Alma Seca navegou por doces rios, mesmo assim sua secura externa e interna racharam sua vida.
Porque sua alma não queria mais enxergar.
Alma Seca tornou se uma carcaça impermeável ao amor, a fé e aos sonhos.
Navegar sem rumo era sua única necessidade, o olhar baixo a impedia de olhar para o céu.
Porque os olhos do corpo não queriam mais enxergam o horizonte.
Os rios cansados de suas atitudes insanas desrespeitando a vida, deram lhe um susto com a força da correnteza.
A jogando em suas águas.
Porque para viver é necessário ter garra e sonhos.
No tombo Alma Seca, nem mesmo tentou sobreviver. Sucumbiu, mas antes vislumbrou o céu azul e nuvens de vários formatos, e ela pensou que aquilo era bom.
Porque boas coisas precisam de um olhar amoroso.
Alma Seca partiu com o céu e as nuvens tatuados em sua retina, levando em seu coração a dor de não ter vivido.
Elise Schiffer