quarta-feira, 30 de abril de 2025

Matemática de uma vida

 

Ao nascer
ela era Um mais três,
já eram muitos.
Aos 10 anos
ela era Um de quatro mais dois
e sonhava em ser muitos.
Aos 18 anos
ela sentia se Um plenamente,
sonhando em ser muitos.
Aos 21 anos
deixou de ser Um para ser dois,
e compreendeu o sonho de ser muitos.
Aos 28 anos
ela era Três, ciente que breve seriam apenas dois,
com o desejo de ser muitos.
Aos 31 anos
ela era Quatro,
voltando a ser três
e persistindo no sonho de ser muitos.
Aos 35 anos
voltou a ser Quatro,
desejando algo especial
e sonhando em ser muitos.
Aos 40 anos
ela era Cinco, veio o Especial.
Estava completa, sonhando com muitos.
Aos 50 anos
ela era Sete mais dois,
ainda sonhando em ser muitos.
Aos 60 anos
voltou a ser Seis
mais um grande vazio,
ainda sonhando com muitos de muitos.
Aos 62 anos
ela era Sete novamente, apesar do vazio,
sonhando em ser muitos.
Aos 67 anos
ela é Um novamente,
observando de longe, a matemática da vida.
Elise Schiffer

domingo, 27 de abril de 2025

Minha estrelinha

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         


Felicidade é
Ter amor no coração,
Esperança na mente
e um olhar para simplicidade.
27/04/25 ás 5:30 da manhã
O céu ofereceu me um coração,
Com forma de amor,
Esperança e Simplicidade.
Hoje é dia de festa,
É aniversário da estrelinha.

Para a pequenina Luíza

vovó Elise



Estrelinha

Todos nós temos um céu particular.
Estrelas surgem
E algumas se apagam.
A primeira vez que olhei para o meu céu,
Pude ver magnificas constelações.
Com o passar dos anos,
Aumentou o numero de estrelas no meu céu.
Algumas estrelas se apagaram,
Outras nasceram cheia de luz.
Quando meu céu estava povoado e iluminado,
Eis que três estrelas se apagaram repentinamente,
Ao pensar que meu céu estaria envolto num véu,
Surge uma estrelinha brilhante
Reacendendo todas as outras estrelas do céu.
A estrelinha Luiza
Hoje completa quatro anos
E meu céu está mais iluminado
Vovô Elise
27/04/25



segunda-feira, 21 de abril de 2025

Caminhando


Caminhando em procissão,
sonhando e sofrendo.
Caminhando ...
Suplicando por seus sonhos,
esperando não mais sonhar em vão.
Caminhando...
Vivendo sonhos com dor,
certo de que os dois são conspiradores.
Caminhando...
Clamando por sua morte,
aguardando suporte aos descendentes.
Caminhando...
Meio século com a carcaça sem fé,
percorrendo sonho e dor juntos a décadas.
Caminhando...
Pés sangrando, coração rachado,
olhos secos de figueira e sonhos.
Caminhando...
Sonhando, enquanto houver vida.
Caminhando...

Elise Schiffer
22/04/2014

sábado, 19 de abril de 2025

2491 - Desesperança

 

Lembranças…
Poder voltar as melhores partes.
Amenizando o nada do presente.
Mantendo a felicidade constante
Acalmando o caos persistente.

Saudade…
Poder relembrar as melhores partes.
Fermentar sonhos do presente.
Empalidecer a tristeza reinante.
Abrasar a desordem permanente.

Desesperança…
Lembranças são gumes afiados.
Um destrói os afastamentos.
O outro atesta o desabitado.
Nesta ambiguidade a vida está ao relento.
Seguir…

Elise Schiffer

segunda-feira, 14 de abril de 2025

2486 - Espectros

 

Saudade e Morte
Margeiam o rio das memórias.
Impiedosas Saudade e Morte
Sufocam a pouca vida
Que sobrevive nas lembranças.
Na corredeira do rio das memórias,
As lembranças evaporam.
Grãos de água e a luz do amor,
Criam espectros soltos no ar,
Diante da retina descrente,
De um coração solitário,
Que usa palavras
Como elos "Além túmulo"
Do amor apartado pela morte
Que deixou saudades.

Elise Schiffer para Rosemberg

2485 - Palavras e laçadas

 

As palavras traduzem saudades,
Com resquícios de esperança
Nas entrelinhas de cada verso.

O bordado e suas laçadas,
Traduzem o vazio interior que vive
Na alma que anseia voar.

Lápis e agulhas falam de amor,
Deixando as lembranças valsarem
Na musicalidade do passado.

Elise Schiffer para Rosemberg

sexta-feira, 11 de abril de 2025

2483 - Estrela matutina

 

Céu e Terra se renovam diariamente.
Olhemos a vida com o coração.
Entre a escuridão e a luz há o amanhecer.
A estrela Dalva ilumina os sonhos,
Pulsando beleza para os matutinos.
É um “Bom Dia" a manhã que chega,
Renovando esperanças
Ao novo dia de caminhada.
A estrela matutina é o olhar sereno
Para a chegada do majestoso Sol,
Trazendo vida para as vidas.
Os desencantados respiram fundo.
Os felizes sorriem para o astro rei.
Os apaixonados sonham...
E os sem coração não enxergam nada.
Assim é o ciclo interminável
Entre Céu e Terra.
Nos presenteando diariamente
Com vida, sonhos e esperanças,
Porque o caminhar é em frente,
Com renovação diária.
A beleza do caminhar
Está em olhar com o coração.

Elise Schiffer

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Mentira

 


Caminhei na mentira
Até ser verdadeira,
Escrevendo...
Pensamentos mentirosos,
Antes que fugissem,
Por florescerem com asas.
No ócio
Transformei a imaginação
Em verdades,
Deixando o coração pulsar
Com as lâmpadas apagadas,
Permitindo que a mentira
Vibrasse na alcova.
No fim do frenesi
A mentira
Se envolveu com a verdade,
Permitindo que o tato e a visão
Pulsassem no espaço sem tempo,
Onde a mentira habita
O oásis da alcova deserta.

Elise Schiffer
10/04/2015

terça-feira, 8 de abril de 2025

2480 - Papel e lápis

 

Folhas em branco
São solitárias,
Buscam encontrar
Sua alma gêmea.
O lápis ou a caneta,
Para que o vazio
Dê espaço ao saber.
Folhas amareladas
Unidas a um lápis velho,
Fazem nascer
LIVROS.
Palavras e desenhos
Criam histórias e capítulos,
Que conversam
Com olhos atentos
E mentes curiosas.
Conjugando o amor
Pela leitura,
Nas entrelinhas.

Elise Schiffer para Rosemberg

sábado, 5 de abril de 2025

2476 - Águas turvas (parte do libreto para declamação)

 

Desejou...
Ser escritora, amada e mãe.
Entendeu...
Ser escriba, solitária e provedora.
Aceitou...
Caminhar ininterruptamente,
As margens do rio dos sonhos.
Sem desejar novos sonhos.
Enxergou...
As águas turvas do rio
Pelos sonhos em decomposição
E os pés emlameados.
Realidade...
As águas, rio e mar se fundiram,
No infinito oceano da solidão,
Com os sonhos apodrecidos.
Resignação..
A escriba escritora,
Amou sozinha a todos,
Foi mãe e provedora "SIM".
Finalmente...
Entendeu o quanto vale
Ser "mais ou menos"
E mergulhou nas águas turvas
Do oceano da solidão.

Elise Schiffer

terça-feira, 1 de abril de 2025

2473 - Transformar

 

Dos olhares que direcionaste para mim,
fiz laços para nossos sonhos.
Das palavras que falaste para mim,
escrevi nossa história de amor.
Do anel que deste para mim,
fiz uma aliança de união.
Cada momento vivido,
transformei em poesias.
Os desejos nos olhares cruzados,
escondi nas entrelinhas.
A saudade que deixaste em mim,
viraram cartas de amor.
Da admiração que tinhas por mim,
transformei em textos eternos.

Elise Schiffer para Rosemberg