terça-feira, 28 de setembro de 2021

1193 - Vazio III

Vazio...
Cansaço da solidão
Horizonte de haveres
Vazio torna se amanhecer
Pleno são os dias
O que sou? Tornou se Nós
O tempo avia se
Amanheceres se multiplicam
Horizonte perde seus haveres
Solidão cansada
Vazio...

De Elise para Montanha de Rosas

sábado, 25 de setembro de 2021

1190 - Fios de prata

O amor é tecido com fios de prata
unindo mãos, corações e almas
Flexível e elástico para moldar se
a intempéries da caminhada
Os fios do amor bordam flores
que enfeitam os sonhos
Dia após dia almas se unem
na costura sem pontas soltas
De fio em fio vai se cerzindo vidas
que mesmo distantes não se separam

Fios de prata tecendo o amor
unindo amizade, intimidade e confiança
Infinitos e hábeis em delimitar o céu e a terra
num horizonte de sonhos fortes
Flexíveis para unir a alma imortal
com a carcaça que vive a ranger de saudade
Forte e protetor o amor resiste
na trama de fios que aquecem o tempo
Tempos diferentes entre o céu e a terra
unidos apenas pelos fios de prata do amor
De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

1189 - Sem meu leitor

Como caminhar na estrada da poesia
Se tu meu leitor na estais no caminho
Somente tu conseguias ouvir o canto
Dos versos escritos só para ti
Seu olhar decifrava cada declaração
Percorrendo fantasias de nós dois

Como escrever nas folhas em branco
Sobre a morte do poeta e do leitor
Somente o silêncio invade lados opostos
Desonrando o marco divisório das vidas
Somente tu meu leitor tinhas a chave
Do mistério e perfeições das entrelinhas

Como reler os versos do seu olhar
Se tu vives apenas nas lembranças
Como poeta sem leitor e inspiração
Resta andar na divisão móvel do tempo
Viver sem pertencer ao presente
Delirando um futuro para nós dois

De Elise para Rosemberg



segunda-feira, 20 de setembro de 2021

1185 - Substantivos e Adjetivos

De todos os substantivos que lhe couberam
Quatro estão tatuados em nossos corações
Por toda a caminhada infinita
Filho - Pai - Marido - Amor
De todos os adjetivos que lhe couberam
Quatro permaneceram como herança aos seus
Por toda a caminhada infinita
Amigo - Companheiro - Bom - Integro
Substantivos e Adjetivos em oralidade
Demonstram sua grandeza com o próximo
Mantendo seu perfume em cada coração
E assim é mantido vivo o homem chamado
- Montanha de Rosas - Rosemberg

De Elise para Rosemberg

domingo, 19 de setembro de 2021

1184 - Luz

Meu mundo
orbitava ao seu redor
Sua luz
cintilava a cada amanhecer
E a cada entardecer
havia uma certeza
Que tu iluminarias meu céu
com pontos de luz
Para que estivéssemos unidos
a cada instante do caminho
Hoje sem sua luz
escrevo na escuridão
Implorando que a solidão
sussurre poemas só teus
As memórias estão emaranhadas
em nós cegos que não desato
A saudade não encontra a ponta
do fio que afrouxe a dor da ausência
Sem sua luz a vida secou,
o caminho estagnou na desolação
Restou me as palavras
que vivem sem aurora ou poente
Buscando forças no amor
adormecido no jardim sem rosas
Que mesmo assim perfumam
a escuridão da sua ausência e sussurram
- Eu te amo minha luz.

De Elise para Rosemberg






quarta-feira, 15 de setembro de 2021


Uma velha franzina pede ajuda para atravessar a rua. Prontamente uma mulher vazia de tudo estendeu o braço e conduziu a velha franzina até o outro lada da avenida.
A mulher vazia conduziu a velha franzina de cabeça baixa e calada. Ao chegar do outro lado da rua a velha agradeceu.
- Obrigada por sua ajuda. Como posso retribuir?
- Nada.
Foi a única palavra que a mulher vazia pronunciou.
A velha franzina insistiu.
- Diga como posso retribui lá?
- Não precisa.
A mulher vazia pronunciou duas palavras.
- Quero retribuir. Então faça me um pedido, Um único pedido que seja só para você.
A mulher vazia levantou o olhar e disse.
- Não há nada.
A velha franzina sorriu e disse.
- Consegui seis palavras. Estamos melhorando. Diga me mulher o que deseja?
A mulher vazia sorriu e saiu caminhando.
Neste exato momento a velha franzina caí na calçada, obrigando que a mulher vazia voltar e ajuda lá a ficar em pé.
A velha franzina é firme em seu questionamento.
- O que você deseja: Uma máquina de costura? Ver a aurora boreal por um minuto? Eu sei que você sonha com essas coisas.
- Como a senhora sabe destas coisas?
- Eu sei tudo sobre você desde que você nasceu,
- Quem é a senhora?
- Sou seu anjo da guarda.
- Eu não acredito nestas coisas.
- Diga o que você mais deseja.
- Eu quero vê lo.
- Isso eu não posso, ele esta em outro plano.
A mulher vazia grita na rua.
- Vá para o inferno.
Deixa a velha franzina sozinha na calçada e vai para sua casa vazia.
A mulher vazia volta sem comprar o pão que ido buscar na padaria.
- Estou louca! Pensa a mulher vazia. - Eu entrei na onda daquela esclerosada e fiz um pedido. Loucura!
Assim como tantos outros dias, a noite chega.
O silêncio é vivo e pulsante.
A mulher vazia pensa.
- Eu quero realidade, basta de sonhos.
A mulher vazia deita se e rapidamente adormece.
E sonha...
Algo brilhante e translucido surge ao lado de sua cama, A mulher vazia tenta tocar e é impedida por aquela forma meio humana meu ser de luz.
Assim cai em sono profundo.
A mulher vazia esta acordada num lugar estranho e reencontra a velha franzina,
- A senhora aqui? Até no meu sonho?
- Eu vim ajuda lá. Você anda muito vazia. Eu vim conceder lhe a realização de um desejo. Um desejo para você.
- Não há nada que eu queira além de vê lo. Isso você não vai me dar.
- Entenda que ele seguiu um novo rumo.
- Vivos e mortos não podem se encontrar.
- Se você pode realizar um desejo meu, já sei o que eu quero.
- É para você?
- Sim!
- Eu quero morrer por um minuto no tempo do céu.
- Não posso conceder isso. Há o risco de você não voltar e estou aqui a cuidar de você e não deixa lá morrer.
- Eu volto. Prometo.
- Você poderá vê lo mas ele não a verá, nem ao menos sentirá sua presença. A força que os separam é mais forte que o amor.
- Eu quero. Se deseja ajudar me de verdade, é isso que eu quero.
- Durma!
- Eu estou dormindo, caso contrário não estaria neste sonho louco.
- Durma...
A mulher vazia adormece dentro do seu próprio sono. Sente se flutuar e uma forte sacudida a acorda.
A mulher vazia esta numa rua deserta, o céu é cinza e no ar há uma leve neblina.
Ela para, observar tudo a sua volta e pode ver longe uma casa. Deside caminhar até a casa













por um minuto.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

1171 - Dia nublado

O dia chora
por este exílio de ti
O sol aquietou seu brilho
tamanha tristeza
A lua apartou se do céu
e as estrelas se apagaram
Lágrimas descem do céu
regando o que foi um jardim
O mar serenou suas ondas
lembrando de ti
As árvores não bailam
com a garoa afagando as folhas
O dia queria apenas te ver
tamanha saudade
A chuva que desce do céu
penetra no solo e na alma seca
Fazendo chover nas lembranças
que iluminam a meia luz o presente
Resta recostar a cabeça no passado
observar o nublado do dia e da alma
Lembrar dos dias de sol
e dos passeios na Quinta
Sorrir ao estar no passado
e ouvir o vento declamar nosso amor
O dia está nublado

De Elise para Montanha de Rosas
06/09/21





sexta-feira, 3 de setembro de 2021

1167 - Vazio II

O jardim secou
Sem você o jardim tornou se um descampado
Onde a vida clama pela morte
A vida silenciou
O ruído das algazarras deram lugar ao vazio
Onde o amor clama pelo passado
O céu escureceu
Sem você a noite apartou se do luar só nosso
Até as estrelas despencaram do céu por falta amor
A roseira morreu
Os olhos buscam pelas rosas que não florescem
Até as rosas morreram sem o seu perfume
Braços sem abraços
Braços vazios choram sem suas mãos estendidas
Mãos que cuidavam, guiavam e protegiam
O jardim secou findando seu ciclo
A vida silenciou cumprindo a evolução
O céu escureceu dentro da alma
A roseira morreu e a montanha virou deserto
Os braços não abraçam mais por falta de vida

De Elise para Rosemberg