domingo, 21 de setembro de 2025

2646 - Mediocridades

 


Entre agulhas e linhas,

Há bordados medíocres. 

Entre o papel e a caneta,

Nascem versos medíocres.

Entre horas de um dia vazio,

Há afazeres medíocres.


Da infância a senilidade 

A sobrevida fez se medíocre. 

Num caminhar imposto

Por um Deus prepotente.

A fé medíocre refrigera

Com citações em versiculos.


No desejo medíocre do fim.

Agulhas e linhas bordam versos,

Que aprisionam a saudade.

Papel e caneta o passaporte

Permitindo a mente

Livre acesso ao passado.


Agulhas e linhas

Costuram a alma no corpo.

Papel e caneta viram asas

Conduzindo os sonhos secretos.

O tempo carcereiro impiedoso

Apenas arrasta se.


Elise Schiffer