sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Mão solitária despida de amor

Mão solitária a frente de sua tribo.
Sua incumbência era proteger e prover os seus.
Mão solitária era despida de amor.
Num instante...

Mão solitária encontra sua metade e formam um par.
De mãos dadas caminham cheias de amor.
Mãos cheias de amor, unem as tribos.
Num instante...

De mãos dadas guiam a grande tribo.
Mãos sempre entrelaçadas...
Cheias de amor e sonhos.
Num instante...

Num piscas o Vazio.
Mão cheia perde seu par.
Mão agora vazia fica desnuda do amor.
Num instante...

Sozinha novamente, Mão solitária segue com sua tribo.
De mãos dadas não havia medo de tropeçar.
As mãos entrelaçadas  eram um par forte.
Num instante...

De mãos dadas o coração tinha ritmo.
De mãos dadas a visão era colorida.
Mãos cheias de amor eram acolhimento.
Num instante...

Hoje mão solitária tem joelhos ralados,
Coração disrítmico e visão sem cor.
Mão vazia perece sem par.
Num instante...

Mão solitária busca seu par nos sonhos.
A razão diz: Não há nada depois.
Mão solitária chora pérolas de saudades.
Num instante...

Mão solitária desaprendeu de caminhar sozinha.
O amor diz: Sonhe e aguarde.
Vazia do amor restam apenas as lembranças.
Num instante...

Mão solitária ficou vazia de tudo,
Tempo, vida e cor.
Mão vazia voltou a ficar despida do amor.
Num instante...

De Elise para Rosemberg
Livro Montanha de Rosas III