domingo, 28 de junho de 2020

736 - Continuar o caminho

Agora restou o caminho sem você,
Acordada busco por você nos sonhos.
Dormindo tenho a certeza que tu acordaste.
Você se foi e eu não sei caminhar sozinha.
Falta me coragem para seguir em frente,
Refazendo agora um caminho só meu,
Aprendendo a sonhar meus próprios sonhos.
Deixando seus sapatos no armário
E calçando minhas sandálias da peregrinação.
O caminho é longo até te encontrar.
Meus passos não conhecem o caminho.
Minhas mãos tateiam na escuridão.
Meus olhar turvo não identifica os sinais.
Só o coração tem a rota para o seu aconchego.

De Elise para Rosemberg.
736

sábado, 27 de junho de 2020

Meu trabalho

O escritor é vaidoso e como tal busca por leitores desesperadamente. A internet alimenta esta vaidade com os compartilhamentos abertos via Facebook, Twitter e outros aplicativos.
O bom senso por alguns instantes ilumina a mente dos pretensos escritores e os fazem entender o quanto são arrogantes em seus sonhos.
Nem toda palavra de amor ou de dor é um trabalho literário. Agradeço aos leitores próximos e distantes do meu Brasil, por cada leitura.
Elise

736 - Medo

O medo é silêncio externo com gritos interiores,
É oração com palavras de esperança sem fé.
Recordação.
Metade vive na saudade que grita,
A outra metade é o silêncio da partida.
Nostalgia.
Não é permitido desembarcar do sonho,
O medo espreita a vida por trás da máscara.
Lembrança.
Sem compromisso o medo enraíza o cansaço,
E a alma cede ao silêncio da saudade.
Pesar.
O medo estende se pela casa silenciosa,
E os gritos interiores fazem companhia ao banzo.

De Elise para Rosemberg.
736

735 - Lembranças II

Lembranças que abraçam,
Preenchendo braços vazios,
Aquecendo instantes da vida.

Lembranças que vão tecendo,
Mantos com retalhos de amor,
Que alentam e transformam
O vazio da sua presença.

Lembranças caridosas
Abraçam a dor da partida,
Diluindo o peso da saudade.

Lembranças que vão e vem
Como ondas trazendo calmaria,
Para alma agonizante sem vida.
Lembranças...

De Elise para Rosemberg.
735

sexta-feira, 26 de junho de 2020

734 - Mais um dia... Mais uma noite...

Mais um dia sem o seu bom dia.
Mais um dia com o café da manhã solitário.
Mais um dia arrumando a cama sem sua ajuda,
Mais um dia...
Sem dor.
Mais um dia do lar silencioso apesar do barulho,
Mais um dia a declamar poesias sem sua presença,
Mais um dia sem almoço a dois.
Mais um dia...
Poucas lágrimas.
Mais um dia sem o lanche da tarde com bolo,
Mais um dia sem cobrar os horários dos remédios,
Mais um dia diante da TV sem braços entrelaçados.
Mais um dia...
Imensa saudade.
Mais um dia rezando o terço pensando em você,
Mais um dia de boa noite sem resposta,
Mais um dia que termina sem você.
Mais uma noite...
Muitas lembrança.
Mais uma noite esperando pelos sonhos,
Mais uma noite dormindo sem mãos dadas,
Mais uma noite desejando seja a última.
Mais uma noite...
Resta esperança.
Mais uma noite com sonhos desorientados,
Mais uma noite de busca incansável por você,
Mais uma noite cheias de sonhos sem você.
Mais uma noite...
Morre a fé.
Mais uma noite com olhos fechados e mente alerta,
Mais uma noite com medo do fim solitário,
Mais uma noite que se vai dando lugar ao amanhecer.
Resta acordar e adormecer.

De Elise para Rosemberg.
734

quinta-feira, 25 de junho de 2020

733 - Fio de letras

Consoantes e vogais de mãos dadas.
Formam palavras que dão sentido a vida.
São expressões que geram os poemas.
Os versos de mãos dadas com o amor,
Ligam o céu e a terra pelo fio do destino.
Mãos separadas pela soleira da morte,
Permanecem  atadas pelo fio mágico.
Consoantes e vogais de mãos dadas,
Transformam a saudade em versos,
E os versos em poemas de vida eterna.

De Elise para Rosemberg.
733

733 - Lembranças I

Não há solidão, 
Se há um passado vivo aguardando o futuro.
Não estamos só quando há lembranças.
O recomeço é um amanhecer com reminiscências.
A cada dia o sonho de encontra lo é renovado.
Não vê-lo hoje, não importa,
Se o vi ontem e o verei amanhã.
As manhãs despertam o encanto das memorias, 
Que tecem um manto com fios do amor paciente,
Envolvendo  e aquecendo o passado 
Que renasce a cada amanhecer.

De Elise para Rosemberg.
733


quarta-feira, 24 de junho de 2020

732 - Esperar

A felicidade que antes resplandecia,
Hoje é noite sem estrelas.
O amor que permanece grandioso,
Aprendeu que a espera vence a distância.
A morte deixou dúvidas,
Que palavras e sonhos não respondem.
A separação imposta pelo passamento,
Não teme a barreira do tempo.
Num dia qualquer sem esperar,
A felicidade voltará a cintilar.
Se é preciso aguardar,
Que seja buscando as estrelas.
De tanto percorrer o olhar no céu,
O amor reencontrara a felicidade.
E finalmente duas estrelas,
No horizonte irão brilhar.

De Elise para Rosemberg.
732



terça-feira, 23 de junho de 2020

731 - Tentar (2 anos)

Desesperadamente.
Tentei segura-lo,
Nossas mãos se separaram.
Desalentada.
Tentei acariciar seu rosto até o fim,
o túmulo separou nosso contato.
Esperançosa.
Tentei sonhar contigo,
as noites escureceram os sonhos.
Preservando.
Tentei guarda-lo comigo,
as roupas e as fotos amarelaram.
Iludida.
Tentei segurar sua voz,
o silêncio apropriou se da casa.
Recordando.
Tentei guardar nossas lembranças,
essas sim estão presas na alma.
Empenhada.
Tentei...
tentei...
Suplicando.
Tentei em vão não perde-lo,
o tempo correu e dois anos nos separam.

De Elise para Rosemberg.
731




domingo, 21 de junho de 2020

729 - Pesadelo

Hoje um pesadelo me despertou.
O medo fez ruído de luta interior.
Apavorada busquei sua proteção.
Não havia camiseta para segurar.
Nem seu braço para me envolver.
Lembrei do passado com você.
Tempos sem aflições ou receios.
O medo hoje é assombração.
Acordada sou solidão sem lágrimas. 
Adormecida sou comiseração na busca.
Nos sonhos esmiúço até te encontrar.
Desperta sigo a relembrar o pretérito.
Hoje acordei de um sonho ruim.
O tempo perdeu o futuro desejado.
O presente é o passado consumado.
Um passado que ficou comigo,
E eu perdi o meu presente.

De Elise para Rosemberg
729










sábado, 20 de junho de 2020

728 - Sonhos

Há sonhos com rastros de felicidade.
Bastam apenas alguns instantes no céu,
Para abrandar a dor da saudade.
A realidade apesar da ausência,
Brilhar ao fechar dos olhos 
Ao relembrar quão doce é o reencontro.
O caminhar na direção certa,
É acreditar que o amor vive.

Há sonhos que rompem os grilhões da dor.
Bastam apenas alguns instantes perto,
Recostando a cabeça no ombro amado.
No céu a realidade não é viva nem morta,
Apenas é luz a iluminar almas sem união
Que se reencontram no olhar acolhedor.
O retorno a realidade certa,
É voltar com a certeza que o amor vive.

De Elise para Rosemberg.

terça-feira, 16 de junho de 2020

723 - Certeza que há vida

Parada da desilusão, aguardando sei lá o que.
Surge a condução da esperança, trazendo vida.
Transportando o amor de outrora para perto.
Hoje é dia de bençãos e alegrias entre vidas.
O amor desembarca na parada da desilusão.
Peito vestido de carmim afirmando que há amor.
Caminhar alvo como a fé apesar de envergonhado.
Termina a espera, correr para o amor é possível.
A distância é desfeita com o entorno dos corpos.
Cabeça recostada no peito que foi seu porto seguro.
Sentir que o encontro é real com corações a pulsar.
Admirar o rosto e o porte do cavalheiro das rosas.
Ouvir a certeza que há vida apesar da distância.
Permanecer recostada no peito para sentir a vida.
Ter a certeza de que vidas se unem em sonhos.
Acordar feliz e aguardar até o próximo encontro.

De Elise para Rosemberg.
723


segunda-feira, 15 de junho de 2020

723 - sonho em 15/06/2020 - Segunda feira. NÃO PUBLICAR.

Sonho celestial.

Parada na calçada com meu filho mais velho.
Um ônibus se aproxima e posso ver dentro o Rosemberg. O veículo para e o Rosemberg desce andando sem bengala, embora seu braço ainda esteja jogado por causa do AVC.
Ele esta de camiseta vermelha, bermuda branca, cabelos negros, rosto mais jovem uns 10 anos e caminhar firme.
Neste momento deixo meu filho e corro em direção ao Rosemberg.

Um intervalo confuso ( Não me lembro bem)

Vejo me dentro do ônibus e caminho até o fundo, onde o Rosemberg está em pé. Vou segurando nos ferros do ônibus e chego perto dele. Coloco minha cabeça no peito dele quase no ombro. Aquieto minha saudade.
A sensação de conforto é maravilhosa.
Eu pergunto:
- Rosemberg você está vivo ou morto? Por que você demorou tanto?
Ele responde:
- Eu estou vivo. Eu demorei porque estava com vergonha.
Eu permaneço o tempo todo com minha cabeça recostado no peito dele.
Pude ver nitidamente o rosto dele, a roupa, o corpo.

Acordei rapidamente. Eram 7 horas da manhã.
Acordei feliz e agradecendo a Deus a oportunidade. Agradeci muito a Deus.
A sensação de felicidade era e é imensa.
Eu estive com ele. Eu o senti junto de mim.

domingo, 14 de junho de 2020

722 - Esperar

Esperar...
Sonha a alma exilada,
A hora feliz de encontrar seu sonho,
Que  nunca chega nas longas noites.
Almejar...
Sonhar é espera resumida sem fé,
Disfarçando a frustração da desunião,
No despertar sem encontrar seu sonho.
Desejar...
A felicidade que nunca chega,
Por estar no sonho que não se alcança,
Lá está o amor da alma exilada.
Aspirar...
Adormecer na grande esperança.
Buscar ansiosa o sonho do reencontro.
Despertar e disfarçar a esperança malograda.

De Elise para Rosemberg.
722

sábado, 13 de junho de 2020

721 - Noite

A noite une o céu e a terra como uma só vida.
A escuridão desfaz a linha do horizonte.
A saudade transita entre os mundos.
Sonhos se ligam a sonhos num gesto de amor.
Somente a noite o ir e vir é livre aos separados.
A saudade chama o sonho para o seu sonho.
Sem horizonte é possível reviver  o passado.

De Elise para Rosemberg.
721.


sexta-feira, 12 de junho de 2020

720 - Mudanças

12/06/2012 Caminhando sob o céu estrelado, Lavava sua dor com gotas de orvalho. Caminhando sob o céu estrelado, Levava no coração a esperança de ser amado. Caminhando sob o céu estrelado, Acolheu três corações desolados. Caminhando sob o céu estrelado, Abrigou-os formando uma família de quatro. Caminhando sob o céu estrelado, Os anjos enviaram um coração apaixonado. Caminhando sob o céu estrelado, Os cinco corações vivem entrelaçados.
12/06/2020 Olhando para o céu estrelado, Lavo minha dor com lágrimas amargas. Olhando para o céu estrelado, Guardo a esperança de ser lembrada. Olhando para o céu estrelado, Protejo os três corações desolados. Olhando para o céu estrelado. Sigo com uma família de quatro. Olhando para o céu estrelado. Rogo ao céus pelos corações apaixonados. Olhando para o céu estrelado. Aguardo nossos corações se entrelaçarem.
De Elise para Rosemberg sempre.

12062012


quinta-feira, 11 de junho de 2020

719 - Poucas palavras

Poucas palavras e muitos pensamentos.
Letras.
Silêncio profundo e gritos solitários.
Palavras.
Saudades no presente e futuro vazio.
Frases.
Cartas diárias sem destinatário.
Textos.
Expressões que descrevem esperança.
Versos.
Entrelinhas que não te alcançam.
Poemas.
Correm os dias com poucas palavras.
Cartas.
Sussurros não captados por você.
Entrelinhas.
Imagens em flash dançam na mente.
Amor.
Pensamentos transcritos em palavras.
Saudade.
Poucas palavras e muitos pensamentos.

De Elise para Rosemberg.
719


quarta-feira, 10 de junho de 2020

718 - Orar sem fé

Orar suplicando por sonhos.
Negar as orações por sonhos.
Mesmo assim orar.
Adormecer por sonhos.
Despertar vazia dos sonhos.
Persistir orando.
Esperar a fé germinar.
Chorar sem fé nos sonhos.
Orar negando a Deus.
Sonhar em segurar o tempo.
Desejando que haja depois. 
Orar sem fé.
O tempo corre com fé.
A distância aumenta sem fé.
Teimar orando por um sonho.

De Elise para Rosemberg.
718

sexta-feira, 5 de junho de 2020

713 - Lampejos de realidade

Lampejos de realidade.
Você não vem nos meus sonhos,
Meus sonhos vão até você,
Porque seus sonhos, 
Hoje... São meus sonhos.
Se em você não há mais amor,
Meu amor por você sobrevive,
Porque o amor é eterno,
Hoje... Seu amor ficou comigo. 
As lembranças ficaram comigo,
Guardadas na Bíblia da união,
Porque vivemos nas entrelinhas,
Hoje... As lembranças são mantras.
A Bíblia é a essência diária,
Ligando nós dois por mantras,
Onde busco aceitação para a dor,
Hoje... Os mantras estão sonhando.
Lampejos de insensatez.

De Elise para Rosemberg
713

quinta-feira, 4 de junho de 2020

712 - Cacos de lembranças

O tempo escorre por entre os dedos,
não há como segura-lo.
A vida segue indiferente as lágrimas,
transformando lembranças em cacos.
Lascas do passado são réstias de luz,
a iluminar as trevas da solidão.
Lembranças produzem ecos de saudades,
que como pétalas perfumam a alma.
O tempo escorre por entre os dedos,
não há como segura-lo.

De Elise para Rosemberg
712