sábado, 28 de setembro de 2024

2289 - Luto coletivo

 


O tempo perde o sentido
Ao perdermos um amor.
Segurar a mão não é suficiente,
Para impedir a partida.
Um instante e perde se tudo.
Porque num único amor
Há muitos amores!
O luto torna se interminável,
Por ser um luto coletivo.
Esvai se metade da vida.
Ao perdermos o amor de uma vida.
Perder um "Bom Esposo",
É perder junto o Amigo constante,
O Companheiro de todas as horas,
O Namorado atencioso,
O Amante das orquídeas,
O Pai amoroso
E o Confessor bem ouvido.
Parte junto o Segurança do amor,
o Jardineiro que floria o caminho,
O Pedreiro que construiu um lar,
O Feirante bom de vendas,
O Pintor das paredes azuis,
O Mecânico curioso,
O Contador das finanças,
O Leitor e Admirador apaixonado,
O único Fã das entrelinhas poéticas.
A perda de dezessete amores,
De uma única vez,
Destrói o sentido do "Bom"
Deixando o presente e o futuro
Sem tempo.

Elise Schiffer