Uma velha franzina pede ajuda para atravessar a rua. Prontamente uma mulher vazia de tudo estendeu o braço e conduziu a velha franzina até o outro lada da avenida.
A mulher vazia conduziu a velha franzina de cabeça baixa e calada. Ao chegar do outro lado da rua a velha agradeceu.
- Obrigada por sua ajuda. Como posso retribuir?
Foi a única palavra que a mulher vazia pronunciou.
A velha franzina insistiu.
- Diga como posso retribui lá?
A mulher vazia pronunciou duas palavras.
- Quero retribuir. Então faça me um pedido, Um único pedido que seja só para você.
A mulher vazia levantou o olhar e disse.
A velha franzina sorriu e disse.
- Consegui seis palavras. Estamos melhorando. Diga me mulher o que deseja?
A mulher vazia sorriu e saiu caminhando.
Neste exato momento a velha franzina caí na calçada, obrigando que a mulher vazia voltar e ajuda lá a ficar em pé.
A velha franzina é firme em seu questionamento.
- O que você deseja: Uma máquina de costura? Ver a aurora boreal por um minuto? Eu sei que você sonha com essas coisas.
- Como a senhora sabe destas coisas?
- Eu sei tudo sobre você desde que você nasceu,
- Quem é a senhora?
- Sou seu anjo da guarda.
- Eu não acredito nestas coisas.
- Diga o que você mais deseja.
- Eu quero vê lo.
- Isso eu não posso, ele esta em outro plano.
A mulher vazia grita na rua.
- Vá para o inferno.
Deixa a velha franzina sozinha na calçada e vai para sua casa vazia.
A mulher vazia volta sem comprar o pão que ido buscar na padaria.
- Estou louca! Pensa a mulher vazia. - Eu entrei na onda daquela esclerosada e fiz um pedido. Loucura!
Assim como tantos outros dias, a noite chega.
O silêncio é vivo e pulsante.
A mulher vazia pensa.
- Eu quero realidade, basta de sonhos.
A mulher vazia deita se e rapidamente adormece.
E sonha...
Algo brilhante e translucido surge ao lado de sua cama, A mulher vazia tenta tocar e é impedida por aquela forma meio humana meu ser de luz.
Assim cai em sono profundo.
A mulher vazia esta acordada num lugar estranho e reencontra a velha franzina,
- A senhora aqui? Até no meu sonho?
- Eu vim ajuda lá. Você anda muito vazia. Eu vim conceder lhe a realização de um desejo. Um desejo para você.
- Não há nada que eu queira além de vê lo. Isso você não vai me dar.
- Entenda que ele seguiu um novo rumo.
- Vivos e mortos não podem se encontrar.
- Se você pode realizar um desejo meu, já sei o que eu quero.
- É para você?
- Sim!
- Eu quero morrer por um minuto no tempo do céu.
- Não posso conceder isso. Há o risco de você não voltar e estou aqui a cuidar de você e não deixa lá morrer.
- Eu volto. Prometo.
- Você poderá vê lo mas ele não a verá, nem ao menos sentirá sua presença. A força que os separam é mais forte que o amor.
- Eu quero. Se deseja ajudar me de verdade, é isso que eu quero.
- Durma!
- Eu estou dormindo, caso contrário não estaria neste sonho louco.
- Durma...
A mulher vazia adormece dentro do seu próprio sono. Sente se flutuar e uma forte sacudida a acorda.
A mulher vazia esta numa rua deserta, o céu é cinza e no ar há uma leve neblina.
Ela para, observar tudo a sua volta e pode ver longe uma casa. Deside caminhar até a casa
por um minuto.