Há pessoas
que saem de nossas vidas
antes mesmo de entrarem
Porém...
Há pessoas
que ficam
antes mesmo de entrarem
Pessoas que usam o olhar
como marco inicial
Pessoas que transformam
lágrimas em doces sorrisos
Pessoas que nos fazem
viajar sem planos ou destino
Entretanto...
Há pessoas
que desembarcam
da viagem antes do fim
Deixando seu par seguir
apesar da poltrona ao lado vazia
O trem encerra sua viagem
ao chegar no fim do trilho
E o viajante solitário
não sabe como seguir
e quem desceu como voltar
Contudo...
Há pessoas
que esperam o retorno
de quem não foi até o fim
Sentado na estação do passado
aguardando com saudade
Na certeza do abraço apertado
do reencontro
E assim seguirem juntos
na viagem da vida eterna
De Elise para Rosemberg
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
1524 - Há pessoas
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
1523 - Segurar
Amanhecer na ilusão do pretenso acolhimento
Sorrindo
Estar feliz apenas com a fagulha de uma lembrança
Imaginando
Na penumbra silenciosa da noite
Sobressalto
A mão amedrontada busca sua roupa para segurar
Agarrar
O pânico causado pelas trevas do passado apavoram
Lembranças
O amor busca segurança no companheirismo acolhedor
Ternura
Segurar sua roupa sempre foi um pedido de amparo
Proteção
Mais que proteção, sempre foi e é amor que acolhe e cuida
Só amor
De Elise para Rosemberg
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
1521 - Acalento do subconsciente
No auge da loucura a dor perde suas forças
O subconsciente afaga a dor da saudade com sonhos
No toque suave de imagens vividas criando miragens
Onde crescem lírios amarelos no jardim da casa ilusória
Conversas por cômodos conhecidos abrandam a ausência
Os pés solitários percorrem o jardim inacabado
Eis que o subconsciente concede o desejado
Ao longe o Amor vem chegando coberto por linho
A dor do abandono retira do caminho Esperança
Longe do jardim inacabado Esperança se isola
O Amor aproxima se e Esperança pede um diálogo
O subconsciente caprichoso acalenta a dor que sangra
Concordando que o Amor abrace e beije Esperança
Esperança entende que está enlouquecendo
Depois de tanto tempo o abraço e o beijo são piedades
O subconsciente manipula arquivos engavetados
Permitindo que o bom, o muito bom sejam clementes a dor
O Amor coberto em linho esqueceu se da vida
A vida onde vive Esperança dos lírios amarelos
Elise
domingo, 21 de agosto de 2022
1520 - Segunda morte
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
1518 - Palavras
Palavras que formam elos
Eternizando a história da saudade
Com raízes profundas na alma
Palavras que formam correntes
Aprisionando o amor que se foi
Na solidão dos versos vazio do amor
Palavras sem leitor ou pronuncia
Agonizam no limbo da solidão
Clamando pelo amor que se foi
De Elise para Rosemberg
domingo, 14 de agosto de 2022
1513 - Sem Lenço e sem Documento
Caminhando...
Sem lenço e sem documento
Incógnita para o amor companheiro
Trilhando caminhos áridos e solitários
Até ser enlaçada pelo seu olhar
Neste laço sem nó me perdi
Sem buscar saída ou novos rumos
Permiti me mergulhar no amor sereno
Deixando o tempo ditar as estações
O amor ardeu no nosso verão...
Seu olhar refrigerava meus sonhos
Nosso amor germinou na primavera...
Seu olhar regava o jardim da esperança
No outono entrelaçamos nossas raízes...
E seu olhar fortaleceu nossa fé na caminhada
O inverno veio sem piedade destruindo a vida...
Sem seu olhar tudo é vazio e sem luz
Caminho...
Sem lenço e sem documento
Incógnita para a felicidade
Disfarçando a dor
De Elise para Rosemberg
sexta-feira, 12 de agosto de 2022
Fim de um sonho
No ano de 2003, há 19 anos, aos 45 anos de idade, resolvi caminhar no sonho literário. Deixando assim que estranhos pudessem ler linhas e linhas preenchidas ao longo de uma vida pautada em papel em lápis.
Romances, contos, poesias e até mesmo uma peça para teatro. Assim propus leituras que na verdade não interessavam a ninguém físico ou jurídico.
Ao longo dos anos, o sonho cresceu e eu passei a buscar espaço para meus livro. O caminho foi de busca, pedidos e oferecimentos, como se meus escritos fossem desonrados diante de outros escritos.
Hoje aos 64 anos descobri a importância em usar o "ponto final".
Os sonhos tem data de validade, porque a realidade grita alto assustando o sonhador.
Eu acordei...
Escrever é um prazer. Nunca deixarei de escrever. Publicar não mais. Estar em Feiras ou Salões Literários nunca mais.
Eu amo cada personagem como a um filho. Respeito cada linha ou entrelinha escrita por mim, porque eu sou escritora de coração.
Elise