sábado, 22 de fevereiro de 2020

609 - Dor oca

Penosamente saborear o amargo da dor.
Dia após o dia.
Desamparada de suas mãos resta apenas o abandono.
Vê lo sobre outro olhar.
Sentir sua brisa na alma desabitada de amor.
Tocar seu rosto.
Buscar desesperadamente o som da explicação.
Apalpar seu rosto.
Tentar reconquista lo com restos de conversas.
Alma oca.
Ter a vida arrancada e mesmo assim sentir seu peso.
Busca lo.
Indiferença no sonho é comiseração na alma morta.
Perde lo.
Sonhos sem você é dor oca com sabor amargo.

De Elise para Rosemberg.
609