domingo, 2 de junho de 2019

341 - Cisão

A linha tênue da morte dividi bodas sem permissão.
O que há embaixo, há em cima na sucessão dos dias.
A dor da separação dói em ambos os lados.
O vazio assombra apesar da cisão sem aceitação.
A falta do abraço subdividi a força na fé minguada.
A sonoridade do chamado está repartido em murmúrios.
A reclamação da velhice solitária é fração da união desfeita.

A linha tênue da morte dividi a união sem timidez.
O que há em cima, há embaixo na imortal caminha.
Lastimar a separação não altera o lado da divisão.
Desabitados os corações rangem suas dores sem ressonância.
Escassez de carinho mata a pouca fé no reencontro.
Estrondosos são os gemidos ao vigiar a lua em lados opostos.
Protestar da estiagem sentimental não fraciona a dor da separação.
De Elise para Rosemberg.
341.