domingo, 20 de janeiro de 2019

O VASO - conto sobre mudanças na vida.

Era uma vez...
Um lugar onde a natureza reinava.
Lá existia um solo cheio de granulações , muito macio e maleável quando úmido, mas seco, tornava se endurecido.
Esse solo era diferente dos outros, sua coloração era avermelhada.
O solo que vivia em perfeita harmonia com a natureza, era apaixonado pelas belezas do céu.
Um dia, sem explicação, um oleiro retirou um grande pedaço deste solo, que foi levado para longe.
O pedaço de solo ficou assustado, cheio de medo e sentindo se solitário.
O oleiro pegou o pedaço de solo, que estava assustado, o molhou, amassou e foi carinhosamente dando forma ao barro flexível.
O vaso foi trabalhado e recebeu uma camada de porcelana por fora.
O solo que era um barro vermelho, agora era um lindo vaso.
Nova mudança...
O vaso é transportado para um lugar cheio de vasos.
O belo vaso foi viver logo depois numa bela varanda de uma casa qualquer.
O vaso apesar de todas as mudanças mantinha o seu amor pelo céu e tudo a sua volta.
Sua vida era solitária naquela varanda.
A noite observava a lua e as estrelas, durante o dia observava o sol brilhante e amornado.
Um dia veio uma chuva forte que deixou o vaso cheio.
O vaso agora cheio, podia observar e refletir o brilho das estrelas e da lua durante a noite, durante o dia ficava aquecido pelo calor do sol, além dos pássaros que viam até ele saciar a sede. Assim o vaso vivia seus amores, quer perto ou distantes.
A vida era tranquila e feliz.
Um dia...
O vaso cheio de amor partiu se em cacos.
Seu olhar apaixonado partiu se com ele.
O vaso se fez em cacos.
E agora? Pensavam os cacos...
Cacos vazio e solitários, observando o céu distante.
Veio uma chuva forte renovando tudo e os cacos continuavam vazios de amor.
Não podiam, não tentavam, apenas não queriam.
Os cacos eram vazios de sonhos.
Um dia...
Uma forte chuva rolou tudo novamente e alguns cacos foram separados.
Rolou todos os cacos, rolando tiveram que reaprender. De tal forma que descobriram que era possível refletir o brilho das estrelas e da lua com o lado lustroso da louça.
Os cacos ficaram cheios novamente de sonhos.
Os cacos descobriram novas serventias e o amor renasceu, não importando forma ou beleza.
Os cacos que um dia foram solo, vaso vazio, vaso cheio e cacos, puderam virar uma bela calçada.
Hoje a calçada vive apaixonada por todos, perto ou distante, que passam por ela, até o seu novo renascer.
                                                                                                                                           Fim.

De Elise para Rosemberg
Livros Contando Contos e Florindo os Pontos.