domingo, 30 de novembro de 2025

Livro fechado. 16/11/2917

Um livro fechado.

Um livro sem letras ou desenhos.

...

“ Houve uma mulher que de tanto ler, sonhou ser escritora.

Depois deste sonho a mulher passou a viver e escrever sobre tudo.

A mulher escreveu romances, contos e poemas.

Publicou livros e viveu seus personagens.

Na verdade a mulher achava-se escritora e como tal, trilhou o mundo dos escritores, sem perceber que sua presença era aceita apenas por delicadeza.

A mulher que sonhava ser escritora, caminhou feito Dom Quixote, enxergando apenas os moinhos dos seus sonhos literários.

Correu feiras literárias impondo a presença de seus livros, buscou livrarias forçando e cedendo seus livros, participou de concursos denominados antologias, onde a participação está vinculada ao pagamento de cotas. A mulher sentia-se escritora.

Toda a indiferença nas feiras literárias, livrarias e lançamentos eram interpretados como conquistas vagarosas, havia a convicção de que o reconhecimento chegaria.

A mulher que sonhava ser escritora vivia plenamente seu sonho.

Acreditava que seus escritos eram fabulosos. Lia e os relia para todos.

A mulher sonhadora deu entrevistas em uma emissora de TV e lutou bravamente tal qual Dom Quixote.

Como em qualquer sonho, a mulher acordou vencida pela realidade.

A tristeza e a vergonha aniquilaram a guerreira-mulher-escritora que lutava bravamente de caneta em punho.

Restou um grande vazio.

A realidade nua e crua foram lanças a rasgarem seus sonhos.

A mulher que de tanto ler acreditou ser uma escritora, secou e virou um livro sem letras ou desenhos, apenas páginas em branco.


Elise Schiffer


Sem sentido. 10/11/2017


Sem Sentido.


As palavras que descrevo o mundo

são expressões de uma solidão sem desejos

um despertar de poetiza sem ser poeta.


Meus sonhos são meu rebanho

nascido a cada amanhecer

num sentido sem filosofia.


Minha fé esta nas árvores e flores,

nos morros e montanhas

meu Deus é o sol e a lua.


Minhas palavras e sonhos

são do tamanho que os enxergo

expressando lucidez sem sentido.


Elise Schiffer

sábado, 29 de novembro de 2025

2715 - Adaptações

 

Adaptando me

Sigo na labuta diária 

Onde reina a saudade.


Lágrimas correntes

Deixam a alma vazia e cristalina 

Para recomeçar diariamente.


Alma transparente 

Com grande bagagem 

Dos amores pelo tempo.


Adaptando me

Alimento sonhos e amores

Para que o bem floresça.


Lágrimas se acalmam

Virando estiagem 

Onde a esperança não navega.


Alma velha e cansada

É barco encalhado a ranger

Lembranças e sonhos não vividos.


Elise Schiffer

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

2714 - Loucos apaixonados

 

No hospicio dos apaixonados,

As estrelas sussurram

Declamando versos de amor 

E o vento gentilmente conduz 

Os versos sussurrados,

Aos ouvidos dos apaixonados.


Declamações inaudíveis

Ressoam nas entrelinhas

Onde os loucos apaixonados

Decifram mensagens de carinho,

Porque os apaixonados

Residem fora do ninho.


A loucura da felicidade

Abraça corações solitários,

Com interlocução entre

Vento, estrelas e almas. 

Acorrentando declamações,

Envios e entrelinhas. 


Elise Schiffer

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

2613 - Palavras

 

Palavras abrem portais sagrados 

Onde saudades transitam livremente.

Perpetuando amores e paixões 

Sem aprisionarem almas.


Entrelinhas são enigmas

Onde amores dançam em silêncio,

Deixando visível somente 

Sombras das paixões.


A ressonância dos corações 

Viajam pelo universo 

Na forma de energia poética 

Reluzindo êxtase e amor


Poesia é um portal sagrado 

Que nunca se fecha, 

Onde corações transitam

Invisíveis e indivisíveis.


Palavras chamam 

E dão sentido infinito, 

A saudade que sobrevive 

Na fé sagrada dos ateus.


Elise Schiffer

2713. - Um pouco de ti


Toda vez 

Que vou aos sonhos,

Trago um pouco 

De ti em mim.


Lembranças vivas 

De instantes em sonhos,

Fortalecem o caminhar

Por longos períodos.


Elise Schiffer

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

2712 - Sonhos


Os sonhos voam alto

No céu imaginário, 

Onde caminham

Os apaixonados.


Os sonhos florescem 

Na estação do reinventar,

Onde palavras ressoam 

Fantasias que viram verdades.


Os sonhos amenizam saudades,

Adoçam a ausência do amor,

Fortalecendo a esperança 

Num depois sem garantias.


Os sonhos são preces de dois,

Permitindo que a vida siga

Felicidades silênciosas 

E curando cicatrizes.


Os sonhos sobrevivem 

No mundo confuso da realidade,

Onde dor e saudades 

Trocam boas lembranças.


Os sonhos vivem livres,

Voando em céus imaginários,

Onde os loucos apaixonados 

Se mantêm vivos.


Elise Schiffer

terça-feira, 25 de novembro de 2025

2711 - Degredo do desbravador

 

O caminho antes

Com perfil desbravador,

Torna se estrada

De mão única,

Para o degredo senil.


Limitações corporais e mentais

São passes para o exílio social.

O tempo das conquistas,

Dá espaço aos novos

Desbravadores.


Aceitação não é opção,

No ciclo que se fecha

Num pós lutas incansáveis,

É sentença sem recursos 

Do desbravador ao degredo.


Elise Schiffer

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

2710 - Ser forte


Por vezes...


O medo transmuta se

Em coragem

No desterro da vida.


O silêncio 

Ensurdece o tempo

Da vida e da morte.


E ser forte 

É falta de escolha

Na xepa da vida.


Elise Schiffer

2710 - Chicote da saudade


O chicote da saudade

Bate devagarinho,

Na carcaça fétida 

Que definha sem amor.


Súplicas aos céus 

Não são ouvidas,

Faltam dignidade e coragem

Para o ponto final da história.


Flores do jardim da alma

Não sobem aos céus.

Lágrimas de pecados

Pesam em suas pétalas. 


Elise Schiffer

domingo, 23 de novembro de 2025

Amar Ano 1976


Quem ama

Grita em silêncio 

Desejando amor

E renegando sentimentos.


Quem ama

Apaixona se todos os dias 

Gritando em silêncio 

E sofrendo antes do sofrimento.


Quem ama

Sofre ao extremo

Caminhando solitário 

Na alcova dos sonhos.


Quem ama 

Grita antes do amor morrer

Fecha os olhos do coração 

E ensurdece a razão. 


Quem ama 

Esconde seus desejos

Vive o pecado livre

E segue em paz.


Elise Schiffer 

Ano 1976

Mar e Areia Ano 1976


Os lábios do mar

Murmuram paixão 

Causando temor 

A serena areia.


A areia sedenta 

Ao toque do mar

Teme seus arroubos 

Com sussurros metediços.


Ambos expõem 

Seus sentimentos 

Explodindo medo e desejo

Na paixão e no amor ateu.


O pecado desnuda se

Acalmando seus desejos

Sob a luz mágica do luar

E o fervilhar das estrelas.


Mar e areia

Abracam se ao amanhecer 

Serenam a paixão 

E seguem sem culpas.


Elise Schiffer 

Ano 1976

Refazimento ao amanhecer Ano 1976

 

O sol renasce 

Todas as manhãs.

Seus raios brilhantes 

Pulverizam os pecados.


Noites de volúpias 

Fermentam amores calientes

Que acalmam se 

Ao raiar do dia.


O tempo inocente e sem culpa

Segreda instantes de pecados

Com lábios selados por beijos

E olhos queimando de paixão 


O tempo sem horas

Não julga ou condena

Somente vislumbra o viver

De corações calientes.


Lábios selados por beijos

Olhos queimados pela paixão 

Se recomponhem moralmente

A luz do sol ao amanhecer.


Elise Schiffer 

Ano 1976

sábado, 22 de novembro de 2025

Girar e rodar na vida ano 1976


Girar, girar, girando.

Rodar, rodar, rodando.

A roda da vida gira.

Deixando rolar a vida.


A vida desolada 

Gira, gira, girando

Pelas vielas sem fé.

Girando e rolando.


Gritando e girando,

Gritando e rolando,

Fingindo ser rocha viva

A palpitar no peito vazio.


Olhos endurecidos

Quebrando pedras.

Mãos calejadas

Amando com palavras.


Olhos e mãos que sonham.

Não conseguem vencer

Mundos de pedras

Que giram e rolam sem fé.


Elise Schiffer 

Ano 1976

Burguesia ano 1976


A burguesia massacra

Os oprimidos

Tornando suas vidas

Em lama fétida.


Luta e desesperança

São os sinônimos 

Do amor e dos sonhos

Na vida dos oprimidos.


Subalternos são lucrativos, 

Feitos com tijolos de argila fétida

A construir riquezas

Para a burguesia corrupta.


A burguesia também fétida 

Sonha em enriquecer os exploradores 

Na esperança desesperada

De sairem da lama.


Elise Schiffer 

Ano 1976

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

2706 - Reencontros

 

Serenamente

Olhares se reencontram. 

Inexplicavelmente 

Florescem desejos.

Confortavelmente

A felicidade se instala.

Silenciosamente 

Corações sonham juntos.


Serenamente 

Um é o reflexo do outro.

Inexplicavelmente 

Um ouve o coração do outro.

Confortavelmente 

Esperanças florescem.

Silenciosamente 

Feridas são curadas.


Elise Schiffer

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

2705 - Prosista

 

Ser vivo diferenciado da massa.

Caminhar e delirar é seu destino.

Escrevendo com o coração.


Sua sede de saudade é saciada,

Na fonte do passado vivido.

Caminho conhecido do coração.


O prosista é um poeta popular,

Versando amores sem rimas,

Mais sentidos na alma.


Cheio de amor o prosista escreve

Suas saudades nas entrelinhas,

Enquanto caminha sozinho.


Elise Schiffer

terça-feira, 18 de novembro de 2025

2704 - Poetizar


Um olhar sem poesia 

Apequena a vida.

Não havendo poesia 

O amor fenece sem reflexo.

Cantarolar poesia alegra os dias

Espantando a solidão.

Surrurrar e sonhar poesia 

Simplifica os dias.

Poetizar flores no coração

Enternece a alma.

A poesia equilibra

Mente, corpo e alma.

Poesia deve ser escrita e falada 

Em todas as estações.

Quem ama poesia 

Perfuma o caminho de todos.

Poetizar o amor

Contagia e alegra a vida.


Elise Schiffer

domingo, 16 de novembro de 2025

2702 - Laços

 

Laços de palavras 

Que acariciam as manhãs. 

Laços sem nó 

Unindo corações sem tempo.

Laços de flores

Que perfumam a espera.

Laços coroando sentimentos,

Diálogos e caricias.

Laços exóticos

Brindando a paixão. 

Laços de dores

Não visíveis ao mundo.

Laços folgados

Aconchegando a solidão. 

Laços disfarçando cicatrizes

E embelezando o futuro.

Laços solitários 

Unindo amores como rios.


Elise Schiffer

sábado, 15 de novembro de 2025

2701 - Amor de um


Pode haver 

Um grande amor 

só de um?

Sim!

Na loucura de quem ama.


Um amor tão grande

Que sobrevive a morte.

Molda erros

Como tentativas de acertos.

Vislumbra beleza 

Em pequenos gestos.

Ilumina noites

Com estrelas do seu céu.

Baila felicidades

Como auroras boreais.


Pode haver 

Um grande amor

Só de um?

Sim!

Na loucura de quem ama.


Um amor tão grande 

Que sobrevive a morte.

Embora o verdadeiro apaixonado

Nunca tenha morrido.

Vive vislumbrando  lembranças 

Que alimentam seu amor.

Povoa noites solitárias

Com sonhos rastreadores

E durante o dia

Lembranças florescem em sorrisos.


Pode haver

Um grande amor

Só de um?

Sim!

Na carência plena.


Elise Schiffer

2701 - Sonhos

 

Sonhar...


Não falo das nossas saudades.

Os sonhos falam por si.

O dom de sonhar,

Revela serenamente,

Desejos ocultos

Que não podemos realizar.


Sonhando...


Nem todo sonho é real.

Eles apenas fortalecem 

O caminhar solitário.

Os sonhos são jardineiros,

Semeando flores

No deserto do coração. 


Sonhem...


Elise Schiffer

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

2700 - Palavras que unem

 

Palavras que unem

Amores e nomes,

São as palavras

Escritas ou pensadas.


Versos e entrelinhas

Sussurram,

A saudade infinita

Do amor vivido.


O físico finda se

Virando pó na terra,

Mas a magia da União 

Fica na alma e no coração.


É possível recriar o amor

Através dos sonhos,

Das palavras escritas

E lembranças revividas.


Assim o amor sobrevive

Em quem fica.

Juntando o antes e o agora

Em devaneios.


O presente vazio

Conduz os pensamentos

Para o passado atemporal.

Onde a vida pulsa.


A cada anoitecer

O caminho tem seu rumo,

Os sonhos sagrados

Do passado vivido.


Através das palavras,

Almas e devaneios se unem

Com as luzes das saudades

Com reflexos nos corações.


Lembranças são como âncoras 

No presente de águas mansas

Onde o passado agitado

Fortalece o hoje.


Hoje a felicidade 

Tem as palavras

"Eu lembro"

E assim segue quem ficou.


O olhar fica 

Na memória,

Permitindo que o amor

Volte para quem ficou.


Esta espera é amor

E não loucura.

É apenas compreensão 

Do caminhar eterno.


Elise Schiffer

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

2699 - Silêncio

 

Derrepente...

O mundo para por instantes.

O coração vazio olha a sua volta,

Encontrando apenas  a solidão.


O riso sem alegria virá lar.

O abraço frio jardim sem vida.

O amor distante névoa nos dias.

O borbulhar da fé afoga se.


O mundo para silenciosamente

E tenta ouvir a saudade.

Mãos solitárias forjam versos

Silenciosos do amor que acabou.


Elise Schiffer

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

2698 - Só amar

 

Ao cultivarmos um jardim

No coração de alguém,

Nós tornamos esquecíveis 

A cada florada.


Deixemos flores e exemplos

No coração dos que amamos.

Flores, aromas e exemplos

São inesquecíveis ao coração. 


Amar não é defeito ou fraqueza,

É simplesmente olhar com o coração 

E confiar no próximo,

Mais próximo ao coração.


Amar é sonhar alto

Elevando o coração.

Amar os inesquecíveis 

E respeitar os esquecíveis.


Elise Schiffer

terça-feira, 11 de novembro de 2025

2697 - O tempo


O tempo é exímio  costureiro.

Sua agulha é capaz de unir

Retalhos, trapos e bordados,

Numa colcha poética  

Capaz de aquecer a saudade.


O tempo é professor paciente.

Ensina que entre a escuridão 

Da noite e a luz do dia,

Há uma grande bênção dos céus.

Os sonhos tocando corações. 


O tempo é protetor.

Ajuda a passar pelas tormentas,

E mostra o quão belo é o céu 

Com o brilho das esperanças.

As floradas e o som da natureza.


O tempo é poesia.

Com versos que unem o hoje

Com a espera pelo amanhã,

E nas entrelinhas de sua poesia

Vivem as lembranças do ontem.


Elise Schiffer

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

2696 - Escritor

 

As palavras escritas ou faladas

São magias sem explicações.

Essências que transcendem

A razão da maioria.


Textos são sopros celestiais,

Que magicamente traduzem

O que somente o escritor 

Sente ou vê. 


As palavras seduzem o papel,

Nascendo histórias

Reais e imaginárias, 

Onde só o escritor transita.


Na loucura sem sentido

A criação germina silenciosa,

Nascendo textos 

E raramente livros.


A loucura de um escritor

Viaja no vento imaginário

E como folha ao vento,

Baila desenhando sonhos.


Palavras e versos,

Entre o real e o imaginário 

Tocam os leitores 

Criando o hábito da leitura.


O escritor é uma ramificação 

Da raça humana sonhadora.

Precisando de solidão e paixão 

Para criar seu mundo.


Somente os escritores

Enxergam e ouvem,

O que ninguém mais percebe,

No cotidiano real.


Escrever é um dom,

Porque só os loucos

Chegam as profundezas 

Dos sonhos.


Sonhando e moldando textos,

O escritor ilumina

Mentes e corações

Que tem medo da loucura.


Elise Schiffer

2696 - Fui peixe

 

Fui peixe pequeno

Vivendo no altar do seu mar.

Aproveitei as noites de calmaria

Para usufruir do céu iluminado.

Nas ondas fortes da paixão 

Simplesmente nadei e fui feliz.


Fui peixe grande 

Mergulhado no seu mar de doçura.

No fundo do seu mar de sentimentos

Aprendi a respirar e fazer parte destas águas.

Fomos vida de um único ecosistema

Onde peixe e mar eram um só. 


Elise Schiffer

2696 - Seguir

 

Seguir em frente

É aceitar a ausência,

Que apropria se da vida que fica.

As lembranças tornam se

Hospedes sem aluguel.


Seguir em frente

Não trás esquecimento,

Apenas aprendizado,

Para conduzir o amor

No vazio dos dias.


Seguir em frente 

Não possui fórmulas,

Nem mesmo efeitos colaterais.

A metade do amor oculta se

Nos falsos sorrisos de alegria.


Elise Schiffer

sábado, 8 de novembro de 2025

2694 - Distâncias

 

Amar é viajar com liberdade.

Sobrevoar céus longínquos

E ser estrela para o amor.


A distância é nada se houver amor.

O longe se faz perto

Com a força da União. 


O pensamento une distâncias,

Apaziguando a saudade 

E dissipando sombras de ciúmes.


Palavras borbulham no coração.

Desabrocham na garganta

E vibram "não vou te esquecer".


Elise Schiffer

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

2693 - Escritor andarilho


O escritor

Anda pelo mundo,

Com papel, caneta e sonhos.

Escrevendo inspirações 

E lutando contra a solidão. 


O escritor 

Mesmo sem rumo,

Responde ao chamado do amor,

Escrevendo sonhos

E vagando pelo mundo.


O escritor

Usa a caneta por voz,

Papel por guardião dos amores.

Palavras por declarações 

Que desnudam sonhos afoitos.


Elise Schiffer

2693 - Livro da vida

 

Na estante da vida 

Há um livro que é obra prima.

Escrito por corações  e mentes,

De almas carentes.


Romances vividos.


Os capítulos possuem sutileza,

Emocionando aos leitores,

Ao reconhecerem 

Já terem estado ali.


Histórias do dia a dia.


A leitura de um romance, 

Abraça o coração,

Desacelera o tempo,

Transformando amor em força.


Entrelinhas secretas.


A bagagem do bom amor e lutas,

São leituras de aprendizado,

Criando prints de momentos

Que não se perdem no tempo.


Elise Schiffer

2693 - Eu lembro

 

Eu lembro.

O coração tem lembranças 

Com a memória a falhar.

Eu lembro.

No silêncio da senilidade 

E com os olhos da alma.

Eu lembro.

Da essência do amor,

Das risadas e das mãos dadas.

Eu lembro.

Que não sou escritora nem poeta,

Apenas decodifico o amor em palavras.

Eu lembro.

Nos sonhos e na saudade,

Do tempo que tudo era bom.

Eu lembro. 

Percorrendo linhas em branco,

Deixando rastros de versos sem rimas.

Eu lembro.

O quanto a loucura é aconchegante,

Nas recordações fragmentadas.

Eu lembro.

De um coração que ainda ama

Com frases nas entrelinhas.

Eu lembro.


Elise Schiffer

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

2692 - Flores de palavras



Com as mãos da saudade,

Segurei seu coração,

Como se fosse uma rosa.


Cuidei atentamente,

Para não perder suas lembranças,

Delicadas como pétalas de rosas.


Guardei as em meu coração,

Fartando me do nosso passado

E desabrochando em palavras.


As palavras escritas ou recitadas,

São todas dedicadas a ti,

Minha Montanha de Rosas.


Elise Schiffer

2692 - Oração

 

A oração diária do coração 

São as lembranças guardadas.


O candeeiro que ilumina a alma 

É o amor que resistiu a morte.


A ausência do amor é asfixiada 

Por migalhas de sonhos.


A morada hoje vazia perfuma se

Com as flores das entrelinhas.


O balsamo das flores do jardim

Amenizam a dor da longa espera.


Saudade é fio misericordioso 

Ligando céu e terra por instantes.


O amanhecer diário reluz

Porque um “Depois” é esperança.


Elise Schiffer

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

2691 - Sonhos e encontros


Bom ter encontrado o amor.


Os sonhos mantém a união.

A essência do amor

É profunda e consistente,

Caminhando e desvendando

A pureza na saudade do amor.


Bom ter vivido um amor.


Os sonhos refazem pertencimentos.

Reafirmam a grandeza do cuidar.

Refletem o carinho no olhar.

Devolvem lucidez a resistência

E ultrapassam mundos.


Bom ter lembranças do amor.


Os sonhos dão fôlego aos loucos

Para subirem aos céus,

Pairarem nas nuvens dos desejos

Eternizarem segundos em meses.

Sonhos são pensamentos em fogo.


Elise Schiffer

terça-feira, 4 de novembro de 2025

2690 - Saudade e amor

 

Saudade e amor 

Dividem a mesma casa.

Descansam lado a lado

Aguardando sonhos.


Saudade e amor

Trocam olhares sem palavras 

E caminham na mansidão da fé

Aguardando encontros.


O amor sobrevive de lembranças

Que abraçam sem mãos.

Da saudade nascem expectativas 

De encontros extrafisicos.


Esperar é sonho incansável.

Escrever a tradução do amor.

Versar um beijo sem lábios.

Declamar um delírio da alma.


Na delicadeza da loucura

Saudade e amor vivem 

A espera do momento final

Coroando assim o retorno.


Elise Schiffer

2690 - Traduções da saudade

 

Todos os dias 

Refúgio meus sonhos 

Em folhas de papel.


Só depois 

A vida segue

Seu milagre diário.


A saudade fortalece

Sonhos e o amar

Dos que partiram.


Papel, dores e esperanças 

Almejam o envio imaginário

Do sentimento que sobrevive.


Entrelinhas escondem

Lágrimas saudosas 

Dos sussurros - és meu amor.


Resta esperar,

Caminhar, sonhar.

E escrever.


Uma escrita diária

Criando vias de acesso

Ao coração do amor.


Palavras para serem sentidas

Por serem todas

Traduções da saudade.


Saudade conjugada

Em sonhos e versos

De um verbo em frangalhos.


De Elise Schiffer para Rosemberg

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

2689 - Beijo te

 

Beijo te com o olhar.

Beijo te com palavras.

Beijo te com lembranças.

Beijo te...


No sonho sereno,

Que uniu corações, 

Na rima da felicidade.


Beijo te nas entrelinhas.

Beijo te nas poesias.

Beijo te ao pronunciar seu nome.

Beijo te...


No lampejo da realidade,

Onde vivos e mortos vivem,

Uma só vida a dois.


Beijo te os lábios.

Beijo te a alma.

Beijo te o coração.

Beijo te...


Na engrenagem da saudade,

Na união que dignifica,

No desejo do reencontro.


Beijo te durante a espera.

Beijo te ao versar para ti.

Beijo te com meus pensamento.


De Elise para Rosemberg

domingo, 2 de novembro de 2025

2682 - Ardor da solidão


Perder o propósito. 

Engavetar esperanças.

Caminhar sem planos,

Para o futuro certo.


Desaparecimentos sucessivos,

Saúde, modo de vida,

Amores e até a morte.

Todos fogem ao chamado.


Sorrir sem alegria.

Fingir ser amada é essencial,

Porque loucura é mel,

Que adoça o amargor da vida.


Os últimos passos

São os mais longos e solitários.

Lembranças viram nuvens,

Amenizando o ardor da solidão. 


Elise Schiffer

2682 - Somos

 

Somos céu e terra.

Somos horizonte pulsante.

Brilhando como estrelas.


Somos um coração jardim,

Semeado com grãos de amor,

Para germinarem durante a vida.


Ao amarmos desabrochamos luz,

Nutrimos o jardim secreto

Que é nosso coração.


O infinito somos nós,

O sagrado somos nós,

Por sermos um jardim de amor.


Elise Schiffer

2683 - Oração

 

A loucura da oração,

Abraça a carcaça sem fé. 

A loucura da oração,

Abre um leque de falsas esperanças.

A loucura da oração,

Subjulga os desgraçados com sonhos.

A loucura da oração,

Abate o desesperado antes do fim.


Elise Schiffer

2685 - Sem...

 

Tristeza sem dor.

Choro sem lágrimas.

Pensamentos sem palavras.

Dias famintos.

Barriga sem sonhos.

Silêncio sem paz.

Sem...

Conversas.

Atenção.

Olho no olho.

Abraços.

Carinho.

Companheirismo.


Espera incansável. 

Mãos vazias.

Pés cansados.

Coração cheio.

Lembranças.

Peito solitário. 

Com...

Falta de fé. 

Passado vivo.

Futuro morto.

Presente oco.

Falta de coragem.

Carcaça com sentimentos.


Elise Schiffer

2686 - Mâos


Mãos infantis que escreviam.

Aprenderam a traduzir sonhos,

Costurando roupa de bonecas 

E tendo a natureza por livros.


Mãos juvenis que escreviam.

Prendendo botões com sonhos.

Cuidando de jardins e criações.

Alterando sonhos por palavras. 


Mãos adultas que escreviam.

Aptas para o trabalho e o cuidar.

Puras de coração e sem fé.

Deixando rastros de palavras.


Mãos velhas que escrevem.

Amando tudo e todos.

Secando lágrimas de saudade

E criando versos por companhia.


Elise Schiffer

2687 - Jogo da vida

 

O jogo da vida

É renovável.

Peças sem encaixes,

Perambulam 

Entre novas montagens,

Até perceberem 

Não possuirem

Mais serventia

No jogo da vida.

Formas e cores antigas

Não encaixam,

Na figura central 

Dos participantes atuais

No jogo da vida.

Ao tentarem se encaixarem,

As peças em desuso,

Causam desordem 

Ao jogo do agora.

Sem utilidade 

As peças sem encaixes,

Recolhem se a caixa,

Vivendo da saudade inevitável,

Dos dias verdadeiros,

Onde foram peças principais. 


Elise Schiffer