segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

2382 - Morrer

 


Morre se antes de morrer.

Um longo parcelamento de dor,

Em forma de sombra nebulosa,

Acompanha o andante sonhador.


Perdemos avós, pais, irmão e filhos,

Que entregam se a novos caminhos,

presenteando nos com mais vazio

E descendo mais a cova rasa do silêncio.


Tantas são as perdas pelo caminho,

Que migalhas de doces lembranças,

Acobertam o chão do sepulcro vazio,

A espera da carcaça que morre a cada dia. 


Elise Schiffer para Márcia



domingo, 29 de dezembro de 2024

2381 - A lâmina do silêncio

 


Parar de prestar atenção na vida,
É uma opção aos que não querem mais viver.

Desnudar o coração de esperança,
É fechar portas e janelas da alma.

Trancar se na escuridão da desesperança,
É impedir o coração de observar o mundo.

No suicídio lento não há regresso,
Somente submissão à lâmina do silêncio.

Elise Schiffer

sábado, 28 de dezembro de 2024

2380 - O silêncio

 


O silêncio
é uma neblina interior.
Impedindo uma visão clara
da realidade.

A neblina interior
ganha força,
Apoderando se
do mundo externo.

O silêncio avança
subjugando o resquício da vida.
Sufocando os sentidos e
Sobrepondo a solidão.

A velhice
torna se prisioneira,
Do silêncio e das lembranças
enquanto aguarda o alvará de soltura.

Elise Schiffer

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Céu estrelado

 

Caminhando sob o céu estrelado,
Lavava sua dor com gotas de orvalho.
Caminhando sob o céu estrelado,
Levava no coração a esperança de ser amado.

Caminhando sob o céu estrelado,
Acolheu três corações desolados.
Caminhando sob o céu estrelado,
Abrigou-os formando uma família de quatro.

Caminhando sob o céu estrelado,
Os anjos enviaram um coração apaixonado.
Caminhando sob o céu estrelado,
Os cinco corações vivem entrelaçados.

De Elise para Rosemberg
27/12/2011

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

2376 - Então é Natal.

 

Aí meu Deus…
Que vento manso e dengoso
Bailou hoje em meu coração.

meu Deus…
Como é bom juntar a ninhada
E ouvir o som da balbúrdia familiar.

Aí meu Deus…
Hoje o coração foi primavera
Amou com as mãos e beijou com os olhos.

Aí meu Deus…
A mãe, avó e sogra
Hoje apenas reza baixinho-Muito Obrigado.

Elise Schiffer
24/12/2024

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Natal

 


Toda carta é uma oração.
Receba a minha para ti.
As cartas são:
O tempo dedicado a um destinatário.
As palavras únicas a cada pessoa.
As boas felicitações enviadas.
As palavras escolhidas com esmero.
O papel com a memoria viva da árvore.
Tudo reunido gera numa carta, que torna se oração,
Sem credo ou religião, apenas um elo de amor.
Pelo próximo mais próximo do coração.
A você que faz parte da minha caminhada,
Desejo que todas as manhãs sejam Natal.
Porque renascemos a cada manhã.

Feliz Natal todos os dias.

sábado, 21 de dezembro de 2024

2372 - Há

 


Há saudades
que preenchem as lacunas
com doces lembranças.

tempos
que preenchem a solidão
com álbuns de fotografias.

Há saudades e tempos
que sobram na senilidade
e faltam aos jovens.

Elise schiffer

Orações

 


Orar pedindo para não sonhar.
Os sonhos borbulham...
Orar pedindo para não sentir dor.
As dores latejam num compasso frenético...
Orar sem crer buscando ter fé.
Palavras que não acham ofertórios ...
Orar desejando menos dias.
O tic tac do tempo é multiplicador,
Dos sonhos, dor, descrença e dias...

Elise Schiffer
ano 2015

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

2368 - Fostes, és e serás

 


Fostes
a melhor parte do percurso.
Fostes
um presente dos céus.

És o sonho
que alegra cada amanhecer.
És o amor
que aquece as lembranças.

Serás para sempre
montanha de rosas.
Serás no futuro
alforria da caminhada errante.

Elise Schiffer para Rosemberg

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

2366 - Amar

 


Amo o amor
Com sua inocência e leveza.
Amo o amor
Que preenche almas com sonhos.

Amo amar
Minerais, vegetais e animais.

Amo o amor
Que aproxima até por pensamentos.
Amo o amor
Que enche os pulmões e a alma de vida.

Amo amar
Passado, presente e a espera pelo futuro.

Elise schiffer

domingo, 15 de dezembro de 2024

2366 - Ser luz

 


Amor é luz iluminando a própria luz.
Luz que ilumina o pretérito.
Aquece no frio da velhice.
Refrigera no calor da juventude.
Abraça a solidão dos que ficam.
Vence as trevas com seu brilho.

Amor é luz iluminando o dia e a noite.
Ilumina protegendo das vielas da vida.
Aquece no frio da saudade.
Refrigera o calor das paixões.
Abraça as lembranças com ternura.
Vence o tempo que tenta sabota lo.

Amor é luz a viajar pelos corações.
Veloz e imperceptível para muitos.
Sua luz transborda através dos olhares.
Seu refrigério abranda a pressa em viver.
Seu calor torna se incubadora de sonhos.
Abraça novas sementes de dois em um.

Elise Schiffer

sábado, 14 de dezembro de 2024

2365 - Perto e longe

 


Quantas pessoas
perdidas pelo caminho.
Pessoas perdidas
que ainda vivem no coração.
Quantas pessoas
próximas distante do coração.
Pessoas próximas distantes
no caminhar consanguíneo.
Perdidas ou próximas
às pessoas se vão.
O amor permanece
como árvore infrutífera.
Quem ama
não deixa de amar.
Quem se afasta
não imagina que é amado.
O amor é invisível
envolvendo a todos.
Longe ou perto
o amor faz se atmosfera.
No planeta amor silencioso
do sistema solidão.

Elise Schiffer

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

2364 - Diferenças de tempo

 


O tempo
não é o mesmo para todos.
Na velhice
o tempo é lento e repetitivo.
Na juventude
é veloz e travesso.
Tempos diferentes
não se completam.
O que sobra para um
falta para o outro.
Um é silêncio
o outro barulho.
Um são lembranças
o outro conquistas.
Um busca o passado
o outro o futuro.
Assim o tempo presente
de ambos se afastam.
Um deseja findar se
o outro apoderar se.
O tempo do silêncio
é apenas a sentença da vida.

Elise Schiffer

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

2364 - Crueldade do existir

 


A vida bate forte,
Quando estamos vulneráveis.
Torturar é seu prazer.

O chicote canta no lombo.
Açoitando as lembranças,
Que alimentam se da solidão.

A carcaça cambaleia
Sem mãos estendidas
Há apenas o abandono por companhia.

Elise Schiffer

2364 - Filigrana do amor

 


Fios delicados de lembranças,
Ornamentados com palavras de amor.
Criam versos que compõem belas poesias.

Saudades e lembranças,
Fundem se no filigrana do amor.
Valorizando assim o grande tesouro da vida.

Elise Schiffer para Rosemberg.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

2362 - Entrelinhas

 

Leia os versos que formam poesias para ti.
Guarde as num livro só nosso.
Lendo meus versos entraremos em sintonia,
E nossos corações baterão no mesmo compasso.

A saudade não possuí remédio.
Busque alívio nas entrelinhas das poesias.
Lá estarei de braços aberto a tua espera.
Sussurrando “és a inspiração de cada verso”.

Elise Schiffer para Rosemberg

2362 - Vazio

 

Interiormente há uma saudade silenciosa.
Com acesso ao pretérito sem toca ló.
Vive receosa ao que está para chegar.
Silenciosa mas sorridente para o mundo.

Saudade que saboreia o sal das lágrimas,
Que realça ainda mais o sabor dos tempos felizes.
Seu caminhar é cheio de tropeços e fé.
Seus pés estão acorrentados aos grilhões da dor.

O hoje vazio é entretenimento para dor.
O pretérito companheiro de antes descoloriu.
Aguardar um fim longínquo é temeroso.
O silêncio fez se família numerosa.

O sal das lágrimas dão sabor a ceia das recordações.
Os pés cansados arrastam seus grilhões.
O chão limpo de hoje busca pelos farelos do ontem.
A casa antes amor, chora silenciosamente seu vazio.

Elise Schiffer

sábado, 7 de dezembro de 2024

2359 - Ciclo dos sonhos

 


Sonhos não realizados,
Formam a nascente da desilusão.
A nascente transborda
Formando um córrego,
Que corre em terras secas de fé.
O córrego da desilusão
Junta se ao córrego do medo,
Assim surge o rio do desânimo.
Rio de águas turvas.
Sua correnteza destrói tudo.
O rio do desânimo tem pressa
Em desaguar no mar da depressão.
Poucos são os sonhos
Que sobrevivem
Aos redemoinhos deste mar.
Somente a fé mesmo que pequena,
Retira os sonhos
Dos redemoinhos do mar
E os transformam em vapor,
Levando os aos céus
E os devolvendo como chuvas.
Chuvas que trazem
Sementes de sonhos
Para almas secas de esperanças.
O ciclo dos sonhos
Fortalecem a humanidade.

Elise Schiffer

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

2358 - Corda de palavras

 

Eu poderia declamar o amor,
Mas tu não me ouvirias.
Eu poderia gritar o amor,
Mas tu não me ouvirias.

Tentando impedir a distância
Entre nossos corações,
Fiz uma corda de palavras
Tentando manter um elo.

Usei palavras no tear literário
Formando versos de amor.
Versos conduzindo
Pensamentos que tu podes ouvir.

A corda trançada com palavras
Não possui nó, somente fios de saudades.
Ligando amores nas extremidades,
Impedindo que se percam pelo tempo.

Elise Schiffer para Rosemberg

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

2355 - Ser amor

 

Amores do tamanho de cordilheiras,
São fortes, grandiosos e serenos.
Capazes de atravessarem solos diferenciados.

Resistem as ações da natureza
E as crueldades do tempo.
Amores cordilheiras possuem alicerces eternos.

Amores com elevação de montes,
São meio fortes, vaidosos e prazerosos.
Vivem lindamente as estações da vida.

O fácil acesso aos montes,
Facilitam mudanças bruscas.
São amores sem alicerces.

Cordilheiras e montes
Compartilham os mesmos desejos,
Formando um vasto território.

Somente a saudade é a ligação.
O que uma brisa destrói nos montes,
Nas cordilheiras tornam se camadas sedimentares.

Elise Schiffer para Rosemberg

domingo, 1 de dezembro de 2024

2353 - Maratona da vida.

 


Breve seja
A maratona reencarnatória.
A linha de chegada
Com ou em mérito,
Deve ser a conclusão
Do possível.

O corpo cansado
Cambaleia
Na reta final.
O refrigério da dor
É o retorno
Ao plano espiritual.

Elise Schiffer

2353 - Solidão

 


A velhice é um cofre,
Com chave secreta.
Dando acesso
A amores e saudades,
Dos tempos vividos.
...
Velhice
seu sinônimo é solidão.
Solidão
seu amante é o silêncio.
Silêncio
sua companhia são as lembranças.
Lembranças
sua estação é o passado.
Passado
é a residência da felicidade.
Felicidade
momentos inesquecíveis.
Inesquecível
é tudo que foi amor.
Amor
amadurece e envelhece.
Velhice
seu sinônimo é solidão.

Elise Schiffer

sábado, 30 de novembro de 2024

2352 - Palavras

 


Brincando com as palavras,
Criamos elos com os sonhos.
Porque palavras e sonhos
São inseparáveis.
Um dia...
Os elos tornam se
Amizades e depois
Um namoro envergonhado,
Em seguida um noivado
com mais intimidades,
Por fim o enlace perfeito.
Desta união harmônica
Nascem livros e poemas,
Crônicas e cartas de amor.
Há…
As cartas de amor!
Cartas de amor são orações
Para um amor
Presumidamente infinito,
Embora distante dos olhos.
Tudo na vida
É graças as palavras,
A sua força, poder e magia
Impregnada de amor e sonho.

Elise Schiffer

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

2349 - Solidão/Vazio

Estar em solidão
É caminhar sem parte de si.
Parte preciosa da vida.

Estar vazio
É nunca ter se pertencido
Na própria vida.

Elise Schiffer

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

2349 - Coração que ama

 



A vida passou tão rápido,
Que não pude ama ló
O suficiente.
Coração e mente
Não seguem o tempo.
Somente a carcaça
Envelhece com o tempo.
Corpo e mente
Não se coadunam,
Porque o coração
Ainda o ama.

De Elise para Rosemberg

terça-feira, 26 de novembro de 2024

2348 - Sonho

 


Sonho...
Leve me longe,
Tão longe
Onde não haja
Esquecimento.

Sonho...
Deixe me caminhar
Sem rumo,
Mais que eu chegue
As minhas saudades.

Sonho...
Faleça nos braços da saudade.
Esqueça o coração vazio
E rume para o cintilar da loucura,
Onde sonhar é permitido.

Elise Schiffer para Rosemberg

2348 - A lágrima

 


A lágrima
Vive instantes de sofrimento,
Que os olhos
Entendem em silêncio.

A lágrima
Vive instantes de alegria,
Que a alma
Transborda delicadamente.

A lágrima
Por vezes guarda se
No canto dos olhos
Por nudez dos seus sentimentos.

Elise Schiffer para Rosemberg

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

2347 - O último

 


O último de cada família,
Encarna em si um pouco
Dos que partiram antes.
A responsabilidade é descomunal,
São muitas alegrias e dores
Presas a uma carcaça cansada.

O último de cada família,
Sonha em libertar se da morte,
Que carrega dia após dia
Buscando retornar a vida.
Petições não ouvidas castigam
A carcaça cansada de tanto morrer.

O último de cada família,
É punido pelo peso das lembranças.
Os que se foram deixaram memórias,
De tal forma que esquecer é impossível.
Todos que partiram encarnam
No último de cada família.

Elise Schiffer

domingo, 24 de novembro de 2024

2346 - Poesia




Poesia
também se traduz
com agulha e linha.
Poesia
é o coração usando
a mão para psicografar.

Eĺise Schiffer

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

2344 -- Verdades

 



Verdades ditas com pedras ferem.
A dor interna das feridas latejam.
O tempo as curam lentamente,
Transformado as em melasmas da alma.

As palavras são amor em forma de luz,
Luz que envolve aquecendo e clareando as vielas
Ou luz que queima provocando choro de dor.
Verdades devem ser ditas com amor e respeito.

Elise Schiffer .
Parte do novo romance em poesias.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

2343 - Apagar das luzes



Sentar e esperar
o apagar das luzes.
A grande peça da vida
precisa de um ato final.
Bolsa nas mãos
com pouco para preenche lá.
Apenas nomes de amores
próximos e distantes.
No velho coração
grandes amores e muitos erros.
O interruptor da vida
está longe da cadeira.
Restando aguardar paciente
o guardião da vida desliga lo.
O aguardar permite
mantras para evaporar o medo.
Cansada do espetáculo da vida
a carcaça aguarda o apagar das luzes.

Elise Schiffer 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

2342 - Primeiro olhar



O primeiro olhar define a grandeza do amor.
Pessoas apenas se reencontram.
Dores são sanadas e a solidão é vencida.
Olhares recíprocos iluminam a alma.
Nada pode explicar o primeiro olhar.

Quando o reencontro é desagregado,
Quem fica deixa de se amar.
A alma perde seu brilho e caminha na penumbra.
O riso deixa de ser iluminado.
A estreiteza no amor é vencida pela solidão.

Elise Schiffer

terça-feira, 19 de novembro de 2024

2341 - Cartões de Natal

 

Receber um cartão de Natal
é muito mais que papel e mensagem.
Cartões de Natal são palavras energizadas
com carinho e compartilhamento de tempo.
O papel recebe carinhosamente as palavras
e a carta corre junto ao tempo
para chegar ao destinatário.
Quem recebe um cartão de Natal
experimenta vários sentimentos,
como alegria ao abrir o envelope,
emoção ao ler e gratidão ao remetente.
As palavras da mensagem são energias de amor.
Possam as pessoas digitais de hoje,
retornarem ao hábito dos cartões de Natal.
Natal é amor, compaixão e tempo sereno.
Assim brilha o Natal.

Elise Schiffer