terça-feira, 8 de agosto de 2023

1872 - Perder e Prender


Perder o amor em vida
Perder o amor para o túmulo
Perder o luto do amor
Perder a dor da ausência
Perder os sonhos de um elo
Perder tudo quando a aliança quebra
Perder a pouca fé em um depois
Tantas são as perdas
Que restou aprisionar as lembranças
Com poemas que nunca serão lidos
Com cartas que nunca serão entregues
Com canções que nunca serão ouvidas
Com palavras que lembrem dois em um
Com fotos que relembrem a felicidade
Com os objetos comprados a dois
Com orações que não chegarão aos céus
Tantas foram as perdas
Que a loucura tornou se amante da solidão

De Elise para Rosemberg