Fazer o quê com as lembranças?
Se as próprias lembranças
perderam sua cor.
perdeu suas lágrimas.
Se as palavras
tornaram se repetitivas.
Fazer o quê se o hoje vive no ontem?
Viver os dias de dor
transformados em silêncio.
Viver a ausência
alojada no sertão da alma.
Viver sem as entrelinhas
onde já viveu nós dois.
Fazer o quê com os sonhos?
Esperar que o tempo
apiede se da insistência.
Esperar um afago
mentiroso da imaginação.
Esperar ser lembrada
pelo amor que foi ceifado.
Fazer o quê ao perder sua metade?
Seguir dia após dia
mecanicamente sob o céu.
Seguir planejando e replanejando
a hora derradeira.
Seguir com os versos
que revivem o amor vivido.
De Elise para Rosemberg