terça-feira, 2 de setembro de 2025

Fim breve e rápido ( ano 2014)

 

Sem forças para sonhar 

A carcaça tomba,

No solo rachado 

Por falta de esperança.

Joelhos ao chão 

E lágrimas no rosto.

Coração acelerado 

Na hora da suplica.


Suplicar o que,

Se não há mais desejo? 

Suplicar...

Um fim distante 

Breve e rápido.


O amor pelos seus 

É a pressa no fim.

Pés sangrando da peleja 

Não suportam o peso.

Mãos calejadas da labuta 

Ainda doam carinho.

Coração acelerado 

Se despedindo lentamente.


Suplicar o que, 

Se não há mais desejo? 

Suplicar...

Um fim distante 

breve e rápido.


O esmeril da vida 

Tirou lhe os sonhos.

Trabalhar dia e noite,

Foi sua jornada.

Por amor 

Sua escolha foi não ter vida.

Coração acelerado

Para derradeira estação.


Suplicar o que, 

Se não há mais desejo? 

Suplicar...

Um fim distante 

Breve e rápido.


Morrer é o que resta

Para salvar os seus.

Realidade do valer mais morta 

Do que viva.

Suplicar a morte

Libertadora da vida encarcerada.

Coração desacelerado

Sem desejo a suplicar.


Suplicar o que, 

Se resta um único desejo? 

Suplicar...

Um fim 

breve e rápido.


Elise Schiffer

02/09/2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

2626. - Setembro chegou.

 


Setembro chegou!

Os jardins anunciam florações.

Reavivando cores e aromas.

É tempo da natureza florescer.


Setembro chegou!

Flores e a vida pulsando.

A Montanha de Rosas floresce,

Mesmo longe o amor sobrevive.


Setembro chegou!

Realçando a trinta e nove anos,

O doce sabor da maternidade

Com risos, travessuras e orações 


Setembro chegou!

Com reverências a primavera,

O inverno se despede.

É  chegada a hora de alegrias.


Setembro chegou!

A alma enxerga o amor.

As palavras versam o amor.

A saudade abraça a primavera.


De Elise para Rosemberg e Pedro

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

2623 - Lágrimas



As lágrimas.

São palavras e sentimentos represados.

Decompondo se depois de longa espera.

Surgindo assim um líquido sagrado.


As lágrimas.

Lavam as janelas da alma,

Para novas percepções na vida.

Abrindo espaço e esperança na alma.


As lágrimas.

Carregam linguagens puras da alma.

Como saudades, gratidões e

Arrependimentos.


Elise Schiffer

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

2622. - Disfarces do final



A pior dor 

É a travestida de sorrisos. 

O choro seco

É areia arranhando a alma.

A oração sem fé 

Acoberta medos do coração.

Braços vazios estendidos

São abraços sem vida.

Pés sem rumos

Caminham em vielas desoladas.

Pedidos de perdão 

Mascaram erros da mocidade.

Assim seca a vida

Na senilidade desacompanhada.

Sorrisos amarelados

E roupas com aroma de velhice.

Rosto enrugado

E alma rasgada.

Orações decoradas

Suplicando por milagres.

Braços vazios

De aconchegos e amores.

Pés parados

E mente a viajar.

Pecados transformados

Em pedidos de perdão.

A vida morre por dentro

Restando morrer a carcaça.

A sobra de um caminhar

É aguardar a derradeira partida.


Elise Schiffer

2622 - A falsa fé

 2622  -  A falsa fé 


Desanimar não é permitido.

A caminhada é ininterrupta.

A algibeira pesa na carcaça 

Com dores, decepções 

E sonhos não realizados.

Fraquezas e desilusões 

Geram falsas crendices.

No caminhar ininterrupto 

Deuses punitivos são criados.

Havendo Deuses

Eles se regozijam com as dores.

Não havendo Deuses,

Os falsos profetas assumem,

Amedrontando sofredores.

Dores são banquetes de carniças,

Nutrindo carcaças  desiludidas,

Deuses inventados por medos

E falsos profetas gananciosos.

Restando as carcaças 

Caminharem ou se libertarem.


Elise Schiffer

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

2621 - Coração


Coração deve ter asas

Para voar livremente

Do passado ao futuro em segundos.


Coração deve ter pés 

Para levar esperança 

A mãos solitárias e vazias.  


Coração deve ser de plumas

Para o repouso aconchegante 

De cabeças desalentadas.


Coração deve ser livro em branco

Para escrever amores e desamores

Com versos de amor.


O coração é o todo de um corpo

Ofertando amor pela vida

Por todo o caminho.


Elise Schiffer

2621 - A arca

 


A alma humana

É uma valiosa arca.

Armazenando tesouros

Da longa caminhada.

Olhares, palavras e sonhos

Valem mais que riquezas.

Feridas, decepções e gestos

São aprendizados certificados.

A chave da arca

É a saudade.

Permitindo acesso

A lugares e corações.

Protegidos do tempo,

Dentro da arca.


Elise Schiffer