terça-feira, 29 de dezembro de 2020

920 - O Nada

O Nada é algo eterno e sufocante
Areia movediça que não sufoca o amor
Do alto as estrelas espiam um olhar perdido
Enquanto a alma caminha num deserto gélido
Inquietações agonizam no abandono sufocante

O Nada não teme tempestade nem ventania
Manso e forte o Nada trilha no escuro da dor
O amor uiva ao longe em forma de saudade
Lembranças formam um coração de filigrana

O Nada tenta consumir as relíquias do passado
Lágrimas e suspiros tentam encher o mar da fé
As palavras velhas e novas são o alimento do amor
O amor latente geme em tempos diferentes da dor
O Nada não mata o pecado da esperar eterna

De Elise para Rosemberg