terça-feira, 29 de novembro de 2022

1620 - Mentiras

 

Lampejos de um sonho
Onde o amor está presente
A mente brinca com a dor
Descolorindo a saudade
Cativa dos sonhos
A dor adere ao deboche

O sonho preenche o vazio
Deixado pela partida do amor
A mente anestesia a dor
Não deixando a saudade sangrar
Enclausurada no sonho
A dor mente haver um elo

De Elise para Rosemberg

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

1612 - Caminhos das lágrimas

Coração solitário chora...
No banho o pranto desagua
e mistura se a água
Lágrimas de saudades
seguem por caminhos silenciosos
Correm e chegam aos rios
e finalmente ao mar
Na imensidão do mar
as lágrimas ficam em desalento
Sem perceber o calor da vida
essas gotas são levadas aos céus
A energia das lágrimas
alcançam o brilho de sua metade
Por instantes os brilhos se unem
e tornam se vidas iluminadas
Refeito o amor consola saudade
e a devolve para uma nuvem
Cumprir o ciclo da vida
é a lei imutável e imprescindível
Saudade refeita e em gotas
junta se a nuvem preste a desmoronar
Gotas de lágrimas
caem acariciando quem chorou
Coração solitário
sorrir ao sentir a chuva tocar em seu rosto
Céu e Terra no intercambio do amor

Elise

domingo, 20 de novembro de 2022

1611 - Desatino

Displicentemente 
a melancolia toma conta da fé
O jardim florido 
abre espaço as ervas daninhas
A reciprocidade do amor amigo 
fenece sem a mão estendida

Delicadamente
sonhar torna se desvario
Ervas daninhas
acomodam a melancolia sob a terra
O amor amigo 
renasce no desatino solitário

Elise

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

1609 - Ciclo do luto

A dor do luto passa restando apenas a saudade
Inverno do luto
A saudade amansa abrindo espaço as lembranças
Primavera do luto
As lembranças semeadas florescem em sonhos
Verão do luto
Os sonhos não vividos desnudam se em dor
Outono do luto

Neste ciclo infinito habita o luto

O silêncio conversa com a saudade
Outono do luto
A solidão reprime a saudade e oculta as lembranças
Inverno do luto
As lembranças são fragmentadas em sonhos
Primavera do luto
Os sonhos formam nuvens que choram a dor da saudade
Verão do luto

Neste ciclo infinito coabitam luto e dor

Elise Schiffer

 


terça-feira, 15 de novembro de 2022

1606 - A última chuva








A última chuva
Abraça o corpo em solidão
Canta suavemente a melodia das águas
Esfria a saudade que queima

A última chuva
Recebe os festejos dos pássaros
Acaricia o bailar das árvores
Acolhe o perfume da terra molhada

A última chuva
Leva embora o medo do fim
Acalma o coração cheio de culpas
Embala o sono da carcaça fétida

Elise



segunda-feira, 14 de novembro de 2022

1605 - Último tomate do caixote






Houve o tempo dos delírios,
onde tudo era possível.
Os delírios possuíam um fio de prata
capaz de unir vivos e mortos.
A roupagem dos delírios foram cartas e poesias.
O tempo correu e 1.601 dias passaram.
Depois de intensos sonhos, o despertar foi inevitável.
Despertar na realidade cruel.
NÃO HÁ CONTATO!
Reconhecer a solidão dentro e fora da carcaça é algo difícil,
porque o silêncio amordaça a alma que mingua dia a após dia.
Há um depois?
Sim! Sim!
Apenas quem fica torna se "o último tomate do caixote".
Quando a vida se for?
O caminhar será solitário com uma mala pesada na mão,
onde estarão guardadas todas as lembranças de uma vida,
risadas e o amor acumulado no coração.
As lembrança, as balburdias e o amor pularão dentro da mala de forma frenética,
mantendo viva a esperança de um depois com vida.
Não deixando que a carcaça silenciosa desapareça na vida espiritual.
Assim caminhará a menina
que nunca conseguiu ter o vaso da felicidade empanturrado.

Elise Schiffer

14/11/23

domingo, 13 de novembro de 2022

1604 - Fartei me

Fartei me de vida
pecando e escrevendo
Nasci, caminhei e amei
pecando e escrevendo
Amei, procriei e amei
pecando e escrevendo
Cuidei, velei e amei
arrependida e escrevendo
Minha'lma chorou e amou
arrependida e escrevendo
Tornei me silêncio e amando
arrependida e escrevendo
Fartei me da vida


De Elise Schiffer


sábado, 12 de novembro de 2022

1603 - Silêncio

O Silêncio é um amante persistente
Espiona, cerca, até tornar se presente
A morte...
Instalado atrofia a saudade
Transformando o passado em partículas
A vagarem pelo céu em formas de nuvens
Lembrando os dias ensolarados e felizes
Onde a vida era uma algazarra
O luto...
O Silêncio trucida sem piedade a dor
Aloja se na alma e no coração
Sem resistência a conquista
A carcaça...
Dominada a alma, o Silêncio vai embora
Como bom amante deixa suas marcas
Em forma de um deserto sem vida
E segue seu caminho de conquistas

De Elise Schiffer

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

1599 - Olhar

Entre o primeiro e o último olhar
Há um jardim repleto de vida

A semente do amor é semeada
No primeiro olhar

Florescendo em corações afins
O amor torna se arbusto cheio de fé

O caule robustecesse nas cumplicidades
Quando mãos entrelaçadas tornam se uma

A copa deste amor abriga a família
Com novos e velhos membros

A florada da árvore da vida
Desabrocha flores cor de confiança

Entre o primeiro e o último olhar
Há um jardim repleto de vida

E novas sementes aguardam semeaduras
Com florada em corações afins


De Elise para Rosemberg

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

1595 - Escrever

Escrevendo...
Ao delinear cada letra
Vou transcrevendo os sonhos
Num compromisso de fidelidade
Escrevendo...
Dedico me exclusivamente a você
Transfigurando a saudade no desejo
De estar contigo num jardim de palavra

De Elise para Rosemberg

1595 - Sempre / Nunca

Unindo o passado ao futuro
Criamos o devaneio do SEMPRE
Onde o NÓS seríamos perpétuos

Unindo o presente a solidão
Floresce a realidade do NUNCA
Onde o VAZIO é implacável

Num elo infinito o SEMPRE
Com poderes do passado e do futuro
Encarcera o presente numa solitária

Sem tempo o NUNCA padece
Gemendo e chorando
Pelas falsas promessas do SEMPRE

De Elise para Rosemberg



quinta-feira, 3 de novembro de 2022

1594 - Tempos

Palavras que descrevem a saudade
Versos que declamam o silêncio
Poesia de um amor ensandecido
Entrelinhas sem tempo linear

Gritos internos com a saudade
Diálogos da solidão com o silêncio
Frases em cartas sem destinatário
Entrelinhas num tempo cíclico

Na loucura o calendário é circular
Passado e Presente podem se tocar
As entrelinhas formam poesias

Na saudade o calendário é horizontal
O Presente apenas caminha sem Futuro
As entrelinhas tornam se desesperança

De Elise para Rosemberg

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

1593 - Luz

Seu amor
iluminou meu horizonte.
Trouxe
vida e criou esperança.
Encheu
meu dias de beleza.
Com flores
deslumbrantes.
A luz
do seu olhar.
Iluminou
minha escuridão.

De Elise
Para Rosemberg

1593 - O amor vive

O amor silencioso
ocupa todos os espaços interiores
A alma conversa
com miragens do passado
Os olhos cansados
refletem uma esperança pequena
As mãos se ocupam
escrevendo flores nos bordados
A boca sussurra
poemas entre as entrelinhas das laçadas

O amor tristonho
esconde se por trás do coração
A alma sem diálogo
pergunta e responde ao mesmo tempo
Os olhos sem campo visual
buscam imagens na felicidade da alma
As mãos envelhecidas
escrevem sonhos com linhas
A boca calada
canta versos ao laçar a saudade com suas linhas

De: Elise

Para: Rosemberg, Martha, Irtes, Alberto, Zulmira e Dulce