sexta-feira, 13 de outubro de 2023

1938 - Alma Errante

Cansada de tudo a solidão foi embora.
O silêncio enlouqueceu e partiu.
As lembranças adormeceram de cansaço.
Restou apenas o fim sem eira nem beira.

Viva é a sentença punitiva da Alma Errante,
Que ousou amar deixando a loucura reinar.
Prisioneira caminhou altiva sentindo se superior.

O amor a quem buscava nunca chegou.
A loucura pintou marionetes enfeitando a espera.
Expandindo a saudade sei lá de quem ou de onde.

Cansada da descrença a fé abandonou a carcaça.
Os gritos internos da alma enlouqueceram o silêncio.
As lembranças adoeceram do seu uso indiscriminado.
Restou sentar no atalho vazio a espera da morte.

Jonek