domingo, 4 de agosto de 2024

2227 - Sandálias da solidão

 

Sentes falta do passado?
O coração dói?
Não!
A metade que sobrou sempre soube.
Seguistes, sem olhar para trás.
O amor que ficou entardeceu sozinho.
Seu olhar pedia amor e ainda tens.
O passado faz falta para a sobra,
Mas o coração não dói, segue solitário.
A desilusão fez emergir verdades ocultas.
O amor cuidadoso cegou e calou a solidão.
O tudo sem fim tornou se esperança,
Destruindo o desamor do passado.
Tudo valeu a pena para adormecer
Lado a lado com o amor.
As aparas do amor retalhadas em juras
Formaram a colcha da felicidade a dois.
Sobrou na mesa da união,
A solidão, o vazio e meias mentiras.
Não há o que mudar ou procurar por ai.
Restou as sandálias da solidão para seguir
Rumo ao fim.

Elise Schiffer