da viagem é um delírio
Onde a chegada é só um devaneio.

De Elise para Rosemberg

2055 - Viajar

Viajar...

Aprontar as malas

Não antecipa a viagem.

O trem tem dia e hora

Para o embarque.

A espera interminável

Não abranda o medo do novo.

Viajamos...

Malas leves contendo muito

Lembranças e amores da vida.

O embarque é rápido

Apesar da longa espera.

O medo grandioso

Transforma-se em força.

Regressamos...


De Elise para Elise


terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

2054 - Ficou...

 


Não pude fazer durar
Não pôde ser para sempre
Ficou para sempre as lembranças
Ficou para sempre as poesias

Não pude segura-lo ao meu lado
Não pôde haver um elo eterno
Ficou o seu perfume em mim
Ficou o florescer dos versos

De Elise para Rosemberg
06/02/24

sábado, 3 de fevereiro de 2024

2051 - Certezas encarceradas

 

Envelhecer traz certezas.
Não beber da fonte da juventude.

O último suspiro será para filhos e netos.
Liberta a alma irá para sua Montanha de Rosas.
No desterro final rogar por filhos e netos.
Liberta a alma recitara para sua Montanha de Rosas.

Envelhecer traz certezas.
Não prolongar os dias.

Amar perto ou longe os filhos e netos.
Curtir lembranças do passado feliz.
Rogar pela vida animal, vegetal e mineral.
Liberta a ama recitara para todo tipo de vida.

Envelhecer traz certezas.
O verdadeiro cárcere é a vida.

De Elise para Márcia
03/03/24

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

2050 - Loucura

 

A loucura faz da realidade algo suportável.
O silêncio faz-se sussurros de amor.
O caminhar apoia-se no coração cansado.
As palavras escritas rumam ao reencontro.

A loucura faz da realidade um templo sagrado.
Os versos são o consórcio da nova aliança.
Os poemas falam de dois num mesmo sonho.
As cartas cruzam o infinito entre vida e morte.

A loucura faz da realidade algo primoroso.
A saudade repousa na espera contínua.
O grito silencioso ultrapassa o horizonte.
A vida floresce no jardim da esperança.

A loucura uni o impossível ao inesquecível.
A solidão busca por vida no passado de glória.
A saudade incurável vence o tempo sorrateiro.
A caixa da loucura guarda a felicidade vivida.

De Elise para Rosemberg