segunda-feira, 28 de outubro de 2024

2319 - Reencontro suplicado



Nas ruinas dos sonhos não vividos,
Construí um castelo para as lembranças.
Enfeitei as paredes com palavras sussurradas
E plantei as não pronunciadas num jardim,
Com a esperança que floresçam reencontros.

Abarrotei as mãos com a luz da esperança
E acariciei as palavras não ditas antes do plantio.
Com a luz da esperança irriguei o solo da saudade,
Saciando a sede do solo rachado pela solidão,
Que busca nas lembranças a felicidade de outrora.

Carcaça deitada no solo seco das ruinas,
Aguarda o germinar das palavras não ditas.
Quase sem vida a carcaça fita o céu,
Esperando dentro da sua própria espera,
O florescer das palavras não ditas.

Na longa espera os olhos refletem lembranças,
As mãos abrem as portas e as janelas do castelo
Os braços abertos aguardam o amor vivido a dois.
Com as flores das palavras não ditas nas mãos,
Perfumando o reencontro suplicado.

Elise Schiffer