sábado, 10 de outubro de 2020

840 - Caminhar no desterro

 

Transpor a soleira da morte
E caminhar na estrada do desterro.
Num rumo solitário e silencioso,
Purgando pecados sem remorso.
Lá não estará o amor de uma vida,
A companhia será apenas a saudade,
Das bem-aventuranças da vida a dois.
Não podendo escrever cartas de amor,
Restará recitar o nome de quem se foi,
Tal qual poesia para todo o desterro.
As lembranças serão transformadas
Em contos cantados bailando no silêncio,
E assim o amor não se consumirá.
Perambular no desterro com as lembranças,
Tendo as como religião sem templo,
Onde amar te é a filosofia.

De Elise para Montanha de Rosas