sexta-feira, 4 de agosto de 2023

1868 - Mar do passado

 

Todos os dias
Vamos ao mar do passado
Usando saudades como iscas
Presas pelo fio do amor aos anzois
Iscas lançadas ao mar vão ao fundo
Imóvel e em silêncio
Resta ao pescador aguardar
O alimento diário
O mar do passado
É cheio de lembrancas vivas
A brincarem nas mares
O pescador de lembranças
Tem dias fartos
E dias desprovidos
Sua única certeza na vida
É a fonte inesgotável do mar
Lembranças vivas
São alimento sagrado
Saciando a fome do presente
Faminto por lembrancas
Resta pescar no mar do passado
Lembrancas vivas para hoje
Esperanças vivas para o amanhã
E momentos eternos para todo o sempre
De Elise para Rosemberg