O tempo passa e a dor fica.
Desejar o fim não basta.
A tristeza é veneno que não abate,
Todas as manhãs, os olhos se abrem no cárcere da vida.
O tempo passa e a dor aumenta.
A saudade não abranda.
O vazio de você não dá tréguas.
Todas as manhãs, os olhos se abrem no cárcere da vida.
O tempo passa e a dor chicoteia a carcaça.
O choro continua silencioso e traiçoeiro.
As lembranças dopam a vil realidade.
Todas as manhãs, os olhos se abrem no cárcere da vida.
O tempo passa e a dor decompõe a esperança.
A certeza de um depois torna se miragem.
O coração sem fé apenas pronuncia seu nome.
Todas as manhãs, os olhos se abrem no cárcere da morte.
De Elise para Rosemberg.
Livro Montanha de Rosas IV.
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