terça-feira, 24 de setembro de 2019

458 - Mar doce do passado

Enquanto o eu procurava, o Tu chegava.
Hoje a saudade não pode ser derrotada, 
Apenas tolerada com respeito.
Sua força sufoca a felicidade.
Enquanto o eu era fraco, o Tu era forte.
O passado suga os dias do presente.
Não há como falar de amor sem presente.
O passado é sinistro e intocável.
Enquanto o eu era lágrima, o Tu era sonho.
A luz do amor iluminou a estrada perdida.
A lua brilhou com a força de São Jorge.
Hoje saudade é força fatal sem paz.
Enquanto o eu era medo, o Tu era certeza.
Saudade é submergir num vazio profundo.
Acordar é reanimar a saudade,
Adormecer é embalar a melancolia.
Resta mergulhar no mar doce do passado.

De Elise para Rosemberg.
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