Entre agulhas e linhas,
Há bordados medíocres.
Entre o papel e a caneta,
Nascem versos medíocres.
Entre horas de um dia vazio,
Há afazeres medíocres.
Da infância a senilidade
A sobrevida fez se medíocre.
Num caminhar imposto
Por um Deus prepotente.
A fé medíocre refrigera
Com citações em versiculos.
No desejo medíocre do fim.
Agulhas e linhas bordam versos,
Que aprisionam a saudade.
Papel e caneta o passaporte
Permitindo a mente
Livre acesso ao passado.
Agulhas e linhas
Costuram a alma no corpo.
Papel e caneta viram asas
Conduzindo os sonhos secretos.
O tempo carcereiro impiedoso
Apenas arrasta se.
Elise Schiffer