sábado, 18 de outubro de 2025

2673 - Vida a dois

 

Na brevidade da vida a dois,

Cabem:

Abraços apertados,

Mãos dadas com firmeza e união,

Olhares de carinhos e seduções,

Sonhos de dois em um só pedido,

Gargalhadas e lágrimas com fé 

E o desejo de eternidade.


Na brevidade da vida a dois,

Ficam:

Lembranças boas e não tão boas,

Vozes circulando no lar sem alma,

Aliança no dedo e amor no coração,

Espaço vazio na cama e na mesa,

Roupas e objetos sem uso,

Saudades e esperança num depois.


Elise Schiffer

2672 - Sonhos

 2672  - Sonhos


Elevar os sonhos

Até que cheguem nas nuvens,

Soprar os pecados

Para subirem aos céus.


Pecados pesados,

Respingam das nuvens,

Ao tentarmos resgata los,

Escorrem por entre os dedos.


Sonhos sobem, pecados caem, 

Penetrando na terra desértica 

Onde culpa e arrependimento,

Tentam perdão é absolvição.


O sopro da esperança 

Eleva se até as nuvens,

Dá volta ao mundo

E retorna com os velhos sonhos.


Nuvens se refazem dia a dia,

Velhos sonhos sobem

Aos céus incansavelmente 

E os pecados garoam.


Sonhos sobem sem fé.

Pecados caem com culpa.

A garoa dos pecados

Umidecem olhos arrependidos.


A água que vem dos céus,

Resgata da terra desértica,

Sonhos e pecados decaidos

No ciclo mágico da vida.


Terra e céu

Permanecem ligados.

Levando, trazendo, resgatando,

Sonhos e pecados para evolução.


Elise Schiffer

Força e medo - ano 2014

 

A falta de forças assusta.

O viço dos músculos escorrem.

O pensamento corre,

Enquanto as pernas cansam.


Olhar para sol com esforço,

Pela enorme saudade do ontem.

Dormir não mais como perda,

Restando observar a vida que segue.


Esconder se não há mais tempo.

Perder já não é aceitável.

O que ainda é possível,

Acreditar  e lutar pelo suportável.


Os olhos caminham,

As lágrimas desobstruem a alma.

A força interior da vida,

Onde encontra la?


Elise Schiffer

18/10/2014

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Sons da idade

 

Ao nascermos 

vivemos a idade dos choros.

A primeira infância 

é  de cantigas e risadas. 

Adolescência 

é a época das canções românticas. 

Na juventude 

o som é das declamações poéticas

Na fase adulta 

vivemos as declarações de amor.

Nas gestações 

a idade é das cantigas de ninar. 

A idade da mãe 

é a idade das orações suplicantes. 

A mulher mãe 

vive a idade dos sussurros de amor.

Na velhice 

vive-se a idade do silêncio.


Elise Schiffer 

16/10/2023

480 - Vives em mim


Tu partistes 

do nosso caminhar.

Tu partistes 

dos meus sonhos.


Fiquei sem sonhos 

no caminhar solitário.

Morrestes no mundo

mas vives em mim.


Morreu as rotinas 

e ficou o vazio.

Fiquei só 

com as lembranças.


Abandono 

e Partida 

Caminham 

de mãos dadas.


De Elise para Rosemberg 

16/10/2020

terça-feira, 14 de outubro de 2025

2669 - Cartório da alma

 

Nomes registrados 

No cartório da alma, 

Perpetuam se no livro do coração.


Saudades cobram legitimidade,

Dos sonhos que preenchem 

O vazio presente.


Felicidades vividas ecoam

Com palavras e sons agradáveis,

Nos delirios que agregam.


Saudades com nomes próprios,

Vagam no passado

Buscando moradia no presente.


Respiro...


Sorrisos, olhares e sentimentos

Ficam opacos pelo tempo,

Mas com pódio no coração. 


A morte se faz presente

Como adversária invencível,

Na labuta do dia a dia.


Lembranças enganam o tempo,

Vencem a morte impiedosa

E tornam se companhia. 


Nomes registrados

No cartório da alma,

Perpetuam se no livro do coração.


Elise Schiffer

Sonhadores - Ano 2015


Os sonhadores 

se dilaceram com mais facilidade 

e se reconstroem muito mais rápido. 


Pequenos sonhos 

crescem em desejo e imaginação, 

de tal forma que sufocam a realidade.


Grandiosos pequenos sonhos 

evaporam quando não concretizados

destruindo continentes de felicidades.


Os sonhadores seguram seus sonhos 

em folhas de papel antes de serem sepulttados

e substituídos por outros sonhos.


De sonho em sonho vive o escritor solitário, 

num mundo onde a dor e a alegria 

possuem pesos diferentes da realidade.


Assim caminham os sonhadores.

Sonhando morrem os escritores.

Deixando órfãs cada folha de papel.


Elise Schiffer

14/10/2015.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

2668. - Espera só de um


Saudade é  força com garras,

Que abraça forte só um.

Abraço que enaltece 

O passado vivido,

Sem esperar nada em troca.

As lembranças, bem precioso,

São guardadas no fundo do olhar,

Emoldurando momentos felizes,

Com lembranças moveis, 

Que dançam, voam,

Abraçam e perfumam.

Dependo da exigência do dia.

A saudade de hoje é paz,

Volitando sonhos e saudade

Só de um.


Elise Schiffer

domingo, 12 de outubro de 2025

2667 - Sentimento invasor


Os dias de saudades

Não são mais como antes.

O inesquecível se perdeu

E o eterno virou supérfluo 


Lembranças que embelezavam,

Sufocaram o cotidiano.

Como Heras grudaram na alma

E enraizaram destruindo tudo.


Pensamentos de saudades,

São indomáveis.

Impossível prende los,

Não respeitam delimitações.


Saudade é sentimento invasor,

Destroi tudo no presente.

Não deixando sonho sobre sonho,

Pois destroi o passado e o futuro.


Elise Schiffer

sábado, 11 de outubro de 2025

2665. - Linha tênue


Lembranças e sonhos, 

São separados 

Pela linha tênue 

Da saudade.

A vida segue 

Apesar da dor.

O relógio da vida,

Anuncia para breve 

O retorno das flores 

E dos sorrisos.

Os pólens do amor

Unidos 

As luzes dos sorrisos

Germinam.

Surgindo assim,

Novas floradas 

No jardim da vida,

Com flores 

Cheias de esperanças.


Elise Schiffer

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

2665. - Procissão

 

Procissão…

Caminhar morrendo a cada noite,

Esperando reviver nos sonhos.

Renascer e caminhar no novo dia,

Com a carcaça vazia de sonhos.

Procissão…

O cansaco asfixia a alma sem fé,

Que não luta para sobreviver.

A dor revive a cada amanhacer,

Que sobrevive sem sinais vitais.

Procissão…

Escrever palavras pelo caminho,

Ocultando as tristezas.

Versos sem rima,

Enfeitam a saudade.

Procissão…

Trajando esperança, 

E calçando o tempo.

Fingimos felicidade,

Com a coroação da dor.

Procissão…

Na cabeça o véu 

Bordado por lembranças,

Respeitando o passado,

Dos sonhos mentirosos.


Elise Schiffer

Surfista sertanejo


Deitado no solo rachado do sertão,

sou escravo da seca e da fome.

Surfo nas nuvens jogadas ao léu,

levando meus sonhos para brincarem no céu.

Correndo ao vento os rios flutuantes,

vão semeando esperança no inexistente.

Meu solo rachado espera gotas de vida,

gotas de nuvens em forma de água.

Quando as gotas chegarem, 

a vida vai florescer e o gado engordar.

Os rios flutuantes vão virar poça, lago e mar, 

do solo seco e rachado a esperança vai renascer.

Nas promessas das gotas de vida,

meus sonhos vão surfa no verde do sertão.


Elise Schiffer

13/10/2014

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

2663 - Tempo e Poesia

 

Tempo e Poesia

Eternizam momentos vividos

Na união acima da realidade.


Lágrimas represadas

Buscam pelo tempo nas poesias.

Onde o amor vive apesar da dor.


A solidão 

Especula reviver o passado,

Com versos de saudade voraz.


O tempo 

Destroi caminhos felizes,

Deixando o ninho silencioso.


O pensamento 

Veste se de saudade

E vaga pela vielas da mente.


Elise Schiffer

2663 - Eu lembro

 

Eu lembro! 

Porém não lhe escrevo.

Forço me a não escrever.

A fé inspiradora perdeu se.

O vaso 

Mais ou menos cheio,

Vazou e exauriu se.

No vazamento o amor se foi.

Hoje o vaso está vazio.

Eu lembro! 

Só não lhe escrevo.

Forço me a não escrever.

Lembro dos dias felizes.

Sem pensar no amanhã.

Estar vazio 

É não esperar nada,

Não desejar ou pedir nada.

Apenas manter se vivo.

Eu lembro!


Elise Schiffer

2663 - O amor


O amor é visto,

por olhos generosos.

Generosidade aos

Minerais, vegetais e animais.


O amor é sentido,

por um coração bondoso.

Bondade aos

Minerais, vegetais e animais.


Amor é compaixão,

Delicadeza e sopro divino.

Compaixão aos

Minerais, vegetais e animais.


O amor é enternecer o coração

E amar.

Amor aos

Minerais, vegetais e animais.


O amor atravessa horizontes, 

Vencendo percursos.

Percorrer junto aos

Minerais, vegetais e animais.


O amor precisa ser disseminado,

Para respeitar a existência.

Consagração aos

Minerais, vegetais e animais.


Elise Schiffer

terça-feira, 7 de outubro de 2025

2662 - Gavetas


O coração 

É um grande gaveteiro.

Algumas gavetas

Estão fechadas a muito tempo.

Outras são abertas

Diariamente.

Todas estão perfumadas,

Com as flores recebidas 

Ou presenteadas.

Há gaveta para as palavras

Desconexas sobre saudades.

Tudo é guardado

Lembranças boas ou ruins.

As gavetas guardam histórias 

De primaveras e outonos vividos.

O coração tem memórias

Cedendo a mente suas lembranças.


Elise Schiffer

2662. - Deixem me


Deixem me,

Escrever palavras desconexas 

E cantar melodias antigas,

Deixem me,

Recitar versos de amor

Sonorizando o caminho com poesias.

Deixem me,

Desenhar versos de amor

No branco das nuvens do céu.

Deixem me

Delirar por linhas tortas

Para encontra lo nas entrelinhas.


Elise Schiffer

Morte - Ano 2014


Brincar com a vida tendo a infinita,

zombar da morte por não aceita la.

Basta um tropeção,

para o rosto ser lavado por lágrimas.

O primeiro contato com a morte do corpo

estremece a alma atrelada a tantos amores.

Reconhecer que a carne morre 

é enxergar que a alma vive, 

mesmo assim sentir medo.

Desejar viver  cercada dos seus,

antes que o corpo apodreça na terra.

Rios de lágrimas não limpam o corpo

tratado com desdem por décadas.

Morrer levando uma alma errante

deixando um corpo que viveu para amar os seus,

O céu jamais poderá satisfazer os as alegrias do corpo.

A morte é uma sombra assustadora

que gela o coração e embaralha os sentimentos.

O medo aflora sentimentos assustadores, 

o maior  é o esquecimento.

Medo de que um dia ao ouvirem seu nome,

perguntem quem e o que foi.


Elise Schiffer 

07/10/2014

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

2661. - Cintilar das lembranças

 

No céu da saudade,

Lembranças cintilam,

Como as estrelas mortas, 

Embelezando sonhos.


Enquanto o mundo dorme,

A gratidão pelo amor vivido,

Passeia nos sonhos,

Que tentam chegar aos céus.


Ao repousar, a saudade 

Envolve se no manto da ausência,

Abraçando o silêncio

E pronunciando o nome do amor.


A escrita sem ornamento,

Reproduz palavras de dor,

Que presas ao peito como âncoras,

Cintilam saudades para o céu.


As lembranças cintilam,

Saudades do céu.

As palavras cintilam,

Saudades para céu.


Lembrancas e saudades juntas,

Cintilam somente amor,

Iluminando a vida,

Nos dias nebulosos.


Elise Schiffer

2661 - Lembranças

 

Nossas lembranças,

Pousam por instante,

Na memória cansada

E revivem.


Nossas lembranças,

Preenchem a alma oca,

Que aguarda o fim

E abraçam.


Nossas lembranças,

Aquecem instantes solitários,

Reanimando o coração 

E pulsam.


Nossas lembranças,

São momentos vivos,

Onde vivem eu e você 

E Nós.


Nossas lembranças,

São doces instantes,

Com platéia de um

E aclamação.


Nossas lembranças,

Brotam na terra seca,

Com raizes de amor

E germinam.


Nossas lembranças.

Nunca me deixam só,

Por virem com palavras

E versos.


Elise Schiffer

domingo, 5 de outubro de 2025

2660 - O Passado


O passado silencioso,

Invade profundamente o coração.

Sem explicações ou razões,

Liberta gradativamente alegrias.


O passado não é cansativo.

Relembrar momentos  felizes,

Fortalece o emocional

E ilumina o dia a dia.


O passado silencioso,

Olha o futuro com esperança, 

Aquece o coração solitário

E revive o bom amor.


Elise Schiffer

sábado, 4 de outubro de 2025

2659 - Pudesse


Pudesse...

Abraçar o passado,

Abraçaria forte, 

Até prende lo no agora.

Pudesse... 

Beijar o passado,

Beijaria lentamente,

Até parar o tempo.

Pudesse...

Falar com o passado,

Falaria versos de amor,

Ao pé do ouvido.

Pudesse...

Voltaria ao passado,

Ficaria a sua espera na porta,

Só para ouvir - Como foi seu dia.


Elise Schiffer

2659 - Flores

 

Plantei flores pelo caminho.

Flores que não envelhecem,

Apenas ficam entardecidas,

Atapetando caminhos com pétalas.


Plantei flores pelo caminho. 

Para que os descendentes,

Possam desfrutar,

De jardins pelo caminhar.


Plantei flores pelo caminho.

Na esperança de quando me for,

Seja flor de lembrança,

Nos corações dos que amei. 


Plantei flores pelo caminho. 

Para que os descendentes,

Perpetuem minhas sementes

E o vento leve minhas palavras.


Plantei flores pelo caminho. 

Florindo jardins em corações, 

Transmitindo amor e esperança,

Com pétalas de poesias.


Plantei flores pelo caminho.

Florescendo amor e paciência,

Para os ansiosos e descrentes,

No poder de um jardim.


Elise Schiffer

Nascer e Renascer Mãe / Ano 2014

 Nascer e Renascer Mãe  - 22/05/2014


Nascer mãe ainda bebê,

Brincar de mãe com bonecas,

Aprender a escrever mãe, 

Amadurecer o corpo para ser mãe,

Formar família e ser mãe.

Nascer filho da mãe,

Brincar mãe e filho,

Aprender rescrever mãe com filho,

Amadurecer  observando a cria crescer,

Formar nova família de Avó.

Nascer esperança de mãe na velhice,

Brincar com tempo e com netos,

Aprender eternamente como mãe,

Amadurecer a cada dia mãe e avó,

Formar Família Mãe-vó e renascer.


Elise Schiffer

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

O Escritor - Ano 2011


O escritor sonha,

Escreve, persiste,

Contorna os obstáculos 

E escreve, 

Escreve até a exaustão.

Parar de escrever 

É viver embaixo d’água asfixiado, 

Já que os pensamentos 

Brotam incessantemente,

Então o escritor escreve 

E não desiste nunca de escrever, 

Somente assim 

Ele pode respirar.

O escritor sonha, 

Escreve, persiste,

Contorna os obstáculos 

E escreve, 

Escreve até a exaustão.

Poder respirar já não basta, 

É preciso renovar 

As forças dos seus sonhos

E o sonhar de um escritor 

Só é renovado 

Com as energias dos leitores.

O escritor sonha,

Escreve, persiste,

Respira, contorna os obstáculos 

E escreve, 

Escreve até a exaustão

E renova suas forças

Com os leitores.


Elise Schiffer 

03/10/2011

2658 - Palavras


Escolhi palavras

Por companhia.

Abraço me 

Com linhas escritas,

Aqueço me 

Com folhas de papel

E por vezes 

Gargalho com as entrelinhas.


Cada palavra escrita 

É uma flor plantada

No jardim das folhas de papel,

Mesmo que não hajam

Primaveras e admiradores.


Palavras e idéias

Saem das linhas e voam.

Inquietas batem suas asas,

Carregando o sopro do sonhador 

Ao divino coração do leitor.


Palavras são energias

Com força de atração firme,

Num movimento infinito.

Conquistando escritores

E leitores.


Palavras são crescimento

Físico, intelectual e espiritual.

Ensinando o que nos tornamos

Com a descoberta da escrita

E o poder do sonhar.


Escolhi palavras 

Por companhia.

Abraço me

Com linhas escritas,

Aqueço me

Com folhas de papel

E por vezes 

Gargalho com as entrelinhas.


Elise Schiffer

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

2657 - Faz tempo


Faz tempo...

Estou longe de você.

Sonhando em ser poeta

Para doar te 

Poesias de saudades.


Faz tempo...

Que os versos

Repletos de palavras

Nos unem apesar da separação,

Porque poesia é amor vivo.


Faz tempo...

Que as palavras traduzem sonhos

E cintilam esperanças.

Sonhos não morrem

Apenas renascem ao amanhecer.


Faz tempo...

O amor baniu 

E silenciou a morte.

Porque amor é semente,

Semeada no jardim dos sonhos.


De Elise  Schiffer para Rosemberg

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

2656 - O Tempo


Encontrei me 

No fundo do seu olhar,

Permiti me 

Recomeçar ao seu lado.

Fiz minha morada 

No seu coração,

Ignorando 

O Tempo impiedoso.

Permiti me

Aquecer a mesa. 

Amanhecer a noite sombria.

Germinar sonhos antigos.

Descolorir a solidão,

E coloca lá reclusa

Sem direitos

A um despertar no futuro.

Abriguei me 

Em seus braços

Deixando 

Nossos sonhos florirem.

Os pés 

Cansados das topadas

Ficaram livres 

Para seguir o amor.

Seguir…

Não respeitar o Tempo

É um grande erro.

Impiedoso como sempre

O Tempo

Simplesmente leva embora

Os amores.


De Elise Schiffer para Rosemberg