quinta-feira, 7 de agosto de 2025

2600 - Final

 

Todo final deveria ser épico,
Com amores e saudades.
Como as entrelinhas dos poetas.

No ciclo dias e noites,
O fim é solitário e silencioso,
Amornado pelas lembranças.

A decrepitude assola a carcaça,
Que outrora irradiava vida é amor
Deixando rastros de poesias.

O épico virou prosaico.
O amor desnudou se da ilusão
E os versos ficaram sem rima.

O tempo fez se moroso,
Deixando como cúmplice
O vazio tácito para o fim.

A alma virou deserto.
O coração rachou com a seca
E a carcaça clama pelo fim.

Elise Schiffer