A palavra eternidade é pequena para dois,
Imensidão é grande para o egoísmo de um.
Ser carcereiro das lembranças no presente,
É poder divagar nos corredores do passado,
Que conduzem ao portal do tempo de dois.
As lembranças iluminam os dias sem luz,
Onde as trilhas levam a um ainda vivo.
Não há presente quando o futuro é roubado.
O que fazer quando não há futuro?
Manusear as lembranças como balsamo,
Dançar e suplicar por sonhos vivos.
O corpo tem medo do futuro morto,
O coração só conhece as trilhas do passado.
O que resta além da ilusão em oração?
Palavras em versos para um agonizante,
Onde o mundo real é puro loucura,
E o mundo ilusório é o amago da vida.
De Elise para Rosemberg.
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